“Israel” está há meses ameaçando invadir Rafá. Localizada no sul da Faixa de Gaza, fazendo fronteira com o Egito, a cidade está abrigando cerca de 1,5 milhão de palestinos, forçadamente “deslocados” do norte e centro de Gaza pelos bombardeios israelenses.
Com o Hamas aprovando o cessar-fogo proposto pelo Egito e pelo Catar, “Israel” tentou ensaiar uma incursão terrestre, mas limitou sua operação militar à parte sul da cidade, de forma que não houve nenhuma invasão generalizada de Rafá. Tendo o Hamas recentemente declarado que as Brigadas Rafá possuem surpresas guardadas para as forças israelenses de ocupação, cumpre listar alguns dos reveses militares de “Israel” em Rafá, ao longo da história.
Conforme levantamento feito pela emissora libanesa Al Mayadeen, tais reveses ocorreram principalmente a partir dos anos 2000, quando a resistência dentro da Palestina já tinha um nível maior de organização, e milícias populares armadas já tinham a capacidade de enfrentar as tropas de ocupação com relativa eficiência.
Em 2001, um ano após o início da Segunda Intifada (2000 – 2005), foi a primeira vez EM que a resistência local em Rafá destruiu um tanque das forças israelenses de ocupação. Mostrando o rápido avanço da resistência em uma época revolucionária, no ano de 2003, dois tanques israelenses foram destruídos com a utilização de projéteis formados por explosivos (EFPs, na sigla em inglês).
Apenas um ano depois, em 2004, ainda durante a Segunda Intifada, a resistência palestina em Rafá aniquilou dois soldados sionistas ao explodir um veículo blindado, utilizando um RGP-7, lançador de granadas portátil impulsionado por foguete.
Neste mesmo ano, no dia 12 de dezembro, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (braço armado do Hamas), em cooperação com os Falcões do Fatá (uma das alas militares do partido Fatá), colocaram em marcha a Operação Vulcões da Fúria. Durante um período de quatro meses, os combatentes da resistência haviam cavado um túnel na fronteira de Rafá com o Egito, com o objetivo de alcançar o posto militar israelense próximo à fronteira. Foi então que, às 17h07 de um domingo, após detonarem explosivos, combatentes do Hamas e do Fatá atacaram o posto sionista. Os combates duraram cerca de uma hora e, apesar de um combatente do Fatá (Al-Mo’ayed Bhokm-Allah Al-Agha) ter sido martirizado, não foi em vão. Sete sionistas foram aniquilados, o posto militar foi destruído, e uma arma de calibre pesado foi capturada das forças de ocupação:
Durante a Guerra de Gaza de 2014, desencadeada por “Israel” para destruir a resistência palestina, especialmente o Hamas, combatentes da Al-Qassam, no âmbito da Batalha de Shuja’iyya, em 20 de julho, dispararam um míssil antitanque contra um veículo blindado das FDI que transportava 7 soldados. Dentre os soldados aniquilados estavam Oron Shaul.
Em 1º de agosto, utilizando-se de túneis, combatentes palestinos do Hamas realizaram uma ação militar de resistência contra uma patrulha sionista em Rafá. Dois invasores foram aniquilados, inclusive o tenente Hadar Goldin.
Estas foram apenas algumas das ações da resistência palestina, especialmente do Hamas, contra as forças de ocupação em Rafá.
Como declarou Osama Hamdam, importante membro do birô político do Hamas, e um dos porta-vozes do partido palestino, “a operação militar em Rafá, se realizada pelo inimigo, não será uma caminhada no parque para o exército de ocupação terrorista, que acabará arrastando os rabos do fracasso e saindo humilhado, como aconteceu em todas as áreas em que entrou na Faixa de Gaza, onde foi humilhado pelas mãos dos combatentes das Brigadas Al-Qassam, Saraya Al-Quds e da resistência palestina.”