Finalmente os reflexos dos desdobramentos da crise na Europa, na África e no Oriente Médio tem chegado de maneira concreta e mais clara na América Latina, e igualmente na Oceania.
O enfraquecimento do imperialismo nessas regiões só deixa como alternativa para a manutenção da hegemonia política, econômica e militar, o amortecimento desses revezes por meio da intensificação do controle de outras regiões do globo terrestre.
Na Oceania, além de aprofundar a presença em diversas dimensões da vida humana e essa movimentação ter um aspecto defensivo, também tem o intuito de fazer um cerco à China e respectivamente na Ásia, que tem como caso concreto mais evidente a situação de Taiwan. Essa movimentação teve como maior expressão o acordo militar AUKUS, que envolveu Austrália, EUA e Inglaterra.
Na América Latina, a situação apareceu atualmente com a ofensiva através da Guiana na exploração do petróleo por grandes monopólios internacionais dos países imperialistas no território venezuelano em Essequibo. O caso mais recente, é a iniciativa do governo argentino de Javier Milei de que seu país se torne em um “parceiro global” da OTAN.
Situação parecida aconteceu com a Colômbia, que em 2018 efetuou a mesma operação para se tornar um “parceiro global” da OTAN. Felizmente o país é governado por Gustavo Petro, que é um companheiro de esquerda, que tem garantido relativa soberania nacional e uma boa relação com as demais nações da região.
Soma-se a esse fato recente, a intenção do governo Milei de que a Argentina receba uma base militar dos EUA em Ushuaia, em um território que fica à 670km da Antártida.
A América Latina é, atualmente, no que tange a questão militar e geopolítica, uma região de relativa estabilidade e paz entre os países que a constituem. O intuito do imperialismo é justamente acirrar os ânimos para provocar uma nova rodada de desestabilização dos governos democrático-populares, para que possa assumir o controle político e alinhar a região aos seus interesses, garantindo assim o respaldo para suas aventuras belicistas em outros lugares para aprofundar a sua hegemonia, a espoliação dos países de capitalismo atrasado e a superexploração do trabalho.
Para alcançar esse feito e recuperar forças a nível global, aprofundar a presença militar, do aparato de inteligência e espionagem na região, é fundamental.