Um dos canais amplamente usados pela propaganda sionista são os filmes hollywoodianos. Um exemplo claro é a frequência de superproduções que abordam o sofrimento dos judeus na Alemanha nazista. Diante de tantas tragédias humanas que poderiam ser abordadas no cinema, o holocausto judeu aparece numa quantidade impressionante de filmes, como se fosse um assunto que não pode ficar muito tempo fora dos holofotes. Nesse cenário se insere o personagem Borat, criado e interpretado por Sacha Baron Cohen.
Judeu praticante, com forte inclinação sionista, Cohen criou um personagem caricato que se apresenta como sendo do Cazaquistão e manifestando posições acentuadamente machistas e antissemitas. Denuncia do Mintpress News aponta que Cohen trabalhou junto com CIA e Pentágono na produção do personagem, que teve seu momento de maior destaque no filme “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América”. O filme teve enorme bilheteria nos Estados Unidos e na Europa em 2006, no auge da chamada “Guerra ao Terror”, chegando a ser indicado para o Oscar de “Melhor Roteiro Adaptado”, entre outras premiações.
Como parte da campanha islamofóbica que serviu de apoio para a invasão do Afeganistão e do Iraque, o filme apresenta o suposto cazaque como alguém dotado de preconceitos e hábitos atrasados, os quais aparenta reproduzir inocentemente. Para isso, Cohen se aproveitou para inventar um Cazaquistão onde o ódio aos judeus seria quase como um esporte nacional. O filme mostra inclusive uma suposta tradição anual chamada “a corrida do judeu”, onde os judeus aparecem retratados com traços grotescos. Parodiando a Festa de São Firmino que ocorre na Espanha, os touros são substituídos por judeus, que são atiçados pelo público com maços de dinheiro.
Justo o Cazaquistão, que tem uma grande comunidade judaica, com diversas sinagogas e escolas judaicas. O governo do país chegou a fazer uma campanha para mostrar ao mundo o quão diferente era a realidade da caricatura propagada por Cohen, porém é muito complicado disputar com o alcance de Hollywood. Porém, uma série de representações muçulmanas são destacadas no filme, que finalmente tinha essas populações na sua mira. Um exemplo são os minaretes, que são torres de mesquitas, uma das características mais típicas da arquitetura muçulmana.
Cohen também interpreta outros personagens islâmicos, que têm em comum o machismo e um antissemitismo muito acentuado. O principal escritor dos projetos de cinema e televisão de Cohen, Lee Kern, tem sido um entusiasta do genocídio que ocorre atualmente na Palestina. No final de 2023, co-organizou o evento “Israel We F*cking Love You” (algo como “Israel Nós Te Amamos Pra C…”). Em novembro, Cohen atuou diretamente para pressionar o TikTok a bloquear comentários críticos a “Israel” na rede social, tendo já atuando em parceria com a sionista Liga Anti-Difamação.
Ou seja, um judeu fazer uma caricatura aberrante de um muçulmano é engraçado, é humor. Já o contrário é até difícil de imaginar, pois nem críticas sérias e fundamentadas escapam da censura sob o rótulo do “antissemitismo”. Manifestações pedindo cessar-fogo são “antissemitismo”. Imaginem se um comediante muçulmano conseguiria lançar um filme mostrando os judeus de forma caricata e expor o filme em uma quantidade gigantesca de salas de cinema como foram os filmes com o personagem Borat. Apresentar os muçulmanos como seres humanos primitivos se encaixa perfeitamente na campanha de encobrimento dos crimes de “Israel”, que aparece na propaganda como super civilizado, amigo dos homossexuais e da tecnologia.