Oriente Médio

EUA adotam política suicida ao bombardear Iraque

Bombardeio norte-americano no Iraque intensifica crise e fixa resolução do exército iraquiano de encerrar as operações norte-americanas no país

Em um ataque com bombas a Bagdá no último dia 07, os EUA bombardearam Bagdá, capital iraquiana, matando um comandante do Cataebe Hesbolá, Abu Baqr al-Saadi. O fato promete desencadear uma crise intensa, maior do que nos últimos bombardeios no Iraque desde o mês passado. O Catabe Hesbolá, importante organização política armada, havia anunciado que não iria atacar os EUA por enquanto, foi bombardeado mesmo assim. O evento levou o exército a se declarar oficialmente sobre a situação.

“Com este ato, as forças americanas colocam em risco a paz civil, violam a soberania iraquiana e desconsideram a segurança e a vida dos nossos cidadãos. Ainda mais preocupante é que a coligação se desvia consistentemente das razões e objetivos da sua presença no nosso território”, afirma o comunicado das forças armadas do Iraque.  E mais importante: “nossas forças armadas não podem deixar de cumprir seus deveres constitucionais e tarefas que exigem preservar a segurança dos iraquianos e da terra do Iraque de todas as ameaças”.

Aqui vale uma pequena explicação, o Cataebe Hesbolá não deve ser confundido com ao partido político Hesbolá do Líbano. Ele é um grupo de milícia iraquiano afiliado às Forças de Mobilização Popular, o movimento de milícias populares aliadas ao governo iraquiano que desempenhou um papel fundamental na derrota do Estado Islâmico e outros grupos apoiados pelo imperialismo.

O exército iraquiano sente-se pressionado a encerrar a missão da coalizão liderada pelos EUA, que se tornou fonte de instabilidade, ameaçando envolver o país em conflitos. O ataque é visto como uma declaração de guerra aos setores das Forças Armadas iraquianas, que incluem o Cataebe Hesbolá. A declaração do porta-voz do exército foi a mais enfática do exército desde o início do confronto com os EUA em outubro de 2023.

As forças norte-americanas afirmam que estão presentes para aconselhar e apoiar as forças locais contra o ressurgimento do Estado Islâmico. No entanto, elas atacam justamente aqueles que combatem o EI, isto é, organizações armadas das Forças de Mobilização Popular (tal qual o Cataebe Hesbolá). Esse fato provoca uma reação popular ainda maior, pois escancara que a presença dos EUA é uma fraude.

O líder do Cataebe Hesbolá prometeu “manter-se firme” na guerra santa contra as forças dos EUA na região após o ataque de drone de quarta-feira (7). O secretário-geral Abu Hussein al-Hamidaui afirmou em um comunicado divulgado na quinta-feira (8) que a agressão dos EUA “nos chama a permanecer firmes na guerra”, expressando condolências às famílias do comandante Abu Baqr al-Saadi e outros mortos no ataque.

O velório de Abu Baqr al-Saadi se tornou um enorme ato político no Iraque. Seu corpo foi levado até a Carbala, uma das cidades mais sagradas do Islã xiita. Esse fator social não pode ser ignorado. A FMP representam mais a vontade do povo do que o governo iraquiano. Este, mais conservador, a cada bombardeio dos EUA aproxima mais a sua posição a das FMP. O primeiro-ministro na última semana visitou os combatentes feridos no hospital. Já outro líder do parlamento foi ao local dos bombardeios.

A questão que se levante é: o exército do Iraque vai começar a atuar contra os EUA? Isso significa abrir mais uma guerra no Oriente Médio. Algo que seria ruim para o Iraque de princípio, dada a destruição, mas muito pior para os EUA, que tende a perder. O fato é que quanto mais o imperialismo tenta resolver a crise no Iraque pior fica sua situação. Se em outubro ele criou um problema com as organizações populares armadas, em dezembro isso virou problema com o governo e em fevereiro com o próprio exército. O futuro dos EUA no Iraque não parece ser longo.

 

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