A política de ataque dos banqueiros aos trabalhadores bancários não fica restrita apenas ao arrocho salarial, assédio moral, carga horária exaustiva, etc., mas o que vem assolando a categoria, desde o início da década de 1990 no famigerado governo neoliberal de FHC (PSDB), é a questão do desemprego. Uma categoria que já chegou a ter mais de 1 milhão de trabalhadores, por conta dessa política possui um pouco mais de 400 mil bancários atualmente.
Por conta das tais “reestruturações” que os bancos vêm impondo, os banqueiros detonaram uma farra de fechamento de agências e dependências bancárias e de demissões em massa.
O banco Bradesco é um dos exemplos dessa política nefasta de demissões em massa que, além de jogar milhares de pais de famílias na “rua da amargura”, sacrificam aqueles que permanecem na empresa que passam a exercer a função de três ou mais trabalhadores.
No primeiro trimestre de 2019 o Bradesco tinha no quadro funcional do banco 99.156 trabalhadores e 71,7 milhões de clientes. Uma relação de 723 clientes para cada empregado, o que se pode considerar um absurdo de quantidade de clientes por funcionário. No primeiro trimestre de 2024 o banco jogou no olho da rua cerca 25 mil bancários, passando a ter no seu efetivo funcional 74.208 trabalhadores, sendo que o número de clientes aumentou para 72,3 clientes e, a relação cliente/funcionários subiu para extraordinários 974 clientes. Além de prejudicar os trabalhadores bancários com a política de demissão em massa, o banco desampara a população quando encerrou as suas atividades em todo o País com o fechamento de 1.783 agências e 703 postos de atendimento entre o último trimestre de 2019 e o último trimestre de 2023.
A política de demissões é um mecanismo dos patrões para reduzir e arrochar os salários e com isso aumentar os lucros dos maiores parasitas da economia, que não produzem nada e vivem da especulação financeira. Após explorarem ao máximo dos trabalhadores, os banqueiros descartam os mesmos como se fossem lixo.
É preciso dar um basta a toda essa política reacionária dos banqueiros. A categoria bancária se encontra, hoje, em campanha salarial e é preciso organizar imediatamente uma campanha vigorosa contra as demissões, uma mobilização que tenha como perspectiva a luta unitária de toda a categoria bancária para barrar as demissões e a política de arrocho salarial. Para isso é mais que necessário criar em cada local de trabalho comitês de luta para armar os trabalhadores em defesa dos seus direitos e conquistas.