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Ásia

Após eleições em Taiuã, China vai ocupar a ilha separatista?

Após o resultado das eleições, em que venceu o candidato pró-imperialista, se anuncia uma nova etapa de crise entre a China e governo do território separatista apoiado pelos EUA

As eleições de Formosa (conhecida como Taiwan) aconteceram no último sábado (13). A principal disputa política das eleições era justamente a questão política mais relevante da ilha, a sua relação com a China. O país surgiu quando o partido Kuomintang, derrotado pelo Partido Comunista e apoiado pelo imperialismo, se encastelou na Ilha, apoiado pelo imperialismo, se declarou um país independente. No entanto, a ilha é parte da China até mesmo por reconhecimento internacional. E após a guerra da Ucrânia, a anexação de Formosa pela China é considera pela própria imprensa burguesa como uma questão de tempo.

O vencedor das eleições foi Lai Ching-Te do Partido Democrático Progressista, isto é, o mais pró-imperialista da ilha. O partido assim assumirá o seu terceiro mandato consecutivo. A declaração do governo chines foi clara, a eleição de Lai Ching “não impedirá a tendência inevitável da reunificação da China”. O governo de Formosa é controlado pelo imperialismo desde sua fundação e as eleições de 2024 demonstram que esse controle ainda é forte. Com a atual posição da China na economia mundial, é muito difícil que não haja uma enorme tendência dos chineses de Formosa de defender a unificação.

Mas se as notícias das eleições não parecem apresentar grandes crises, como a imprensa trata o tema, é como se a guerra estivesse prestes a explodir. A quantidade de notícias sobre o poder bélico de Formosa, sobre o potencial de ajuda militar do imperialismo para a ilha, sobre como a guerra na Palestina e na Ucrânia afetariam a possível guerra é gigantesca. O The Economist, um dos principais portais do imperialismo, publicou no dia 11 de janeiro, dois dias antes da eleição, um artigo sobre o exército da China.

Para se ter uma ideia do tom, basta pegar um parágrafo do artigo: “Em uma guerra com Taiwan, a Força de Foguetes desempenharia um papel importante, tanto ao realizar ataques de mísseis contra a ilha quanto ao tentar manter os Estados Unidos à distância. O recente expurgo iniciou em julho com a substituição de seu comandante, General Li Yuchao, seu número dois, General Liu Guangbin, e o comissário político da força, General Xu Zhongbo. Um ex-vice-comandante da força, General Zhang Zhenzhong, também foi dispensado. Em dezembro, nove oficiais de alto escalão foram expulsos do legislativo de fachada do país, o Congresso Nacional do Povo. Eles incluíam os Generais Li e Zhang, bem como outros três ligados à Força de Foguetes.”

O imperialismo discute em seus grandes órgãos de imprensa questões internas ao exército chines que afetariam diretamente a guerra da China para reconquistar seu território de Formosa. É impressionante que a discussão já esteja nesse estágio mesmo sem nenhuma ação militar concreta. A última crise foi quando Nancy Pelosi, presidenta da Câmara de Representantes dos EUA, visitou Formosa seu autorização da China em 2022. Naquele momento, em retaliação, os chineses passaram a rondar mais o mar no entorno de Formosa, algo que está longe de ser o princípio de uma guerra.

É possível que o imperialismo esteja discutindo tanto sobre essa guerra, pois, na verdade, ele possui uma posição ofensiva, semelhante a sua posição na Ucrânia. Formosa, que, na prática, é uma base militar do imperialismo, poderia ser atacado, pois o imperialismo planeja utilizá-la de alguma forma contra a China. Diante da política de Biden, isso é claramente uma possibilidade, o presidente dos EUA está bancando uma guerra genocida na Palestina a menos de um ano das eleições e chegou a bombardear o Iêmen. Ele se provou mais uma vez como o senhor da guerra.

A China fez uma declaração formal após a eleição em Formosa. Dentro os pontos principais, ela afirma: “a questão de Formosa é um assunto interno da China. Quaisquer mudanças que ocorram em Formosa não alterarão o fato básico de que há apenas uma China no mundo e Formosa é parte da China”. E acrescenta “a posição do governo chinês de defender o princípio de uma China e se opor ao separatismo pela ‘independência de Formosa’, às ‘duas Chinas’ e a ‘uma China, uma Formosa’ não mudará”.

O embaixador da China em Washington, Liu Pengyu, também se pronunciou: “os Estados Unidos precisam cumprir seriamente o princípio de uma China e as estipulações dos três comunicados conjuntos China-EUA, lidar prudente e adequadamente com questões relacionadas a Formosa, interromper o contato oficial com a região de Formosa, cessar o envio de sinais equivocados às forças separatistas de ‘independência de Formosa’ e abster-se de interferir nas eleições na região de Formosa de qualquer forma”. A declaração veio após os EUA declararem que enviarão uma delegação para Formosa para a posse do presidente eleito.

Pelas declarações da imprensa imperialista, bem como suas ações de apoiar os separatistas e visitar o território sem autorização da China. E também pelas declarações enfáticas do governo da China logo após a eleição em Formosa está claro que estamos diante de uma escalada da crise. Resta saber se os chineses, que não tem a mesma tradição de política internacional, seguirão o caminho de Vladimir Putin e tomarão ação militar. E no caso de Formosa, a China tem um embasamento ainda maior que o próprio caso de Putin na Ucrânia. O que definirá o futuro é a política do Partido Comunista da China, visto que a política do imperialismo é clara, aumentar seus ataques a todos os países oprimidos.

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