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Palestina

Beco sem saída: ‘Israel’ luta guerra em sete frentes

Os EUA declararam não querer “escalonar o conflito na região”, mas é exatamente o que está acontecendo, com frentes de combate se abrindo em todos os lados do Estado sionista

O ano de 2024 começou com uma nova derrota para o regime sionista, na forma do veto dado pelo Judiciário do país artificial à reforma judicial pretendida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A sentença da Suprema Corte de “Israel” foi divulgada logo no dia primeiro e coincidiu com outro anúncio problemático para o enclave imperialista, a retirada de cinco brigadas das tropas “israelenses” da Faixa de Gaza, cada uma com média estimada em 4 mil homens.

Oficialmente, segundo matéria da seção brasileira da emissora norte-americana CNN (“Israel espera sequência de combates em 2024 à medida que retira tropas de Gaza”, Michael Rosenblattn, Alex Stambaugh e Amir Tal, 1/1/2024), a mobilização teria como objetivo dispensar reservistas e reforçar o treinamento dos demais:

“As 551ª e 14ª brigadas – compostas por reservistas – retornarão às suas famílias e vidas civis esta semana, comunicou a IDF nesta segunda-feira (1º). Já a 828ª brigada, que treina comandantes de esquadrão, a 261ª brigada, que treina oficiais do exército, e a 460ª brigada, que treina o corpo blindado, retornarão ao treinamento programado.”

Ocorre que a reorganização se dá no momento em que o próprio governo israelense anuncia preocupação com um conflito mais amplo. Ao parlamento israelense, no último dia 26, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, reforçou a preocupação do enclave imperialista com a expansão geográfica e com o fato de “Israel” estar enfrentando uma guerra em múltiplas “arenas de guerra”:

“Já respondemos e agimos em seis dessas arenas, e eu digo aqui da forma mais explícita: qualquer pessoa que atue contra nós é um alvo potencial, não há imunidade para ninguém”, disse, acrescentando uma sétima ao nomeá-las: Gaza, Cisjordânia, Líbano, Síria, Iraque, Iêmen e também o Irã.

Desde o 7 de outubro, “Israel” tem também trocado tiros e disparos de foguetes praticamente diários com o Hesbolá, no Líbano, ao longo da fronteira compartilhada, com os episódios se intensificando nas últimas semanas. Segundo o sítio da rede britânica BBC, “mais de cem pessoas já foram mortas no Líbano desde outubro”, ao passo que, “no lado israelense, pelo menos quatro civis e nove soldados morreram na fronteira desde o início das hostilidades”.

Além dos revolucionários libaneses, no Iêmen, o também revolucionário partido Huti vem apoiando a iniciativa palestina atacando embarcações que tentam cruzar o Mar Vermelho, caminho marítimo necessário para o canal de Suez, através do qual se atinge o Mar Mediterrâneo e, consequentemente, o continente europeu. Com a intensificação da ofensiva iemenita em apoio à Palestina, os EUA anunciaram a formação de uma força naval internacional para proteger o tráfego marítimo nos pontos críticos de estrangulamento do Mar Vermelho, localizados exatamente ao largo do litoral do Iêmen.

Na Síria, o general iraniano Reza Mousavi foi morto em um ataque aéreo ocorrido no dia 25, atribuído a “Israel” por autoridades do governo de Teerã, que prometeu retaliação contra os sionistas. No dia seguinte (26), autoridades egípcias confirmaram que um drone, provavelmente lançado do Iêmen, foi interceptado sobre a cidade de Dahab, no Mar Vermelho. Os revolucionários iemenitas lançaram mísseis balísticos e drones contra “Israel” desde o início das hostilidades em Gaza, alguns dos quais foram interceptados pelos aliados regionais dos sionistas e pelo exército dos EUA.

Apesar do massacre hediondo de civis, as perdas militares de “Israel” estão desencadeando uma reorganização que, embora não seja declarada, apresenta evidências de serem a expressão de uma crise no comando militar do Estado sionista. O escalonamento do conflito é um fato, obrigando as forças sionistas a diminuírem o ataque aos palestinos para se concentrarem nas outras frentes de combate abertas, o que, por outro lado, já arrasta também a participação direta dos EUA e de uma coalização imperialista no conflito.

No campo político, a derrota do governo para a Suprema Corte demonstra o fim da trégua concedida pelo imperialismo a Netanyahu, indicando outra frente de batalha a ser travada e contra a qual as chances de “Israel” também são mínimas. Apesar da horrível matança de civis inocentes, a evolução da crise no Oriente Médio apresenta tendências muito positivas para a luta dos povos oprimidos contra a ditadura sionista e as forças imperialistas.

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