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Guerra na Palestina

Após 3 dias de invasão sionista em Jenin, resistência cresce

A cidade de Jenin repete a epopeia da Intifada e se torna o centro da resistência na Cisjordânia, “Israel” invade sem objetivo, mas abre margem para vitórias dos palestinos

Na sexta-feira (30) as forças de ocupação israelenses continuavam sua invasão da cidade de Jenin na Cisjordânia ocupada pelo 3º dia consecutivo, em meio a confrontos armados com combatentes palestinos e sons de explosões de tempos em tempos. O exército inimigo impôs um cerco completo a Jenin, onde a operação militar, chamada de “Campos de Verão”, foi concentrada após a retirada do exército na noite de quinta-feira (29) da cidade de Tulcarém e de seus campos de refugiados.

Nesse contexto, a rádio do exército de ocupação informou que o comando central disse que “a operação militar em Jenin não tem um tempo determinado e terminará após alcançar seus objetivos“, repetindo declarações semelhantes feitas pelo exército durante sua invasão da Faixa de Gaza. Nos últimos dois dias.

Os combatentes da resistência continuaram a travar intensos combates em várias frentes na cidade e no campo de refugiados. O desenvolvimento mais significativo foi a transição da resistência para o confronto direto com as forças de ocupação a curta distância. A Brigada de Jenin anunciou a transição para a segunda fase desta batalha, que chamaram de Terror dos Campos, e as Brigadas al-Quds disseram ontem que haviam entrado na “segunda fase dos combates, que depende de utilizar corretamente o terreno, reconstruir capacidades, montar emboscadas e detonar explosivos em uma série de operações de qualidade“. Afirmaram que seus combatentes realizaram na segunda fase “uma série de grandes operações militares, que mudaram o curso da batalha, com emboscadas mortais em Jenin e Tulcarém, a última das quais foi quando seus combatentes capturaram um grupo de soldados de ocupação em uma emboscada complexa no bairro de Manshiya (no campo de Nur Shams)“.

Diante do cerco imposto à cidade de Jenin, os palestinos foram impedidos de realizar a oração de sexta-feira (30) nas mesquitas pela primeira vez em 22 anos, enquanto continuou a proibição de entrada de alimentos, pão e água, e o cerco aos hospitais. Os tratores da ocupação continuaram a aplainar ruas e infraestrutura na cidade e no campo de refugiados, resultando no corte de água e eletricidade em grandes áreas. Além disso, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados (UNRWA) suspendeu suas operações nos campos da Cisjordânia, enquanto o secretário-geral da agência, Philippe Lazzarini, afirmou que as operações das forças israelenses no norte da Cisjordânia têm um impacto contínuo sobre dezenas de milhares de pessoas em quatro campos de refugiados.

A destruição da infraestrutura

O cenário de um trator D9 destruindo tudo em seu caminho nas ruas das cidades e campos de refugiados tornou-se comum em cada invasão, como parte da estratégia de “cobrar o preço” adotada pelo exército inimigo, com o objetivo de aumentar o peso sobre a base popular da resistência e a comunidade local, e de virar a opinião pública contra a resistência.

A última operação militar que teve como alvo o norte da Cisjordânia deixou uma destruição sem precedentes na infraestrutura, como ruas principais, redes de água, esgoto, eletricidade, além de propriedades dos cidadãos, como casas, veículos, entre outros. As autoridades locais de Jenin não conseguiram estimar as perdas e o tamanho da destruição, segundo o prefeito de Jenin, Nidal Obeidi, “as informações não estão disponíveis até agora devido à continuidade da incursão e à incapacidade dos engenheiros de verificar os danos”.

Obeidi destacou que o nivelamento e a destruição na infraestrutura são “enormes e assustadores, afetando muitas ruas e instalações que foram recentemente reparadas, além das redes de água, comunicações e eletricidade, enquanto muitas áreas ainda estão sem eletricidade devido à incapacidade das equipes de reparar os danos“. Ele observou que “amplas áreas foram completamente devastadas, como o bairro leste da cidade, o campo de refugiados de Jenin e seus arredores, a área de Jabariyat e as ruas principais que conectam a cidade“.

Diferente das incursões anteriores, desta vez as forças de ocupação impuseram “toque de recolher em muitos bairros e recusaram qualquer coordenação para distribuição de pão ou comida, ou para levar água aos hospitais“, segundo Obeidi. Ele mencionou que “algumas áreas ficaram devastadas, como o bairro leste, o quadrante comercial, as ruas principais, a Rua Nablus, a área de Jabariat, e a área dos hospitais, que ainda está cercada até a manhã de sexta-feira“.

Ele esclareceu que “o tamanho dos danos nesta incursão é várias vezes maior do que nas incursões anteriores, superando as capacidades da prefeitura e de toda a cidade de Jenin. Portanto, é necessário que a Autoridade Palestina e o governo intervenham de maneira decisiva para cobrir o déficit e reparar os danos”. Estima-se que os danos causados por incursões anteriores “tenham chegado a 100 milhões de shekels (30 milhões de dólares)”.

Cresce a resistência

Apesar da destruição gigantesca a resistência não parou suas operações. O Hamas se pronunciou: o que os combatentes realizaram no bairro de Al-Damj é uma mensagem ao inimigo de que sua agressão a Jenin terá consequências graves. Reafirmamos ao nosso povo que a resistência, em todas as suas formações na Cisjordânia, está nos melhores estágios de coordenação e integração. As Brigadas al-Qassam e as organizações da resistência se prepararam para dias prolongados de confrontos e enfrentamentos. Os combatentes redistribuíram suas unidades no norte da Cisjordânia para frustrar a operação militar”.

Como o Hamas as demais brigadas palestinas estão na luta. A cidade de Jenin é uma das que mais concentra organizações da resistência. Além das Brigadas al-Qassam, também estão na luta as Brigadas al-Quds, as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, as Brigadas Mujahidin, dentre outras.

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