Essa semana, entre os dias 15 e 18 de abril, ocorreu a Web Summit Rio, colocado pelo jornal O Globo como “o maior evento de tecnologia do mundo”. Entretanto, uma das declarações mais importantes do evento não trata sobre tecnologia, mas de política e mais concretamente, censura.
Em declaração no evento, o presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, defendeu abertamente a censura, atenuada como opiniões que a liberdade de expressão não poderia “incluir”. Na mesma semana da declaração, 28 funcionários da empresa foram demitidos por protestarem contra o contrato da Google com o governo de “Israel”.
Ha menos de um ano a posição do monopólio tinha outra orientação, expressa no caso do PL 2630/2020, “Lei das Fake New”. Em defesa dos seus interesses, a Google chegou a iniciar uma campanha considerada pela Polícia Federal como “abuso de poder econômico, manipulação de informações”.
A política Google
A declaração de Coelho no painel do Web Summit Rio, iniciou com uma defesa da política de censura do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um reforço na ditadura do judiciário brasileira, após o desgaste sofrido no embate entre o bilionário africano radicado nos EUA Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes.
“Decisões judiciais de primeira instância podem ser discutidas, pode haver recursos, mas quando [o processo] chega no Supremo Tribunal Federal ou no Tribunal Superior Eleitoral, essas decisões têm que ser cumpridas, não se discute. Acho muito importante colocar isso em perspectiva porque a internet não é um espaço onde vale qualquer coisa”, declarou Coelho.
“Algumas linhas não podem ser cruzadas não apenas pelas empresas, mas também pela sociedade. O exercício da cidadania pressupõe a liberdade de expressão, mas ela não inclui homofobia, racismo, crime de ódio e incitação à violência”, complementou.
Protestos No Tech for Apartheid
Na terça-feira, dia 16 de abril, a organização No Tech for Apartheid, realizou protestos nos escritórios do Google nas cidades norte-americanas de Nova Iorque, Seattle e Sunnyvale. Vinte e oito funcionários que participaram desses protestos foram demitidos pela empresa. A comunicação da demissão foi feita via e-mail, enviado a todo o quadro de profissionais da companhia, pelo vice-presidente de Segurança Global, Chris Rackow.
No comunicado, Rackow classificou os atos como “inaceitáveis, extremamente perturbadores e fizeram os colegas de trabalho se sentirem ameaçados”. O comunicado aberto a todos os funcionários evidencia a política da empresa contraria a defesa da Palestina.
“Este ato flagrante de retaliação é uma indicação clara de que o Google valoriza mais o seu contrato de US$ 1,2 bilhão com o governo genocida e os militares israelenses do que seus próprios trabalhadores — aqueles que criam valor real para executivos e acionistas”, reagiram os organizadores do protesto, em comunicado divulgado pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal.
Calar os opositores do sionismo
Os fatos demonstram que para o Google vem defendendo uma política de censura severa, o que desde o início da operação Dilúvio de Al-Aqsa, significa uma defesa do sionismo. A censura trata-se, principalmente, de calar os opositores do regime sionista.