Já disse Marx uma vez: “toda a ciência seria supérflua se a forma fenomênica e a essência das coisas coincidissem diretamente”, o que significa que não é possível para o ser humano ter uma compreensão exata de qualquer coisa que seja sem entender que conteúdo e forma são coisas distintas, apesar de que não conseguimos ver de fato o conteúdo de algo, mas sim, a maneira como esse algo se expressa no mundo. Por exemplo: vemos que as coisas e os seres não flutuam pelo mundo, mas somente é possível entender como as coisas não saem por aí após entendermos a lei da gravidade.
O mesmo vale para a língua. Em 1916, comecinho do século passado, os alunos Charles Bally e Albert Sechehaye da Universidade de Genebra resolveram publicar anotações feitas nas aulas do professor suíço Ferdinand de Saussure, em um livro chamado Curso de Linguística Geral. Pronto, estava fundada a Linguística enquanto ciência.
Dentro do livro, chamam a atenção as dicotomias estabelecidas por Saussure sobre o estudo da língua. Dentre elas, uma em específico será tratada neste texto, a dicotomia que forma o que ficou conhecido como “signo linguístico”, a separação entre significante e significado, a forma e o conteúdo das palavras.
O “significante” é a forma física de uma palavra, enquanto o “significado” poderíamos dizer que é o sentido associado àquela palavra. Juntos, formam o signo. Por exemplo: a palavra “gato” tem como significante o conjunto de quatro fonemas que, simplificando muito, se agrupam em duas sílabas. Sua transcrição fonética é [ɡˈatʊ].
Já o significado de “gato”, de acordo com o dicionário Michaelis é, em sua primeira acepção, dentre 32 possíveis: Mamífero carnívoro de pequeno porte (Felis catus), da família dos felídeos, originário da África e da Ásia, digitígrado, de unhas retráteis, descendente do gato selvagem, domesticado pelo homem há milhares de anos, considerado de grande utilidade para a destruição dos ratos.
O signo de gato, portanto, é a junção das duas coisas anteriores, o significante e o significado, a forma [ɡˈatʊ] com o conteúdo do dicionário citado acima.
No entanto, as línguas mudam e um mesmo significante pode expressar muitos significados diferentes, enquanto um mesmo conteúdo pode se expressar por várias formas diferentes. O significante [ɡˈatʊ], por exemplo, pode ter como significado na área náutica, segundo o Michaelis em sua nona acepção: Gancho de aço forjado, normalmente preso a um olhal, ao qual se prende um cabo, uma corrente etc. Enquanto o conteúdo de “gato”, ou seja, o animal doméstico da primeira acepção do Michaelis, pode também ser expresso pelo significante “bichano”.
Além disso, podemos nos utilizar de palavras que normalmente significariam determinada coisa, para, na verdade, dizer outra, por meio de ferramentas como a de sentidos figurados, só para dar um exemplo. Sendo assim, chamamos de “gata” uma mulher que nos pareça bonita, mesmo sabendo que essa mulher não é, de fato, uma felina. Essa questão, inclusive, é tão comum para a população no geral, que nem mesmo a ciência seria necessária para explicar para qualquer criança que a oração “Vou chegar aí voando!” não necessariamente exige que o sujeito tenha um avião, um helicóptero ou asas.
Porém, apesar de parecer bobagem o que foi dito até aqui, sempre é possível se surpreender.
Alguns anos atrás, em 2013, para ser mais preciso, comecei a escutar a barbaridade de que o nazismo teria sido de esquerda. Uma das justificativas mais aberrantes era em relação ao nome do partido: em alemão Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei e, em português, Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Na época, a direita buscava tentar se afastar do sombrio período nazista na Alemanha, como se todo o restante das crueldades cometidas contra os trabalhadores e povos do mundo por parte do imperialismo e de sua direita lacaia fosse simplesmente desaparecer. Para isso, se utilizou das palavras “Arbeiterpartei”, ou, “Partido dos Trabalhadores”, e “sozialistische”, ou, “socialista”, para tentar jogar o nazismo para o lado da esquerda.
A lógica utilizada pela direita na época era a de que o signo não poderia sofrer variação entre o significante e o significado, nem mesmo que os nazistas poderiam simplesmente tentar enganar a população e parecer menos nazistas. É como se ao chamar uma mulher bonita de “gata”, automaticamente ela sofresse uma transformação tal qual a do filme O Pássaro Azul de Walter Lang.
Não se trata de ciência, mas sim, de magia. A palavra, ao ser proferida, automaticamente traz consigo não uma forma e um conteúdo, mas uma coisa única que não pode ser dividida. É o mesmo de se confundir uma manga de camisa com uma manga fruta. É como se ao se dizer “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta), realmente, todos aqueles que trabalham fossem libertados.
Por sorte, a realidade é mais forte e se impõe com o passar do tempo. Alguns anos mais tarde, já não era possível escutar que o nazismo era de esquerda por causa do nome. A campanha da burguesia para associar a esquerda ao holocausto dos judeus havia acabado por força da história – algo que surgiria novamente após o 7 de outubro de 2023, quando a burguesia imperialista tentaria imputar ao Hamas, às demais organizações do Eixo da Resistência, seus apoiadores e todos aqueles que se colocam contra o genocídio na Palestina como “antissemitas” e próximos do nazismo. A história já mostrou que essa associação não cola.
No entanto, não somente a direita padece do mal da confusão entre o significante e seu significado. Também a esquerda acredita na magia das palavras, talvez mais até do que a direita, em algumas situações.
A esquerda que hoje capitula vergonhosamente para o imperialismo e, em particular, os identitários, são os que mais sofrem da ideia de que o verbo fez o mundo, como consta na Bíblia.
Vemos, por exemplo, uma série de palavras que foram postas em uma espécie de Index Librorum Prohibitorum por parte dos identitários. Já não é a Inquisição católica, mas sim, um estudante em busca de uma bolsa ou de um emprego em uma ONG quem pretende lançar as pessoas no fogo por conta de suas más palavras.
Foram postas na ilegalidade palavras como “denegrir” (também escrito como denigrir), “criado-mudo”, “mulato”, “judiar” e expressões como “fazer nas coxas”, tudo por razões etimológicas. Ou melhor, pseudoetimológicas, já que em muitos casos a origem de algumas dessas palavras nada tinha que ver com a campanha apresentada pelos identitários.
De qualquer forma, já dissemos acima que significante e significado não são fixos, variam. Há casos de palavras que começaram com um significado e terminaram com outro totalmente oposto, outras que mantiveram parte de seu significado, outras que mudaram seu significante, outras que mudaram primeiro seu significado, depois seu significante e vice-versa.
Exemplo: denegrir, hoje um verbo que, segundo o Michaelis tem como segunda acepção: Manchar(-se) a reputação; denigrar: As falcatruas do partido denigriram a imagem do candidato. O funcionário denigriu-se pela falta de responsabilidade, já foi, no latim, “denigrare”, um verbo que era utilizado para descrever o ato de tingir uma peça de roupa com uma tinta negra. Seu sentido figurado foi o que evoluiu para o que utilizamos hoje e, apesar de o dicionário utilizado neste texto também trazer uma acepção parecida com o que é descrito pelos identitários, como sendo o de que seu sentido é o de: Ficar ou fazer ficar escuro: As queimadas denigriram as cidades circunvizinhas. A fachada branca da casa denigriu-se depois de tantos anos, ainda assim, quem o utiliza geralmente o usa para dar a ideia figurada, não a de que algo se torna negro, como dizem os identitários, mas sim, a ideia de que a reputação de alguém está sendo manchada, parecida com a palavra “mácula” muito utilizada pela Igreja, veja a “Virgem Imaculada” que, também, nada mais é do que a utilização da palavra “mancha” em latim.
Um outro exemplo: a palavra “cachorro”, vem do latim “catulo”, que significava “filhote”. Em espanhol, a palavra se manteve com o sentido do latim, enquanto o animal, sinônimo de cão, em espanhol se chama “perro” (palavra também existente em português, mas sem uso hoje em dia). Já em português a palavra teve seu significado alterado, não sendo mais filhote, mas sim toda uma espécie animal.
Não se pode excluir uma palavra do vocabulário de uma língua por conta de seu sentido, muito menos por seu sentido de mil anos atrás. Mas para o identitário, não importa a ciência, o signo linguístico ou o simples bom senso de que é impossível riscar todas as palavras que ofendem alguém, mesmo que essa ofensa seja real, do vocabulário da população. Para o identitário, quando alguém diz “criado-mudo”, a pessoa está tentando não se referir ao móvel em seu quarto, mas à ideia de que existia um criado, ou melhor, um escravo que passava a noite toda ao lado da cama de seus senhores sem dizer nada. Não importa também o fato de que essa história seja uma mentira já desmentida, inclusive, por acadêmicos, que argumentam que a palavra veio provavelmente do inglês “dumbwaiter”. “É a fake news do zap zap”, como diria o pequeno-burguês que lembrou de lutar contra Bolsonaro agora, dois anos depois que sua presidência acabou.
Outras palavras são proibidas por argumentos ainda mais idiotas. A primeira delas é a palavra “escravo”. Segundo os identitários, a palavra deveria ser trocada por “escravizado”, pois, segundo sua lógica, “escravo” imputaria certa naturalidade para o indivíduo que se encontrava nessa situação, enquanto que “escravizado” daria a ideia de um processo histórico.
A ideia reside em que enquanto “escravo” é um simples substantivo, a palavra “escravizado” viria do verbo “escravizar”, sendo deste seu particípio. “Escravizar” é um verbo pessoal, ou seja, implica que haja um sujeito, além de ser um verbo transitivo direto, ou seja, necessita de um objeto direto. Sendo assim, o sujeito seria um senhor ou um mercador de escravos, enquanto que o “escravizado” seria o objeto direito do verbo “escravizar”, ou seja, é afetado pelo verbo. Portanto, não se pode dizer “escravo” pois o indivíduo teria sido colocado por outra pessoa na situação de escravidão, o que nos leva à ideia de que para entender a escravidão no Brasil seja necessário saber análise sintática.
Segundo uma professora que vi em um vídeo da Claro chamado “Escravo e índio: por que não usar mais esses termos em sala de aula?”, “escravizado” dá a ideia de um processo histórico, já que na escravidão moderna, precisamente no Brasil, os escravos eram retirados da África e eram transformados em “escravizados” enquanto “escravo dá uma condição natural. A pessoa nasceu assim, como a chuva que cai do céu” (sic). A professora de história só se esquece, entretanto, que muitos “escravizados” de fato nasceram já escravos, inclusive já nasceram escravos no Brasil, já que os “escravizados” trazidos da África tinham filhos aqui. Somente em 1871 com a Lei do Ventre Livre é que os filhos dos “escravizados” nasciam livres, não escravos. Seria o caso, então, de chamar de “escravizados” todos os negros trazidos da África e chamar de “escravos” seus filhos, filhas, netos, netas, bisnetos, bisnetas e todas as gerações posteriores nascidas no Brasil antes do ano de 1871?
A proposta, no entanto, é apresentada pela professora em termos pedagógicos. Ao escutar a palavra “escravizado” o aluno teria automaticamente a ideia do processo de escravização, enquanto a palavra escravo o esconderia. Não é mais necessário, portanto, sequer a aula de história. Bastaria escrever a palavra “escravizado” na lousa e o processo histórico seria completamente entendido. Voltamos ao início do texto. Proponho também que, ao invés de se ensinar sobre a construção de motores nas aulas de engenharia, os professores se bastem escrevendo “motorizado” na lousa.
Já a palavra “índio” é proibida de uma forma mais complexa, o que sugere que os identitários não conseguiram ainda descobrir qual magia se materializa ao alguém proferir palavra tão maléfica. Uma das hipóteses encontradas é a de que “índio” se referiria à ideia de que, ao chegar aqui, os europeus pensaram que se tratava, na verdade, da Índia e não das Américas. O motivo para que isso fosse passível de proibição na língua portuguesa? Não sabemos. Segundo a professora citada, a palavra “indígena” seria mais aceita pelos “povos originários”. Ao que tudo indica, portanto, houve alguma reunião entre os mais de 300 diferentes povos indígenas, falantes de mais de 270 línguas diferentes, para discutir qual a palavra que os denominaria em português. O pequeno-burguês pode sair da universidade, mas a universidade não sai de sua cabeça e ele não vê o mundo de outra forma.
A ideia é completamente falsa e, como já disse o companheiro Rui Costa Pimenta, os índios de verdade se chamam de índios, inclusive há muitos no PCO e, ao contrário da pequena burguesia brasileira, têm muita coisa para lutar além da mudança de uma palavra.
Já o Manual de Comunicação da Secom diz: “Para designar o indivíduo, use o termo indígena; não use o termo índio. Indígena significa “originário, aquele que está ali antes dos outros” e valoriza a diversidade de cada povo. Para se referir ao dia 19 de abril, use Dia dos Povos Indígenas (com iniciais maiúsculas). Não use Dia do Índio.”. Portanto, o mesmo Senado que aprovou o Marco Temporal sem se preocupar com o índio, preocupa-se a ponto de pedir que a população não seja maligna e chame os índios, expulsos de suas terras, de “indígenas”. Não seria melhor, para combinar com a ação do Senado, a palavra “indigentes”?
O argumento da Secom se baseia no sentido do latim para a palavra, que significava há centenas de anos “originário de um país”. Voltamos ao caso do “denegrir”, só que permitindo uma palavra por seu sentido de mais de 1500 anos atrás, não a proibindo.
Por fim, e em razão das eleições norte-americanas que se aproximam, se faz necessário comentar sobre a imitação – ou cosplay – de Aleister Crowley por parte da esquerda em relação às diferenças entre o Partido Democrata de Kamala Harris e o Partido Republicano de Donald Trump. Antes, porém, vejamos os nomes dos partidos brasileiros e portugueses.
Não encontraremos, tanto em Portugal quanto no Brasil (os dois países foram aqui postos por conta da língua portuguesa), nenhum partido com o nome de “Partido Fascista”, ou “Partido Nazista”. Todos os partidos tentam dar a ideia de que são democráticos.
Em Portugal, temos o Partido Socialista, que de socialista não sobrou nada. Foi o partido responsável pelo fim da Revolução dos Cravos. Ainda temos no país o partido tradicionalmente de direita Partido Social Democrata, mesmo nome do SPD alemão que, nascido na esquerda, hoje afoga crianças palestinas em sangue junto de Israel.
Enquanto isso, no Brasil, temos o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o Partido Social Democrático (PSD) o Partido Trabalhista Brasileiro, tivemos os Democratas (DEM) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), todos, assim como os portugueses, com nomes que remontam à democracia, à esquerda e aos direitos humanos e dos trabalhadores. No entanto, seu conteúdo é completamente adverso do que é apresentado. Todos foram ou são partidos de direita, sendo que o DEM foi o herdeiro do ARENA, da Ditadura Militar brasileira, enquanto o MDB era o partido da ditadura que permitia uma ação maior dos civis e controlava os sindicatos pelegos.
Nenhum brasileiro com o mínimo de capacidade cairá na ideia de que algum desses partidos citados, por conta de seu nome, realmente são democráticos. Mas, por que, então, o mesmo não se aplica aos partidos dos EUA e parte da esquerda hoje diz “Axé Kamala!”, na tentativa de ver a hoje vice de Biden governando os EUA após as eleições do dia 5?
Ambos os partidos dos EUA sempre foram um único partido, com duas alas, sendo o Partido Democrata parecido com o MDB da ditadura, permitindo civis, sindicatos e personalidades próximas à esquerda com o objetivo de impedir um desenvolvimento próprio dos trabalhadores, em um movimento alheio à burguesia. Ou seja, sendo parte necessária da própria ditadura, tanto no Brasil quanto nos EUA.
É bem verdade, no entanto, que após a onda de Donald Trump o Partido Republicano mudou e já não é mais tanto o partido da ordem junto dos democratas, mas, olhando para a atuação do governo norte-americano em relação à Palestina e à Ucrânia, além de ver sua atuação em golpes de estado por todo o mundo e inclusive no Brasil, fica evidente que, no mínimo, o Partido Democrata norte-americano é tão fascista como o partido de Donald Trump, embora não tenhamos visto tantos golpes e guerras durante o governo MAGA.
O que explicaria, a não ser a cresça na magia das palavras e das impressões identitárias, o apoio da esquerda à Kamala Harris? Chamar o Partido Democrata de democrata não seria o mesmo de dizer que o nazismo é de esquerda por ter “socialista” e “trabalhadores” em seu nome?
A questão ganha características de comédia se levarmos ainda em consideração que os dois partidos dos EUA têm, na realidade, o mesmo nome, só que em idiomas diferentes.
“Democracia” vem do grego antigo “dēmokratía” (δημοκρατία), sendo “demo”, “povo” e “kratía”, poder. Já “república” vem do latim “respública”, sendo “res” coisa e “pública” “do povo”. A “coisa” se refere ao Estado organizado, ou seja: “república” significa a organização estatal controlada pelo povo, ou, com o poder do povo, logo, um sinônimo de “democracia”. A origem das duas palavras não muda para as palavras “democracy” e “republic” em inglês.
Sendo assim, pelo menos nos nomes, “Partido Democrata” e “Partido Republicano” significam respectivamente: “Partido Republicano” e “Partido Democrata” ou vice-versa, sendo que, no que diz respeito ao conteúdo, nem o Partido Republicano é republicano, nem o Partido Democrata é democrata.
No entanto, para o identitário, nada disso importa. O que realmente importa é estar do lado certo da história, ou seja, o lado mais próximo dos verdinhos dos dólares norte-americanos. E assim caminha a esquerda, gritando aos quatro cantos que o melhor para o mundo é a democracia do Partido Democrata dos EUA, democracia que, pelo andar da carruagem, transformará esta palavra em algo muito pior do que “denegrir”, visto que as bombas democratas destruíram a Síria, o Afeganistão, o Iraque, o Iêmen, o Vietnã e tantos e tantos outros.
O identitário acredita em magia. Inclusive, a palavra “spell”, do inglês, significa tanto “feitiço” quanto “soletrar”, ou seja, basta tagarelar algumas sílabas ou letras para que se acredite que elas gerem alguma mudança no mundo.
E o que dizer para quem acredita em magia? Ora, nada além de uma receita mágica de São Cipriano, na qual o bruxo mata um gato, enterra duas favas em seus olhos, as rega durante dias e depois as coloca na boca para se tornar invisível: “a fava que está na boca é a que tem a força da mágica”. Em prol dos gatos, não façam isso em casa.