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Palestina

Ato em São Paulo celebra 8 meses da Operação Dilúvio de Al-Aqsa

Manifestação ocorreu na Praça Estado da Palestina, no bairro do Paraíso

Nesse domingo (9), algumas dezenas de manifestantes se reuniram na Praça Estado da Palestina, localizada no bairro do Paraíso, zona centro-sul da cidade de São Paulo, para protestar contra o genocídio do povo palestino praticado pelo Estado nazista de “Israel”. No geral, os presentes não apenas destacaram os crimes de guerra praticados pelos sionistas, acobertados pelos Estados Unidos, como também expressaram seu apoio à resistência palestina, posição cada vez mais popular nas manifestações em defesa do povo palestino.

Em sua fala, logo no início, Mohamad El-Kadri, da Frente Palestina de São Paulo, lembrou que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) foi eleito para governar o povo palestino, ao contrário do que diz a propaganda imperialista e sionista. Indo no mesmo sentido, Cauê, vendedor da loja Tripalium, que estava presente no ato, destacou que “não tem eleição na Cisjordânia, porque o Hamas venceria a eleição”. Ele ainda explicou que “o Hamas é o exército palestino, é a defesa palestina” e que “o Hamas representa a população palestina”. Nos oito meses de Operação Dilúvio de Al-Aqsa, “ficou comprovada que a resistência é efetiva, está ganhando essa guerra“, completou.

A necessidade de continuar nas ruas para parar o genocídio era comum aos participantes. Em declaração a este Diário, Yussef, membro da comunidade árabe em São Paulo, afirmou que, “se não fossem as manifestações, não teríamos a pressão que estamos tendo hoje sobre ‘Israel’“. O manifestante ainda lembrou que “a opinião pública mudou, a posição dos líderes mundiais mudaram”, concluindo que não há outro caminho a não ser “o povo se manifestar e a população de Gaza resistir”.

Responsável pela venda do Dossiê Causa Operária e pelo Jornal Causa Operária, Stefania Robustelli conversou com vários manifestantes. Segunda ela, várias pessoas que nunca participaram de um ato em apoio à Palestina apareceram na manifestação do domingo. “Provavelmente, essas pessoas não participaram porque não ficaram sabendo dos atos anteriores, porque não foram bem divulgados. Mas isso mostra que o apoio ao povo palestino é grande, o que falta é as pessoas terem acesso à informação de que essa defesa da Palestina está acontecendo”, explicou Robustelli. Sobre o material que estava vendendo, ela destacou que havia muito interesse em torno da edição do Dossiê Causa Operária, que rebate as calúnias contra a Resistência Palestina. Robustelli destacou que os manifestantes abordados “concordam que tudo não passa de uma calúnia” e que “já têm consciência de que a grande imprensa está voltada para caluniar a Resistência Palestina”. Por fim, ainda assinalou que os adesivos distribuídos pelos Comitês de Luta, que mostram crianças assassinadas por “Israel”, estavam tendo grande aceitação.

Vendedor da banca de materiais do PCO, Daoud Zaparolli afirmou que muita gente veio até o local onde estavam sendo comercializados seus produtos. “O que saiu bastante foram os livros da Palestina produzidos pela Ibraspal [Instituto Brasil-Palestina] e botons da Palestina. Há muita procura por camisas das forças de resistência, que sempre esgotam rapidamente”. O mesmo foi destacado por Cauê, da Tripalium: “de um tempo para cá, acabou essa vergonha de pedir camiseta do Hamas e do Hesbolá. As pessoas querem cada vez demostrar apoio à resistência. Tanto que hoje estou sem camiseta do Hamas”.

Um dos pontos altos da manifestação foi a fala do representante do PCO, João Jorge Caproni Pimenta, membro de sua Direção Nacional. O jovem dirigente saudou o Hamas, o Hesbolá, a Jiade Islâmica, o povo do Iêmen e todos os que estão na luta contra o “inimigo sionista” e afirmou que “Israel” mostrou a sua “face fascista” ao se negar em cessar as hostilidades contra o povo palestino.

Veja abaixo o discurso de João Pimenta na íntegra.

“Boa tarde, companheiros. Gostaria de saudar todos os presentes, todas as organizações que estão aqui. Companheiros, tem sido oito meses de muita luta, desde a operação do 7 de outubro. E queria falar para todos vocês que, apesar de ser muito triste o que está acontecendo, em relação ao genocídio, ao ataque cruel de ‘Israel’ contra os civis, nós temos que ver que, em oito meses, os companheiros da resistência, e eu não falo só do Hamas, mas também da Frente Popular [para a Libertação da Palestina], da Jiade [Islâmica], de todos os grupos que estão na linha de frente, enfrentando o exército sionista, eles mostraram uma coisa muito importante: eles mostraram que ‘Israel’ não é todo-poderoso na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e na Palestina de conjunto. Eles mostraram que os palestinos vão lutar, seja de armas na mão, seja manifestando, e que isto tem apoio internacional. Eles deram uma verdadeira demonstração de internacionalismo. Os trabalhadores do mundo inteiro mostraram ser solidários com a causa palestina.

Companheiros, queria colocar também uma coisa que é essencial para a situação atual. Nós estamos vendo que o exército de ‘Israel’ está tendo dificuldade na luta contra a resistência, e que eles foram forçados, pela primeira vez em muito tempo, negociar com a resistência. E a resistência colocou exigências bem claras: um cessar-fogo por tempo indeterminado, permitir o ingresso de ajuda humanitária e de ajuda para reconstruir a Faixa de Gaza. E aí nós vemos a face fascista de ‘Israel’: eles não querem concordar com o cessar-fogo, eles não querem admitir que eles estão sendo derrotados pela força revolucionária do povo palestino.

Companheiros, em nome do Partido da Causa Operária, eu queria expressar a nossa mais profunda solidariedade com todos aqueles que lutam, e principalmente os que estão de armas na mão na Palestina. Queria expressar a nossa solidariedade aos companheiros do Iêmen, ao Hesbolá, que estão, todos, lutando, cada um na sua frente, para derrotar o inimigo sionista.

Por último, companheiros, queria falar que, independentemente do que aconteça, os companheiros da Palestina e os trabalhadores de todo o mundo vão vencer esta luta. Até a vitória!”

No final do ato, os manifestantes queimaram uma bandeira de “Israel”.

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