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Eleições municipais

Boulos, o ‘antifascista’ de estimação do PSDB

Candidato à prefeitura de SP pelo PSOL teve mais votos na Faria Lima que o atual prefeito

O artigo É contra extrema-direita, estúpido!, escrito pelo ex-presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários) Paulo Pasin para o portal psolista Esquerda Online faz um esforço para apresentar o correligionário postulante à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos como um candidato que estaria em oposição à classe dominante. “Debatendo o conteúdo e não a forma, a rejeição ao Boulos se deve a sua postura firme contra o sistema, nas ocupações, na defesa dos sem-teto nas ações de reintegração (Pinheirinho em São José dos Campos), nas mobilizações mais contundentes contra Bolsonaro e das posições corretas do PSOL”, diz o autor, sem se dar ao trabalho de lembrar que a campanha do psolista foi a mais cara do País, com mais de R$65,7 milhões, superando o concorrente bolsonarista Ricardo Nunes (MDB) em mais de R$20 milhões. Em defesa de Boulos, Pasin diz ainda:

“A Faria Lima e a especulação imobiliária encabeçaram uma frente ampla que unificou o centro, a direita, o bolsonarismo e até o crime organizado contra o candidato do PSOL. Nenhum setor burguês ou do aparato do Estado, incluindo o judiciário que nada fez contra os desmandos do Marçal, ficou de fora.”

Ora, se a chamada “Faria Lima”, isto é, os banqueiros, não apoiam Boulos, de onde vem as dezenas de milhões de reais angariados para sua campanha? Ainda, como explicar a vitória expressiva do psolista no distrito da avenida, em Pinheiros, onde teve nove pontos percentuais acima de Nunes, o segundo colocado com 27% dos votos? Boulos pode não ter ganho a prefeitura da cidade por uma questão de confiança da burguesia no trabalho de Nunes, sobretudo o setor imperialista, porém é falso dizer que o psolista não é apoiado pela “Faria Lima”.

O apoio dos banqueiros a um candidato do PSOL sequer é uma novidade. Nas eleições municipais anteriores, em 2020, Wesley Teixeira, então candidato psolista ao cargo de vereador da cidade fluminense de Duque de Caixias, recebeu publicamente o apoio de ninguém menos que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central de FHC (PSDB) e famoso por ter elevado a taxa básica de juros a inacreditáveis 45% ao ano durante seu mandato. Outros banqueiros como João Moreira Salles (conselheiro do Grupo Itaú Unibanco) e Beatriz Bracher (herdeira do mesmo banco) também fizeram doações para o psolista, em um movimento que serviu para dar o aval público da “Faria Lima” ao partido pequeno-burguês. Pasin, no entanto, prefere apostar no esquecimento e critica quem lembra a substância social da candidatura de Boulos:

“Muitos camaradas de esquerda preferem se omitir do processo eleitoral de São Paulo ou, pior ainda, se somar à campanha que tenta desmoralizar Boulos. Não pensam no contexto geral da luta contra a extrema-direita, preferem fortalecer suas posições na disputa interna da esquerda.”

O autor não se dá ao trabalho, porém, de dizer como exatamente uma candidatura como a de Boulos “luta contra a extrema direita”, uma vez que a grande proposta do psolista para o comando da principal cidade do País é aumentar a repressão. Seu vídeo promocional, por exemplo, tem ponto central o seguinte questionamento ao cidadão paulistano: “você se sente seguro com o celular na mão?”

Quem se deu ao trabalho de assistir ao debate contra o bolsonarista Nunes viu o festival de horrores, como a disputa entre ambos para ver quem era mais amigo da máquina da GCM, com o acréscimo do candidato psolista reforçando a defesa do armamento à “mini-PM”. Ainda apostando na ignorância, o apoiador de Boulos destaca:

“Porém, graças a trajetória de Boulos, construída durante anos ‘amassando barro’ nas ocupações organizadas pelo MTST e liderando mobilizações de rua contra Bolsonaro, sua capacidade política, a dedicação da militância dos partidos que compõem a frente e o apoio do Lula chegamos ao segundo turno.”

As credenciais esquerdistas de Boulos, porém, são parte do passado, por mais que Pasin tente evocá-las. O próprio candidato já deixou claro que seu “ativismo” faz parte de um passado superado, expressando também sua disposição para atacar os movimentos de moradia caso eleito. O que existe de “antissistema” é tão verdadeiro nele quanto em Marçal ou qualquer outro elemento bolsonarista. Se essa candidatura é de enfrentamento à extrema direita, então o fascismo já venceu.

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