No ano de 2024 um recorde foi batido no Brasil, o maior saque da história realizado pelos banqueiros por meio da dívida pública. Foram 918 bilhões de reais acumulados nos 12 meses do ano, segundo o Banco Central. Em 2023, esse gasto foi de 718 bilhões, um aumento de 200 bilhões em apenas um ano! O Brasil vive uma ditadura monstruosa dos bancos internacionais, eles controlam totalmente a economia por meio da dívida e assim impõe a miséria para dezenas de milhões de trabalhadores brasileiros.
Segundo o Tesouro Nacional a Dívida Pública Federal (DPF) subiu em novembro e superou a marca de R$ 7,2 trilhões. Segundo números divulgados nesta quinta-feira (26) a DPF passou de R$ 7,073 trilhões em outubro para R$ 7,204 trilhões no mês passado, alta de 1,85%.O grande motivo do aumento é juros altíssimo imposto pelo Banco Central, até então controlado pelo bolsonarista tucano Roberto Campos Neto. A política deste homem é responsável pelo roubo de mais 200 bilhões de reais relativamente entre o orçamento de 2023 e 2024.
Já no mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 4,78%, passando de R$ 325,22 bilhões em outubro para R$ 340,76 bilhões no mês passado. A alta foi causada pela valorização do dólar, que subiu 4,77% no mês passado. Ou seja, o ataque especulativo do “mercado” contra o governo Lula também resulta em um impacto direto na dívida pública. Mas pelos números gerais fica claro que a principal dívida é a “nacional”, com o truque de que na verdade as empresas nacionais que controlam a dívida são na verdade fachadas para empresas imperialistas, estrangeiras.
Além disso o próprio Banco Central anunciou que o impacto do aumento dos júros agora é ainda maior do que era em 2023. Segundo o BC o impacto da alta da taxa básica de juros, a Selic, na dívida líquida do setor público (DSLP) está cada vez maior. Em novembro, cada elevação de 1 ponto percentual (p.p.) da Selic aumentaria a DSLP em 55,2 bilhões de reais. A cifra é 20% maior que os 46 bilhões de reais que seriam acrescidos à dívida pública para cada alta de 1 pp da Selic em novembro do ano passado! Ou seja, o roubo dos banqueiros vai crescendo exponencialmente todos os anos.
Aqui vale uma explicação simples sobre o funcionamento da dívida pública. Como citado acima, o Brasil tem uma dívida avaliada em 7,2 trilhões de reais. Essa dívida foi adquirida desde a época da ditadura militar e só se mantém existindo pelo sistema absurdo de juros dos bancos que aumenta seu valor todos os anos. Todos os anos o governo paga basicamente uma parte dos juros da dívida, assim ela continua crescendo. Os juros são definidos pelo órgão do governo, o Banco Central, mas por causa da política neoliberal de Bolsonaro, Campos Neto definiu os juros mesmo no governo Lula. Assim com os juros na casa dos dois dígitos em todo esse período, algo totalmente absurdo, a dívida cresceu em centenas de bilhões durante o governo Lula.
Infelizmente, Lula cedeu a pressão dos banqueiros e não indicou um novo presidente do BC que tenha uma política nacionalista ou socialista na economia. A tendência com o novo presidente Galipolo, que era assessor de Campos Neto, é que os juros continuem altos e assim a dívida continue crescendo e se mantenha como uma coleira apertada na economia brasileira.
Depois dessa breve explicação é importante citar mais dados. Em novembro de 2023, cada 1 ponto de alta dos juros elevava a dívida líquida como proporção do PIB em 0,43 ponto. No mês passado, essa proporção já era de 0,47 ponto. A DSLP considera a dívida bruta do governo geral (DBGG), menos tudo o que é arrecadado.
Em valores nominais, o impacto da taxa de juros sobre as finanças públicas é bem maior que o da inflação e o do dólar. Mas o dólar foi o que mais acelerou seus efeitos nos últimos 12 meses. Segundo o relatório do BC divulgado hoje, para cada 1% de alta do dólar frente ao real, a DLSP aumenta 10,4 bilhões de reais. A cifra é 35% maior que o impacto de 7,7 bilhões de novembro do ano passado. Ou seja, os banqueiros controlam todo o sistema da dívida de forma que ela nunca para de crescer, e cresce cada vez mais rápido.
A questão da dívida pública é um dos problemas centrais do Brasil. Não há como não discutir que todos os anos quase um trilhão de reais é roubado pelos banqueiros. São gastos que poderiam ser investidos nos serviços públicos e também na própria economia. O governo poderia fazer um projeto de industrialização gigantesco caso tivesse acesso a esse dinheiro, o Brasil poderia se tornar rapidamente uma China em velocidade de crescimento.
No fim é tudo uma questão política. Uma luta contra os banqueiros para que não roubem o orçamento nacional. A política correta seria não pagar sequer um centavo para esses banqueiros. O orçamento do Estado nacional deve ser controlado pelos trabalhadores e não pelos banqueiros. Assim se faz necessário um movimento nacional de defesa de um calote total da dívida pública!