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HISTÓRIA DA PALESTINA

Brigadas de Saladino, braço armado dos Comitês de Resistência

Sendo o braço armado dos Comitês, as brigadas conformam terceiro maior exército da resistência palestina em Gaza, atrás apenas das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam e Brigadas Al-Quds

Em 7 de outubro de 2023, organizações da resistência palestina, lideradas pelo Hamas e seu braço armado, as Brigadas al-Qassam, realizaram com sucesso a Operação Dilúvio de al-Aqsa, ação militar que expôs a debilidade militar de “Israel”, aprofundando a crise do sionismo.

Uma das organizações armadas que realizaram a incursão nos territórios ocupados por “Israel”, naquele 7 de outubro, foram as Brigadas de Saladino, o Vitorioso, braço armado dos Comitês de Resistência Popular.

Os Comitês surgiram na década de 2000, em oposição à política conciliadora da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o Fatá em relação a “Israel”. 

Fundado por Jamal Abu Samhadana, ex-membro do Fatá e de uma de suas milícias armadas, o Tanzim, os Comitês são atualmente liderados por Abu Yasser Shashnyeh (Ayman al-Shashniya).

Algo importante de se destacar sobre os Comitês é que se trata de uma coalizão de diversas organizações armadas menores que atuam na Faixa de Gaza. Assim, na prática, os Comitês e as Brigadas de Saladino, o Vitorioso, seu braço armado, se confundem em uma mesma organização.

Quando de sua formação, era uma organização formada majoritariamente por ex-membros do Fatá e das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa. Contudo, atualmente, após mais de duas décadas de existência e enfrentamento com a ditadura sionista, há em seus quadros muitos palestinos jovens que não fizeram parte de uma ou outra organização, mas que também sofreram na pele a repressão israelense.

Apesar de ter surgido nos anos 2000, e ter realizado vários ataques pontuais contra o sionismo e representantes do imperialismo durante a primeira metade da década, a primeira grande ação das Brigadas de Saladino foi na Operação Ilusão Dissipada, da qual também participaram as Brigadas al-Qassam e o Exército do Islã (uma organização militante jihadista salafista na Faixa de Gaza).

Essa operação ocorreu em 25 de junho de 2006, por volta das 5h30 da manhã, quando 7 ou 8 militantes palestinos das organizações citadas acima atravessaram a fronteira entre Gaza e os territórios ocupados por “Israel”, e atacaram posições das forças israelenses de ocupação, perto da passagem Kerem Shalom

A travessia foi feita através de uma rede de túneis, e, no ataque, os combatentes palestinos conseguiram aniquilar dois soldados sionistas e ferir mais quatro. Um dos feridos foi o israelense Gilad Shalit, que foi capturado e levado a Gaza. Foi mantido prisioneiro pelo Hamas por 5 anos, até que o governo de “Israel” resolveu reconhecer a derrota. Em 18 de 2011, houve a troca de 1.027 prisioneiros palestinos pelo soldado sionista.

Um fato que demonstra a capacidade militar dos combatentes dos Comitês Populares, é que suas Brigadas são conhecidas por já terem destruído tanques Merkava, o principal tanque de batalha das forças israelenses de ocupação. Uma tenacidade no combate que pode ser observada durante a Batalha de al-Furqan (também conhecida como Guerra de Gaza), que durou de 27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009.

O estopim daquela guerra foi quando “Israel” violou um cessar-fogo que havia sido acordado entre o Hamas e o Estado sionista. Já na primeira semana, as forças de ocupação tentaram uma invasão terrestre. Contudo, assim como ocorre atualmente, a invasão falhou ao enfrentar a resistência, que respondeu atacando as cidades israelenses de Berxeba e Axidode com mísseis e morteiros, o que obrigou o governo israelense a recuar na invasão, pois os números de mortos nas tropas sionistas aumentavam, assim como o repúdio internacional ao crescente número de palestinos mortos.

Apesar de órgãos do imperialismo afirmarem que a Guerra de Gaza de 2008-2009 resultou em uma vitória militar de “Israel”, ao fim foi uma vitória estratégia da resistência palestina.

Foi uma enorme vitória para a resistência palestina, em uma operação realizada por combatentes das Brigadas de Saladino, Al-Qassam e do Exército do Islã.

As Brigadas também lutaram na Batalha da Tempestade Makoul, também conhecida como a Guerra de Gaza de 2014. Ela foi um prelúdio do genocídio que “Israel” perpetrada desde o 7 de outubro.

Na Guerra de 2014, as forças de ocupação assassinaram 2.310 palestinos, 70% dos quais foram civis. O total de feridos, por sua vez, foi de 10.626. Contudo, apesar do morticínio, a resistência palestina promoveu baixas nas fileiras das forças de ocupação: foram 67 sionistas aniquilados e 469 feridos. Apesar de o número parecer baixo, foi o suficiente para expulsar “Israel” da Faixa de Gaza e estabelecer um cessar-fogo relativo com o Hamas e a resistência, que durou até o último 7 de outubro.

Diz-se relativo, pois o sionismo continuou exercendo sua ditadura sobre os palestinos, seja de Gaza, seja da Cisjordânia, através de prisões, assassinatos e mais.

Nesse sentido, vale citar os confrontos de novembro de 2018, que ocorreram nos dias 11 a 13. A morte de um dos membros das Brigadas de Saladino foi uma das razões que desencadearam o conflito.

E, em 2023, os Comitês e seus combatentes deram sua valorosa contribuição para o sucesso do Dilúvio de al-Aqsa, uma operação que pode muito bem ter sido o começo do fim do Estado de “Israel”

Atuando em conjunto com o Hamas e a Jiade Islâmica, atualmente as Brigadas de Saladino conformam o terceiro maior exército da resistência palestina em Gaza, atrás apenas das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (Hamas) e Brigadas Al-Quds (Jiade Islâmica).

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