O governo Tarcísio intensificou a repressão policial em todo o estado de São Paulo, resultando em um aumento significativo no número de mortes causadas pela Polícia Militar. Além disso, diversas denúncias têm exposto casos de tortura, execuções, perseguições a pessoas nas ruas e outros episódios que evidenciam a brutalidade policial contra a população brasileira.
Desde o início do governo Tarcísio, o número de inquéritos instaurados para apurar homicídios cometidos pela polícia aumentou 80%. No último ano da gestão do PSDB no estado, foram registrados 185 inquéritos desse tipo. Já no primeiro ano do novo governo, esse número saltou para 322 e, em 2024, chegou a 547.
O número de mortes causadas pela polícia em São Paulo também é alarmante, totalizando 580 entre janeiro e setembro de 2024, em comparação com 374 no mesmo período do ano anterior, o que representa um aumento de 55%. Vale ressaltar que as investigações desses homicídios são conduzidas pela própria polícia, o que contribui para que os números divulgados sejam muito inferiores ao que provavelmente seriam caso todos os homicídios praticados pela polícia fossem devidamente reportados ao público.
Esses fatos evidenciam a urgência da luta pelo “Fora Tarcísio!” por parte de toda a esquerda paulista, uma vez que o governo atual adota como política o extermínio da população pelas mãos dos órgãos de repressão policial.
No entanto, ao analisarmos o caso com mais atenção, fica evidente que o problema não se limita ao governo de Tarcísio de Freitas. Toda a estrutura policial no Brasil é empregada como um instrumento de repressão à população e, gradualmente, contribui para o extermínio do povo brasileiro.
A violência policial não é um tema novo nos debates da esquerda. Episódios como a chacina do Carandiru e o Massacre de Eldorado do Carajás, por exemplo, ganharam repercussão internacional devido ao alto nível de repressão exercido pelos órgãos estatais no Brasil.
Além disso, ao analisarmos os dados apresentados neste texto sobre o número de inquéritos que apuram homicídios cometidos pela polícia, percebemos que o recorde desse tipo de investigação não pertence ao governo Tarcísio, mas sim ao do tucano João Doria, no ano de 2020, com 615 casos.
Considerando que o número de inquéritos está muito aquém dos dados reais de homicídios cometidos pela polícia, podemos concluir que o único caminho para o fim da violência policial é a completa extinção do aparato policial no Brasil.
A esquerda pequeno-burguesa, no entanto, tem procurado argumentar o oposto do que foi afirmado no parágrafo anterior. Tenta atribuir a violência policial exclusivamente aos governos bolsonaristas, como o de Witzel no Rio de Janeiro, que durou apenas um ano e meio, enquanto ignora os 27 anos de gestão do PSDB em São Paulo. Durante esse período, a violência policial contra a população foi uma constante, como demonstram a brutal repressão aos protestos iniciais de junho de 2013, as greves dos professores e as inúmeras chacinas ocorridas nos bairros mais pobres da capital, em cidades do interior e durante operações na Baixada Santista.
Dessa forma, toda a violência policial ocorrida antes do surgimento do bolsonarismo, assim como aquela praticada em estados governados por partidos não bolsonaristas, é tratada com menos relevância do que deveria.
É necessário, portanto, lutar para que o governo de Tarcísio em São Paulo seja derrubado por meio da mobilização popular, não apenas devido à questão da violência policial. Além disso, é fundamental combater pela extinção da atuação policial no Brasil, pois essa é a única maneira de assegurar os direitos fundamentais da população brasileira.
Tentar controlar a polícia com um governo de direita não bolsonarista, ou mesmo tentar controlá-la com governos de esquerda, não acaba com o problema. A completa falta de controle do governo de Lula em relação à Polícia Federal, completamente a serviço do Mossad e da CIA no Brasil, é prova disso. Da mesma forma, colocar câmeras corporais nos policiais, que podem muito bem atuar à paisana, assim como tentar desmilitarizar a polícia, são tentativas de diminuir a brutalidade, mas não de acabar com ela. O único meio para isso é o fim da polícia.