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'Israel'

O ditadorzinho escondido atrás de um país em dissolução

Sionista defende censura, repressão e genocídio porque acha que o Estado que o protege é eterno; e se não for?

Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), o ex-soldado israelense André Lajst publicou um texto intitulado Por que Israel baniu a Al Jazeera? no qual procura justificar mais uma medida repressiva do Estado nazista de “Israel”. Ao tentar justificar o injustificável, Lajst se revela, logo de início, como o que de fato é: um apoiador dos crimes de “Israel”.

O primeiro argumento apresentado por Lajst é o de que o banimento de uma emissora de televisão cuja linha editorial claramente se opõe aos interesses do governo “não são comuns apenas a governos não-democráticos”. Em outras palavras, banir emissoras por critérios puramente políticos seria algo democrático.

Quanto a se é ou não democrático banir uma emissora de televisão legalmente constituída em um país, não há o que debater. Um regime supostamente democrático pressupõe a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. Se uma emissora não tem o direito de veicular opiniões contrárias a um determinado governo, trata-se de uma ditadura.

Mas o debate aqui vai muito além de uma discussão abstrata sobre o que é ou não democrático. Qual é o grande incômodo que a Al Jazeera causa ao governo israelense? Por qual motivo, inclusive, dezenas de jornalistas dessa emissora já foram assassinados pelas forças de ocupação sionista? Simples: porque a emissora catarense expõe a verdade sobre a guerra entre “Israel” e o povo palestino.

A emissora catarense, por exemplo, produziu um documentário que mostra, com provas, que as próprias forças sionistas executaram israelenses no dia 7 de outubro de 2023. A mesma emissora entrevistou e relatou, em detalhes, com fotos, o drama vivido por mulheres que tiveram de dar à luz nos últimos meses, em que “Israel” intensificou seu genocídio contra a população palestina. A Al Jazeera, ainda, mostrou que “Israel” utiliza armas como fósforo branco, que são proibidas pelo Direito Internacional, contra o povo palestino.

André Lajst, ao defender o banimento da Al Jazeera, portanto, não apenas se mostra um defensor da censura, como um defensor dos motivos que levaram “Israel” a banir a emissora. Isto é, um defensor do assassinato de mais de 15 mil crianças, da invasão de hospitais, da prisão de mais de 12 mil palestinos e de todas as monstruosidades praticadas pela entidade sionista.

Na tentativa de defender a censura, André Lajst cita, então, a União Europeia como exemplo de “democracia” que teria banido órgãos de imprensa. Diz ele:

“A União Europeia agiu de modo semelhante em março de 2022, poucos meses após a invasão da Rússia à Ucrânia, banindo a RT, televisão estatal russa, e o Sputnik, outro canal de notícias. A justificativa foi de que ambos os veículos são utilizados pelo presidente russo Vladimir Putin para promover desinformação. O mesmo pode ser dito em relação ao uso da Al Jazeera pelo Catar e, consequentemente, pelo Hamas.”

A comparação é mais que cabível. Afinal, assim como no caso da Al Jazeera, a censura contra os canais russos foi uma demonstração brutal do caráter antidemocrático dos países europeus. O objetivo, ao banir RT e Sputnik, era o de – vejam que coincidência – manter a população mundial ignorante dos crimes de guerra praticados pelo regime nazista da Ucrânia. Crimes esses que também incluíam a utilização de armas químicas!

Ao trazer à tona a censura aos órgãos russos, André Lajst acaba nos fazendo um favor, pois esclarece o que realmente está em jogo. A censura à imprensa catarense e à imprensa russa é parte de uma ofensiva global do imperialismo contra a liberdade de expressão em todo o mundo. Ofensiva essa que também se expressa no banimento do TikTok nos Estados Unidos, na repressão às manifestações dos estudantes norte-americanos, nos processos contra judeus antissionistas como Breno Altman etc.

De um lado, estão os países mais poderosos do mundo, como Estados Unidos, França, Alemanha e Japão. São os países que controlam a economia mundial, que são responsáveis por 99% dos golpes de Estado no mundo, que assassinaram dezenas de milhões de pessoas em guerras somente nas últimas décadas. Do outro, os países que sempre foram vítimas dessas potências. Se a censura parte do primeiro grupo de países, qual seria o objetivo, então, da censura? Promover a “democracia” ou suprimir a oposição para a implementação de um regime de terror contra todos os povos?

André Lajst, ainda que diga ter nascido no Brasil e se ache um cidadão de um paiseco que sequer deveria existir, defende os interesses do primeiro bloco. Defende o massacre de povos indefesos, as pilhagens, os golpes de Estado, os regimes fascistas, a política neoliberal e tudo o que vem do lado de lá.

Depois de se mostrar como um verdadeiro capacho do que há de mais monstruoso e sanguinário na face da Terra, André Lajst passa, então, a dar um espetáculo de cinismo. Ele argumenta, por exemplo, que:

“Apesar de se apresentar como um veículo de comunicação neutro, a Al Jazeera é, na verdade, o principal meio de propaganda do Catar. Ela pertence ao regime que governa o país e o seu orçamento é controlado pelo Ministério das Finanças catariano.”

Levando em consideração que o Catar é uma monarquia, seria difícil existir uma emissora que não tivesse vínculo algum com o regime. Mas apresentar isso como um crime é ridículo. Afinal, qual grande órgão de imprensa mundial não é vinculado a um regime? Por acaso a BBC não é intimamente ligada aos serviços de inteligência britânicos? Por acaso a própria Rede Globo, que é “brasileira”, não é intimamente ligada ao Pentágono norte-americano?

André Lajst sabe muito bem disso. Ele é testemunha ambulante da interferência direta dos países imperialistas e de seus apêndices na vida social dos países atrasados. O ex-soldado israelense é, afinal de contas, parte de uma tal StandWithUs Brasil, uma espécie de Organização Não-Governamental (ONG) pró-”Israel” cuja função é a de pressionar autoridades públicas para perseguir os críticos da entidade sionista. Se um paiseco como “Israel” consegue influenciar dessa forma o regime político brasileiro, será mesmo que os Estados Unidos não controlam os principais órgãos da imprensa mundial?

O grande argumento de Lajst, no entanto, é o de que, diferentemente dos Estados Unidos, “o Catar é um dos principais aliados do Hamas, sendo responsável direto por tornar o grupo terrorista capaz de desenvolver suas capacidades militares a ponto de ter um exército composto por cerca de 30.000 combatentes, além de um vasto arsenal de foguetes e drones”. Uma perguntinha ao senhor André Lajst: e quem são os aliados dos Estados Unidos? E quem são os aliados de “Israel”?

Enquanto o Catar tem como aliado um grupo que luta pela libertação do povo palestino e pelo fim de um regime de apartheid, os aliados das “democracias” que Lajst defende são ditaduras brutais como o governo da Argentina, do Peru, do Equador e de El Salvador. São grupos como as milícias ucranianas que incendiaram a Casa dos Sindicatos em Odessa, matando mais de 40 pessoas. São figuras como George Soros, que foi capaz de “quebrar” um país apenas para que, em único dia, lucrasse um bilhão de dólares.

Para fechar com chave de ouro o seu texto, André Lajst apresenta seu terceiro argumento a favor do banimento da Al Jazeera: as “fake news”! Diz ele:

“A ligação da Al Jazeera com o Hamas é antiga e bem documentada, ficando evidente após o início da atual guerra. Desde então, a TV passou a difundir notícias falsas.”

Qualquer brasileiro que tenha visto a Rede Globo empenhada na campanha contra as “fake news” é capaz de perceber que se trata de uma picaretagem. Afinal, a Rede Globo esteve, há pouco tempo, envolvida em uma campanha sórdida de calúnias contra o Partido dos Trabalhadores (PT), durante o processo do golpe de 2016. Mas ouvir isso de um sionista é, realmente, inacreditável.

As instituições de “Israel” não apenas mentem. Elas têm a mentira como política. Elas publicam mentiras em uma quantidade industrial. Elas possuem verdadeiros profissionais da mentira. Ao ponto de a difusão de mentiras ter um nome e ser de fato tratada como uma política de Estado: é a famosa Hasbará.

Nos últimos meses, as autoridades de “Israel” já inventaram que o Hamas teria decapitado 40 bebês, estuprado mulheres israelenses e até mesmo construído túneis sob hospitais. E toda essa mentira para quê? Pelo mesmo motivo que “Israel” resolveu banir a Al Jazeera: para facilitar a sua política genocida. Para fornecer um pretexto para assassinar civis indiscriminadamente.

André Lajst defende aos quatro ventos a política genocida, repressiva e criminosa de “Israel” porque ainda não foi capaz de entender as mudanças recentes na situação política internacional. Ele acha que “Israel” é forte e que, ele próprio, é poderoso como “Israel”, de tal modo que pode censurar, reprimir e caluniar todo mundo. Um aviso ao ex-soldado israelense: o Estado de “Israel” está em uma crise tão grande que pode se dissolver a qualquer momento.

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