O grupo de advogados Artist Rights Alliance (ARA) apresentou uma carta assinada por cerca de 200 músicos exigindo proteção contra o que estão caracterizando como “uso predatório” da inteligência artificial (IA). Nomes como Stevie Wonder, Billie Eilish, Pearl Jam, Katy Perry, Jon Bon Jovi e os brasileiros Mumuzinho, Lauana Prado, Felipe Araújo e Carol Biazin assinam o documento.
O documento pede que “desenvolvedores de inteligência artificial, companhias de tecnologia, plataformas e serviços digitais de música parem de usar a inteligência artificial para infringir e desvalorizar os direitos dos artistas humanos”. Os músicos ainda afirmam que a IA está sendo utilizada para “sabotar a criatividade humana e enfraquecer artistas, compositores e músicos“.
“Esse ataque à criatividade humana deve ser parado”, diz o texto. “Devemos nos proteger contra o uso predatório da IA para roubar as vozes e os estilos dos artistas profissionais, violar os direitos dos criadores e destruir o ecossistema musical”.
“Algumas das maiores e mais poderosas companhias estão, sem permissão, usando nosso trabalho para treinar modelos de IA”, diz a carta. “Esses esforços visam diretamente substituir o trabalho de artistas humanos com enormes quantidades de ‘sons’ e ‘imagens’ criados por IA, que substancialmente diluem substancialmente os conjuntos de royalties que são pagos aos artistas”.
Em outras palavras, os artistas reivindicam que suas obras não podem ser utilizadas para o desenvolvimento da inteligência artificial, uma tecnologia importante que tem potenciais importantíssimos inclusive para criadores independentes. Afinal, com a IA, eles podem fazer, em poucos minutos, o que somente grandes empresas podiam fazer.
Nesse sentido, tais artistas fazem uma defesa dos chamados “direitos autorais”, algo inventado para barrar o desenvolvimento cultural, à revelia do desenvolvimento tecnológico.