As urnas podem sussurrar, falar ou mesmo gritar seus sentimentos em relação ao voto de confiança na representatividade política…
E se realmente pararmos para refletir, as políticas partidárias que elegem os representantes executivos e legislativos de um país passaram ao patamar de semideus. O povo perde as rédeas de sua “liberdade” eleitoral, quando as promessas de campanha dos candidatos escolhidos não se cumprem; e a quem diga que o processo de eleição não passa de um jogo “quase” jogado por n motivos. A conjuntura da pobreza e injustiça social continua a todo vapor… em estados, municípios, parece campo minado.
No último domingo, 27 de outubro, houve pleito municipal, com segundo turno para eleger prefeitos, complementando assim o primeiro turno acontecido no dia 06 de outubro.
Os resultados aparentemente foram acachapantes para a Esquerda, fato nítido, veja o recorte: “Os partidos mais alinhados à direita e ao centro do espectro político-ideológico saem fortalecidos das eleições de 2024. A direita conquistou 2.673 prefeituras, aí incluídas 11 das 26 capitais de Estado. Avançou 5% em relação a 2020, quando essas legendas conquistaram 2.539 prefeituras. É o melhor resultado desde a eleição municipal de 2000. O centro elegeu prefeitos em 2.144 cidades. Ficou estável em relação ao resultado de 2020, quando conquistou 2.166 prefeituras”, porém a análise do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa o “centro político do Brasil” e isso ficou evidenciado com o resultado das eleições municipais. “O centro é o Lula hoje. O centro político do Brasil é o Lula. O centro se aglutina em torno do Lula e isolou a extrema direita. Esse é o resultado da eleição”, afirmou Pimenta em entrevista ao programa da GloboNews.
Além de tudo, o número de abstenções também foi gritante: “Justiça Eleitoral fará uma pesquisa para descobrir as causas das abstenções e tentar reduzir o não comparecimento nas próximas eleições, em 2026. A informação foi dada na noite de domingo (27.out.2024) pela presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Cármen Lúcia. As ausências subiram de 21,68% no 1º turno para 29,26% no 2º”.
Sim, as justificativas por ausências girou em torno de 800 mil. Na verdade, o cabresto é imposto a maioria, por esta não possuir o amadurecimento político necessário para dar um basta ao voto obrigatório. Talvez, as abstenções em alta sejam o marco de uma nova era eleitoral, a qual esteja abrindo caminho para tornar o voto facultativo…
Bem, o RAIO X eleitoral já foi tirado, e está impresso nos dados, que retratam uma extrema direita em déficit. Agora, cá para nós: votar na representatividade está se tornando démodé em um Brasil que não gera educação de qualidade para todos e todas, com equidade real, independente de classe, cor, credo etc.