No décimo artigo da série Kamala Harris e a esquerda, trazemos uma pequena biografia do ex-presidente norte-americano William Jefferson Clinton, mais conhecido com Bill Clinton. Eleito entre 1991 pela primeira vez em 1992, Clinton governou a maior potência imperialista do mundo por dois mandatos.
LEIA TAMBÉM
- Qual é a posição marxista sobre a questão do mal menor?
- O que é um compromisso para os marxistas
- Como identificar os falsos amigos dos trabalhadores
- Os trabalhadores só são fortes ao lutarem com as próprias forças
- A bússola infalível da classe operária
- O que é ser, de fato, pragmático?
- Os partidos burgueses sempre se voltarão contra os trabalhadores
- Joe Biden: 50 anos a serviço do ‘Estado profundo’
- Governo Obama: guerra do início ao fim do mandato
Depois de 16 anos de governos republicanos odiados pela população, eis que surge a figura de Bill Clinton. Ele foi o primeiro democrata a assumir a presidência dos Estados Unidos desde que o imperialismo formulou a política neoliberal, que teve em Ronald Reagan o seu primeiro grande expoente.
Ronald Reagan, que prometeu os gastos federais, como pretexto para diminuir os gastos sociais, acabou aumentando os gastos, com o crescente orçamento militar. A diferença de renda entre os ricos e pobres disparou. Os salários do trabalhador médio diminuíram e a taxa de propriedade de imóveis do país caiu. Durante os dois mandatos de Reagan na Casa Branca, que foram tempos de bonança para os ricos, a taxa de pobreza nas cidades cresceu.
No final do mandato de Reagan, a assistência federal aos governos locais foi cortada em 60%. Ao mesmo tempo, durante esse tempo, dos 40.000 pedidos de bancos solicitando permissão para expandir suas operações, o governo Reagan negou apenas oito deles.
Diante da hecatombe causada pelo governo Reagan e pelo governo de George H. Bush, a obrigação número 1 de qualquer organização de esquerda seria a de romper com a política neoliberal. Clinton, no entanto, não representava nada disso: pelo contrário, ele foi a continuidade da política implementada por Reagan.
Entre as medidas adotadas pelo governo Clinton, está a implementação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), dando ainda mais poderes às grandes corporações e aumentaram a desigualdade econômica, ao mesmo tempo que prejudicaram trabalhadores e indústrias nos EUA.
Clinton também assinou uma reforma da previdência social em 1996, impondo restrições ainda mais severas aos benefícios de assistência social para famílias de baixa renda. Na época, Clinton chegou a propor que os benefícios dados a mulheres que engravidem enquanto recebem o auxílio-desemprego fossem cortados.
Outra medida extremamente negativa para os trabalhadores norte-americanos foi a lei de crime promulgada por Clinton em 1994. A lei autorizou a contratação de 100 mil policiais, financiou a construção de 100 mil novas vagas em presídios, listou 30 novos crimes puníveis com pena de morte e proibiu a venda de 20 tipos de armas.
Mas o que mais marcou entre os crimes de Clinton, no entanto, foi o bombardeio da Iugoslávia. Em 1999, teve início a intervenção militar na Iugoslávia por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a República Federal da Iugoslávia durante a Guerra do Cossovo.
A intervenção criminosa, embora tenha durado 78 dias, assassinou 2.500 civis, de forma muito parecida com o que ocorre hoje na Faixa de Gaza. Clintou arrastou um total de 19 países para os criminosos bombardeios.