Nessa terça-feira (17), Antonio Camarotti, presidente e fundador da Forbes Brasil, publicou, no sítio oficial da publicação, um artigo intitulado O Brasil não aguenta mais dois anos de governo Lula.
Apenas o título do artigo, quando levado em consideração que vem do representante brasileiro de uma das principais revistas de negócios do mundo, já deve servir como um alerta para o governo e para a esquerda como um todo. Ao final do texto, o autor deixa ainda mais claro seu objetivo:
“Não é mais tempo de discursos, promessas ou manobras políticas. É hora de agir com responsabilidade e pragmatismo. O governo Lula precisa assumir o controle da situação com um plano econômico robusto, transparente e eficaz. A sociedade, por sua vez, precisa abandonar a inércia e cobrar, com vigor, ações que revertam esse quadro catastrófico.
Dois anos dessa inércia podem ser fatais. O Brasil, sua economia e o futuro das próximas gerações dependem de uma reação imediata. A pergunta que fica é: quando a sociedade romperá o silêncio e exigirá mudanças reais? O relógio está correndo, e o preço da omissão será pago por todos nós.”
Trata-se, em outras palavras, de uma ameaça contra o governo Lula: “ataque mais e mais o povo brasileiro, dê mais e mais dinheiro para os banqueiros, e não o derrubaremos”. É isso que significa “cobrar com vigor” que o governo Lula adote “um plano econômico robusto”.
Tanto é que, para “cobrar” o presidente, Camarotti utiliza o fato de que o dólar alcança valores cada vez mais absurdos. Até quarta-feira (18), por exemplo, a moeda bateu um novo recorde, ultrapassando R$6,25.
Este aumento, no entanto, é, também, uma chantagem contra o governo. Finalmente, os principais responsáveis pelo aumento exorbitante do dólar são os especuladores financeiros, os mesmos banqueiros que fazem o Brasil inteiro de refém por meio da criminosa dívida pública.
Não é à toa que a possibilidade de Lula não concorrer às eleições em 2026 devido à sua saúde deixou o tal “mercado” animado:
“Na semana passada, diante da internação do presidente Lula, houve entre a maioria dos agentes financeiros, a leitura de que, assim como ocorreu nos Estados Unidos com Joe Biden, o atual presidente, por conta da idade e da saúde, poderia não participar da próxima corrida eleitoral. Diante disso, os agentes financeiros vislumbraram e passaram a precificar a chance de ocorrer algum ajuste fiscal no médio prazo. Com a melhora do presidente, falas sobre sua candidatura nas próximas eleições e pesquisas de intenção de voto, esse horizonte se desfez, e o dólar voltou a avançar com a piora na percepção de risco fiscal”, diz reportagem do Valor Econômico.
Não param de surgir demonstrações de que por mais reacionária que seja, a política econômica do governo, chefiada pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, não satisfaz os banqueiros.
Fato é que o imperialismo se afunda em uma crise cada vez maior. Diante disso, os banqueiros precisam de mais dinheiro, mesmo que isso signifique roubar até o último centavo do povo brasileiro.
Para atingir esse objetivo, deixam claro que estão dispostos a ir até as últimas consequências e, se for preciso, até mesmo derrubar o governo Lula.