Em pesquisa de opinião feita pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, junto à base dos sindicalizados da categoria bancária da região, pesquisa esta realizada entre os dias 17 de novembro e 06 de dezembro de 2023, mostra o quanto os bancários estão sendo penalizados no quesito adoecimento no trabalho e, consequentemente, aumenta o grau de insatisfação dos trabalhadores no que se refere à elevada da carga de trabalho, principalmente em relação à necessidade de se atingir metas de vendas de produtos bancários (metas estas cada dia mais elevadas).
Segundo a pesquisa, 90% dos pesquisados considera, que a “falta de funcionários, metas abusivas e exigências de realização não segregadas de funções causam adoecimento psíquico”, sendo que, em alguns bancos, Banco de Brasília (BRB) e Bancos Privados, esses índices alcançam 93% e 95% respectivamente.
Um outro ponto que chama a atenção é no que tange à questão de assédio moral dentro dos bancos. No total da pesquisa, 69% dos pesquisados responderam que já presenciaram ou lhe foi confidenciado alguma situação de assédio moral no seu local de trabalho. Na Caixa Econômica Federal e no Banco de Brasília (BRB) os índices chegam a 72% e 75% respectivamente.
No total dos pesquisados, 54% se declararam vítimas de assédio moral no seu local de trabalho.
A pesquisa não deixa dúvida de que as demissões em massa e o assédio dos chefes são os responsáveis pela péssima qualidade de vida da categoria, o que vem elevando, a cada dia, os números dos índices de doenças ocupacionais.
Com a política dos banqueiros, de ataque aos trabalhadores bancários, pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) informa que de janeiro de 2014 ao mês de abril de 2023 foram fechadas 5.716 agências bancárias e demitidos cerca de 70 mil bancários, e que a pressão por resultados, com ameaça sobre seus empregos, é uma das razões que levam os bancários a ter problemas relacionados à saúde mental.
Mesmo representando apenas 1% dos trabalhadores com emprego formal, a categoria bancária representa 24% dos afastamentos por doenças mentais. Em 2012, o número de afastamento por motivos psicológicos era de 12% e, nos últimos 5 anos, esse número teve um crescimento de 26,2%, sendo que 83% dos afastamentos médicos da categoria têm origem emocional, desde a depressão, ansiedade, às síndromes de burnout (esgotamento físico, mental e emocional) e de pânico.
A pesquisa, realizada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, é uma prova inconteste de que o assédio moral nas relações de trabalho, ou seja, a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras é um sistema implacável de opressão no trabalho, e que, a cada dia, os banqueiros têm levado a vida do bancário a um verdadeiro caos.
É mais do que evidente que uma questão central para os bancários é dar um basta a essa ofensiva reacionária dos banqueiros que, para sustentar os lucros de um punhado de parasitas do sistema financeiro está levando, literalmente, os bancários à loucura.
Portanto, é necessário que as entidades de luta da categoria passem a organizar, imediatamente, mobilizações da categoria, a fim de barrar tal ofensiva, mobilizações estas que devem ter como eixos a realização de grandes assembleias e encontros nacionais de bancários, no formato presencial, com a ampla participação de base, num amplo processo de mobilização que resulte em um verdadeiro programa de luta contra a ofensiva dos banqueiros.





