O Banco Central dos banqueiros, independente do Brasil, alheio ao povo brasileiro e a qualquer projeto político de crescimento econômico consistente, elevou mais uma vez a taxa de juros em 0,5%, alcançando a estratosférica cifra de 11,25%. Trata-se da terceira taxa de juros mais alta do mundo, ficando atrás apenas das taxas da Turquia e da Rússia.
A reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), nesta quarta feira, dia 6 de novembro, foi unânime, com a aprovação inclusive de Gabriel Galípolo, jovem economista escolhido pelo governo Lula, e já aprovado pelo Senado, para exercer o cargo de presidente do BACEN, no lugar de Roberto Campos Neto. Sim, você, leitor deste Diário, leu corretamente, Gabriel Galípolo, apontado por Lula como o novo presidente do BC, também votou a favor da elevação da taxa.
A argumentação do BACEN para explicar mais essa alta dos juros da taxa SELIC passa como sempre pelo temor de uma inflação futura, mas que já pesa bastante no bolso da população, pela alta do dólar (que chegou a R$ 5,86, mas fechou o dia em queda, alcançando R$ 5,67), por uma possível pressão dos salários, que estariam em alta, ou teriam um potencial de alta, devido à ligeira ativação econômica, e pela questão fiscal, com a expectativa sobre a reforma tributária que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está negociando.
Mas a artilharia principal do BACEN tem como alvo os programas sociais que tentam amenizar um pouco o sofrimento do povo brasileiro e promover ao mesmo tempo algum crescimento econômico residual. Nem essa migalha os vampiros querem conceder ao povo. O corte de gastos deve atingir os abonos salariais, o seguro-desemprego, os pisos de Saúde e Educação, por exemplo. Já os gastos com os juros para os banqueiros, que já levam a metade de todos os impostos que o governo arrecada, não entram na linha de tiro dos ajustes ou contenção de despesas.
A organização Auditoria Cidadã da Dívida Pública, liderada por Maria Lúcia Fatorelli, tem buscado explicar ao povo brasileiro o absurdo total que o denominado “Sistema da Dívida”, praticado sob os auspícios do BACEN, representa em termos de prejuízos incalculáveis ao povo brasileiro, um verdadeiro roubo, administrado por uma pequena minoria de parasitas e lesa-pátrias, encastelados no COPOM e lacaios dos bancos e do imperialismo.
Apesar de todas as reclamações do presidente Lula e de setores do PT, capitaneados pela presidenta do partido, deputada Gleisi Hoffman, o Banco Central do Brasil continua sua saga de pilhagem dos recursos públicos contra o povo brasileiro e contra qualquer possibilidade de um crescimento econômico real, com reindustrialização e distribuição da riqueza.
A verdade é que o neoliberalismo é um sistema de destruição das forças produtivas do país. Todo o esforço que um povo faça para melhorar a vida, as condições econômicas e a produtividade, será carreado para o enriquecimento ilícito de poucas famílias de vampiros financeiros, levado para o exterior e malbaratado em guerras e destruição econômica e da vida social dos países.
Quanto aos novos investimentos, necessários para a reativação da economia e para a melhoria das condições de infraestrutura e da qualidade de vida da população, essa política do BACEN inviabiliza, ou od torna insignificantes. O atraso do país se torna evidente e o governo Lula, mais uma vez, fica num impasse diante da situação.