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América Latina

Bolívia, mais um golpe orquestrado por Washington

O golpe foi derrotado, mas isso não signfica que o governo Arce está seguro

Na última quarta-feira (26), a Bolívia foi alvo de uma tentativa de golpe militar. Um grupo de soldados fortemente armados liderados pelo ex-comandante do Exército Juan José Zúñiga colocou blindados nas ruas e cercou a sede do governo. Pouco tempo depois, invadiram o Palácio Queimado e anunciaram que soltariam figuras importantes para o golpe de 2019, nomeadamente, Jeanine Añez, a ex-presidente golpista, e Luis Camacho, líder das manifestações golpistas da época.

Entretanto, a intentona golpista durou pouco tempo. Logo após invadirem a sede do poder Executivo, a principal central operária do país deflagrou uma greve geral e convocou os trabalhadores a irem às ruas defender o governo contra os militares. Ao mesmo tempo, Luis Arce, presidente boliviano, nomeou novos comandantes para as Forças Armadas. O do Exército, assim que foi empossado, ordenou que as tropas recuassem, o que foi feito.

O que explica um desfecho tão simples para um golpe militar que contava com rifles e blindados? Em sua participação semanal na TV 247, no YouTube, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), comentou sobre o caso.

Para Pimenta, o fato de que os Estados Unidos não condenaram o golpe mostra que se tratou de um golpe organizado pelos serviços de inteligência norte-americanos. “É um golpe organizado pela CIA, aqui no nosso país vizinho, uma barbaridade”, disse.

Segundo a agência de notícias francesa AFP, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca se limitou a “chamar à calma” na Bolívia após o deslocamento das tropas militares. “Os Estados Unidos estão acompanhando de perto a situação”, teria dito o representante norte-americano.

Na quinta-feira (27), dia seguinte ao golpe, o ministro da Economia do país, Marcelo Montenegro, implicou que os Estados Unidos estariam envolvidos com a tentativa de golpe.

“O governo convocou a encarregada de negócios [Debra Hevia] para prestar esclarecimentos na segunda-feira [24]. Dois dias depois, temos o que vocês viram acontecer na Praça Murillo. Façam vocês mesmos as suas deduções”, afirmou o ministro a jornalistas.

O chefe da pasta já havia confrontado a representante norte-americana. No dia 14 de junho, ele denunciou que Hevia estava liderando uma tentativa de “golpe brando”, se juntando a empresários e políticos de oposição para “produzir impactos na economia do país e desestabilizar o governo a partir dessas medidas”.

Para Pimenta, porém, a intentona deste dia 26 foi “um golpe muito mal feito”:

“O general Zúñiga, aparentemente, não era um bom candidato a ditador militar, a líder do golpe. A impressão que eu tive foi que o golpe saiu com relativa facilidade, mobilizou amplas tropas. Mas, quando a população começou a sair às ruas, uma parte do Exército que havia dado sinal verde a ele recuou. Então, o golpe fracassou”, afirmou.

Entretanto, o presidente do PCO argumenta que esta ofensiva não chegou ao fim. “Não sou muito otimista porque é muito conhecido esse processo em que os golpes fracassam dessa maneira […] isso é um prelúdio para um golpe mais bem organizado”, disse, citando o caso do Chile como um exemplo.

Ele também cita o que está acontecendo atualmente no Equador e na Colômbia, afirmando que a situação na América Latina, principalmente após a tentativa de golpe na Bolívia, “acende um sinal de alerta muito grande” para a esquerda latino-americana.

Por fim, Rui Pimenta explica qual teria sido a motivação por detrás da tentativa de golpe:

“É um problema complexo, o boliviano. [Luis] Arce tem uma política numa série de questões que é bastante direitista. Mas, ao mesmo tempo, ele procurou a China, está procurando fazer negócios com a China, está tentando entrar no BRICS. Acho que foi isso que motivou os norte-americanos.”

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