Uma matéria publicada no sítio +972 Magazine e assinada por um jornalista israelense, Yuval Abraham, denuncia que as forças armadas de “Israel” marcaram dezenas de milhares de habitantes de Gaza como suspeitos de assassinato usando um sistema de mira de inteligência artificial (IA). Segundo Abraham, “o sistema Lavender foi projetado para marcar todos os supostos agentes das alas militares do Hamas e da Jiade Islâmica Palestina (JIP), inclusive os de baixo escalão, como alvos potenciais de bombardeio”, informa o jornalista (“‘Lavender’: The AI machine directing Israel’s bombing spree in Gaza”, 3/4/2024).
No mesmo artigo, o jornalista denuncia que “fontes disseram ao +972 e ao Local Call que, durante as primeiras semanas da guerra, o exército [israelense] dependeu quase que totalmente do Lavender, que registrou até 37.000 palestinos como supostos militantes – e suas casas – para possíveis ataques aéreos”.
Segundo o jornalista, a IA considerava mais fácil localizar os supostos alvos quando estes se encontravam em suas casas, tarefa para a qual contavam com outros sistemas, “inclusive um chamado ‘Where’s Daddy?’ (Onde está o papai, em português)”. Graças a isso, as forças sionistas passaram a atacar “sistematicamente os indivíduos visados enquanto eles estavam em suas casas – geralmente à noite, com a presença de toda a família – em vez de durante a atividade militar”, informa o jornalista.
“‘Não estávamos interessados em matar os agentes [do Hamas] apenas quando eles estavam em um prédio militar ou envolvidos em uma atividade militar’, disse A., um oficial de inteligência, à +972 e à Local Call. ‘Pelo contrário, a IDF os bombardeou em suas casas sem hesitação, como primeira opção. É muito mais fácil bombardear a casa de uma família. O sistema foi criado para procurá-los nessas situações.’”
Outro funcionário do serviço secreto ouvido por Abraham, B., dá mais detalhes sobre o sistema de genocídio automatizado: “não sabíamos quem eram os agentes de ‘nível inferior’ [na superfície]”. Os combatentes do Qassam e os civis de Gaza não são diferentes. Não há nenhuma característica que identifique o ‘homem do Hamas’ e que o diferencie positivamente de qualquer outro homem de Gaza – portanto, o Lavender identificou esses ‘alvos’ como ‘afiliados ao Hamas’ de modo que eles podem ter participado de algum grupo do Whatsapp que incluía um membro do Hamas, ou emprestaram o telefone para a família ou o deixaram carregando em casa”, diz.
De acordo com fontes ouvidas pelo jornalista, “para cada ‘agente júnior’ do Hamas que Lavender marcasse, era permitido matar até 15 ou 20 civis”, informa Abraham, acrescentando que “no passado, os militares não autorizavam nenhum ‘dano colateral’ durante assassinatos de militantes de baixa patente”.
As fontes de Abraham informaram ainda que “no caso de o alvo ser um ‘oficial sênior’ do Hamas com a patente de comandante de batalhão ou brigada, o exército autorizou, em várias ocasiões, a morte de mais de 100 civis no assassinato de um único comandante”.”Durante os primeiros estágios da guerra”, diz o jornalista, “o exército deu ampla aprovação para que os oficiais adotassem as listas de mortes da Lavender, sem nenhuma exigência de verificar minuciosamente por que a máquina fez essas escolhas ou de examinar os dados brutos de inteligência nos quais elas se baseavam.”
O porta-voz das forças de ocupação da Palestina negou, segundo Abraham, a existência de tais sistemas, mas diante de todas as evidências da monstruosidade dos militares sionistas, é plausível que o nazista exército de “Israel” tenha procurado poupar trabalho e displicentemente, automatizar suas listas de alvos, com nenhum cuidado sobre quem estava sendo marcado para morrer. Simplesmente monstruoso.