A categoria bancária, nesta campanha salarial, cuja data base é no mês de setembro próximo, se defronta com um dos piores processo de retrocesso nas suas condições de vida (recorde de desemprego, rebaixamento salarial, terceirização, descomissionamento, aumento gigantesco de doenças decorrente do trabalho, principalmente aquelas ligadas à saúde mental, etc.) como resultado da política dos banqueiros nacionais e internacionais conjuntamente com os especuladores financeiros cujo único objetivo é a busca desenfreada pelo lucro a qualquer preço.
Só para se ter uma ideia do quanto os bancos lucram no País, no ano passado, segundo informação do Banco Central, os bancos no Brasil bateram um novo recorde quando obtiveram um lucro líquido de R$144,2 bilhões, ultrapassando os R$139 bilhões do ano de 2022.
Toda essa ofensiva reacionária dos banqueiros nesses últimos períodos, a categoria bancária deparou-se com a política das direções sindicais que estiveram, e ainda estão, dominadas pela colaboração e capitulação diante dos banqueiros. Essa política tem levado a uma profunda paralisia dos diversos sindicatos nacionalmente, como aconteceu, por exemplo, na última campanha salarial dos bancários há dois anos que, devido ao acordo bianual fechado na mesa com os banqueiros em 2022, impôs uma derrota à categoria consagrando um arrocho salarial e paralisando a luta dos bancários por dois anos e mostrou, mais uma vez, que os acordos bienais são um atentado contra as condições de vida dos trabalhadores e contra seu direito individual e coletivo de reivindicar melhorias.
Para a burocracia sindical, por conta de seus próprios interesses, estão vigentes os velhos e inúteis métodos da conciliação nas intermináveis “mesas de negociações” que, por conta dessa política da burocracia sindical, os trabalhadores acabam recebendo apenas as migalhas caídas dessas famigeradas “negociações”.
As lutas que acontecem (trabalhadores do INSS, IBAMA, Servidores Públicos, etc.) expressam uma tendência à reação dos trabalhadores diante da degradação das condições de vida imposta pelo regime político.
Na categoria bancária, para que a campanha salarial possa ser vitoriosa, é necessário que os trabalhadores exijam das direções sindicais impulsionar, por meio de um intenso trabalho de agitação e propaganda nas agências de dependências bancárias, uma campanha para organizar uma gigantesca mobilização capaz de desequilibrar a situação em favor dos trabalhadores bancários através de uma política independente dos patrões e do governo. Para isso, é preciso organizar a criação de Comitês de Luta em cada local de trabalho, ou seja, organizar e fortalecer os setores da base da categoria.