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Redes Sociais

Bloqueio do X por Xandão não é luta contra o imperialismo

Alexandre de Moraes não é Vladimir Putin e nem Xi Jin Ping, ele é um “office boy” do governo Biden no Brasil, um inimigo mortal de todos os trabalhadores 

O bloqueio do X por Alexandre de Moraes na última sexta-feira (30), foi interpretado erroneamente por grande parte da esquerda brasileira como uma defesa da soberania nacional, um ato anti-imperialista. A grande confusão acontece, pois Elon Musk é conhecido por participar de golpes de Estado na América Latina, como na Bolívia e na Venezuela, e porque o X é banido em diversos países que lutam contra o imperialismo, é o caso da Rússia, da China e do Irã. Mas infelizmente o Brasil não deu uma guinada anti-imperialista, pelo contrário.

Primeiro é preciso deixar claro que o X de fato é uma rede social ligada ao imperialismo que pode ser usada para desestabilizar os países oprimidos. No entanto, das grandes redes sociais norte-americanas ela é a menos controlada pelo aparato de inteligência dos EUA, ou seja, pelo principal setor do imperialismo. As principais redes controladas pela CIA são as do Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) e as do Google, incluindo o YouTube.

O X fazia parte desse grupo mas quando Elon Musk o comprou houve um racha. Foram demitidos diversos funcionários do governo dos EUA, incluindo do FBI, e divulgado por meio dos Arquivos do Twitter, que a rede estava diretamente sob intervenção do governo norte-americano. Ela não se tornou a grande defensora da liberdade de expressão como afirma Musk, mas é menos controlada pelos maiores inimigos de todos os oprimidos do mundo, o Estado norte-americano.

Por que isso é importante? Porque se fosse uma luta antiimperialista com a derrubada do X, que é a mais fraca das redes, o Google e o Meta deveriam entrar na mira da disciplina, algo que não está colocado de forma alguma. Pelo contrário, o bloqueio foi feito para fortalecer o Google e o Meta e também a imprensa burguesa, a maior inimiga das redes sociais. Ou seja, é um bloqueio que fortalece o principal setor do imperialismo em detrimento de um setor mais fraco.

O caso da Venezuela é interessante. Com a eleição de Maduro houve uma tentativa de golpe de Estado. Elon Musk apoiou completamente esse golpe, mas seu apoio escancarado facilitou a luta contra o golpe, Maduro pode bloquear o X sem muito questionamento. Mas todo o imperialismo quer derrubar Maduro, ou seja, Google e Meta também estavam na campanha golpista. Basta procurar Venezuela no Google que isso fica claro. Ambos estes monopólios apoiam o golpe com muito mais afinco pois tem algoritmos totalmente controlados pelo Estado dos EUA. E eles passam mais despercebidos.

Isso também é válido para o Brasil. O Meta e o Google agora terão um controle ainda maior da informação no Brasil. Isso passa longe de ser soberania nacional. Isso sem citar que a disputa entre dois setores do imperialismo, X e Google/Meta, é positiva para os trabalhadores que ganham quando seus inimigos estão mais divididos. O Facebook é algo tão maléfico que durante a eleição de 2020 nos EUA eles censuraram um dos maiores escândalos envolvendo Joe Biden para protege-lo. Se fazem isso nos EUA imagina o que não será feito no Brasil.

As nações que lutam contra o imperialismo

Mas então por que a censura do X no Brasil é diferente do bloqueio na China e na Rússia? Ao contrário de Alexandre de Moraes, um tucano indicado por Temer ao STF, ou seja, um cãozinho do imperialismo, na Rússia e na China os regimes políticos estão em guerra com o imperialismo. Isso faz com que os monopólios das redes sociais sejam utilizados para desestabilizar o regime. Na China o governo se protege tanto que proibiu até o Google.

Em relação à China fica claro que o Google é usado pelo imperialismo ao se pesquisar Uigures. Esta é uma população no oeste da China que de acordo com a imprensa imperialista sofre um genocídio, uma das maiores mentiras do século. No entanto, ao se pesquisar pelo seu nome só esse tipo de notícia aparece. Esse é só um exemplo que mostra como o Google funciona para divulgar a política do imperialismo. O chamado algoritmo do YouTube também é crucial nisso. Isso sem contar que a imprensa russa está totalmente censurada do portal de vídeos.

O que a Rússia e a China fazem então? Os países têm as suas próprias redes sociais. Elas não são um exemplo perfeito do que deve ser uma rede social, mas são um exemplo do que é um combate ao imperialismo. O VK tem sede em São Petersburgo e não nos EUA. Quando o Twitter foi proibido na Rússia, os russos tiveram a alternativa de migrar para uma rede social que não é controlada pelo imperialismo. O Telegram também não é controlado pelo imperialismo, inclusive está sofrendo grande ataque do governo da França.

Como dito acima nenhum desses países criou um sistema ideal, conseguindo manter a liberdade de expressão, proteção aos dados dos usuários e também a proteção para ataques estrangeiros. Mas ao menos no caso deles existe um embate, nação oprimida contra monopólio estrangeiro. Esse não é o caso do Brasil.

Alexandre de Moraes está ao lado da Rede Globo, do Estadão, da Folha, do Meta e do Google contra o X, que de todas essas citadas é a rede social menos controlada pelo imperialismo. Ou seja, o STF, assim como durante o golpe de 2016 e a prisão de Lula em 2018, age mais uma vez como agente do imperialismo no Brasil. Musk é usado como espantalho, mas a verdadeira vítima é o povo brasileiro, que se torna ainda mais oprimido pelos monopólios das redes sociais controlados pelos EUA.

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