Milhares de estudantes brasileiros que buscaram a Argentina para cursar medicina a preços acessíveis estão sob o ataque do governo Milei. A Universidade Barceló, que concentra 75% dos brasileiros em faculdades privadas de medicina no país, é um dos principais alvos dos cortes de Milei. Estudantes estão retornando ao Brasil ou buscando alternativas no Paraguai, onde as mensalidades e o custo de vida são mais estáveis.
O custo de vida na Argentina disparou com a remoção de subsídios pelo governo Milei, impactando despesas básicas como luz, água e aluguel. Estudantes relatam que despesas antes acessíveis, como mensalidades subsidiadas de R$ 500 na Fundación Barceló, saltaram para cerca de R$ 2.000, sem previsibilidade de valores futuros. Além disso, a valorização do peso argentino e a desvalorização do real agravaram o impacto financeiro, fazendo com que o custo em reais mais que triplicasse em comparação ao ano anterior. A inflação acumulada desde o início do governo Milei já ultrapassa 160%, e o índice de preços ao consumidor deve fechar 2024 próximo a 120%.
A Argentina havia conquistado uma grande reivindicação do movimento estudantil, o fim do vestibular com qualidade de ensino. Isso atraiu muitos brasileiros para o país, dado que no Brasil existe a ditadura do Conselho Federal de Medicina que impede que se abram vagas de medicina.
Muitos agora consideram o Paraguai, onde as mensalidades médias de R$ 1.500 são mais previsíveis e as faculdades oferecem estruturas melhores. O fato dos brasileiros estarem sendo afetados mostra o tamanho da destruição realizada por Milei.