Deu-se o pontapé inicial para a Campanha Salarial da Categoria Bancária, cuja data-base é setembro.
Em várias regiões do País já começaram a ser realizados os seus Congressos Estaduais para debater e deliberar as pautas de reivindicações a serem levadas para os Congressos Nacionais específicos dos bancos públicos e também para o Congresso Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que acontecerá em junho.
Este Diário irá publicar, ao longo desse período, diversas matérias no sentido de acompanhar e expressar as necessidades mais sentidas dos trabalhadores bancários, que tem na sua data-base o período mais importantes das suas lutas a serem travadas contra a política reacionária dos banqueiros e seus representantes nas instituições do Estado que, ao longo dos últimos anos, vêm submetendo os trabalhadores a uma política de arrocho salarial, demissões em massa, terceirização, assédio moral, retirada de direitos etc.
Primeiramente é importante ressaltar que a Campanha Salarial da Categoria permite inaugurar uma nova etapa para o movimento dos bancários tanto a nível local, com projeções nacionais, rumo à superação dos problemas que poderão bloquear e comprometer o esforço de luta.
É fato que, apesar da grande disposição de luta historicamente demonstrada pela categoria bancária, a mesma tem amargado sucessivas derrotas nos últimos anos, que se traduzem em acordos verdadeiramente miseráveis que foram impingidos aos bancários.
Uma das explicações, e a mais fundamental, é o fato das direções do movimento terem buscado, prioritariamente, uma ação de conciliação com os banqueiros ao invés de armar politicamente os trabalhadores na perspectiva de um enfrentamento com os inimigos dos trabalhadores: os patrões que, entra ano e sai ano, retiram direitos e atacam a categoria.
Nesta Campanha Salarial é importante apresentar um conjunto de ideias políticas, em torno das quais as correntes sindicais combativas vem lutando nos Congressos da CUT e nos encontros das diversas categorias de trabalhadores.
Essas ideias, logicamente, fazem parte de um Programa Político. Não se trata de uma lista de reivindicações, mas de um conjunto de caracterização do País, suas classes sociais, sua estrutura política e prognósticos do desenvolvimento possível da luta de classes no Brasil – baseado nisso que se apresenta as reivindicações, na perspectiva dos trabalhadores, que correspondem à situação e aos interesses, não apenas da categoria bancária, mas de todos os trabalhadores.
Este programa, que norteia a Corrente Sindical Nacional Causa Operária Bancários em Luta, que é submetido à discussão nos bancários, através dos seus boletins, de seus representantes em várias bases sindicais, pretende, não só oferecer um rumo claro às próximas lutas no próximo período, como propiciar a formação de uma sólida corrente de militantes classistas bancários que, atuando com uma clara consciência dos interesses comuns a todos os trabalhadores, constitua-se numa verdadeira direção para as lutas da categoria, classista, anti burocrática e anticapitalista.