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Argentina

Aplaudido pelo imperialismo por matar argentinos de fome

Aniversário de posse do governo Milei mostra que a ditadura mundial está disposta a qualquer loucura para manter o balanço de pagamentos aos bancos seguro

No primeiro ano do governo de Javier Milei, a Argentina sofre com um programa de devastação econômica sem precedentes, alicerçado nas medidas ultra neoliberais que, no entanto, lhe garantiram aplausos do imperialismo e do grande capital internacional. Sob a justificativa de um “choque necessário”, o país viu um crescimento alarmante da pobreza, que atingiu 52,9% da população, marcando um aumento de 11,2 pontos percentuais em relação ao início de sua gestão. Esse número representa mais da metade dos 45 milhões de argentinos vivendo na miséria — um recorde mesmo para um país constantemente castigado pelo atraso econômico.

A destruição promovida pelo governo Milei não para por aí. Sua política de cortes draconianos e congelamento de benefícios, como aposentadorias, demissões massivas no setor público e extinção de programas sociais, transformou a recessão em uma crise humanitária.

O Produto Interno Bruto (PIB) caiu cerca de 3% em 2024, enquanto a população mais pobre foi esmagada por tarifas de serviços públicos liberadas e uma desvalorização de 54% do peso argentino. A inflação, que alcançava níveis exorbitantes, foi momentaneamente contida em 2,7% em outubro, após o choque inicial, mas isso não reflete uma recuperação econômica real. Na verdade, é um reflexo de um mercado interno em colapso, onde o consumo evaporou devido ao empobrecimento generalizado.

Embora os defensores de Milei apontem o controle da inflação como uma vitória, é evidente que tal “conquista” resulta do achatamento da demanda interna. Com milhões sem poder de compra, os preços naturalmente se estabilizam — mas à custa de uma economia moribunda que hoje depende exclusivamente da atividade agroexportadora.

Um levantamento afirma que Milei mantém 56% de aprovação, o maior índice para um presidente argentino no primeiro ano desde os anos 2000, em um momento no qual a população empobrece com muita velocidade. A mesma pesquisa mostra que 64% dos argentinos rejeitam a ideia de que este seja o “melhor governo da história”, e apenas 30% acreditam que os cortes promovidos atingiram os políticos, como Milei prometera. Na realidade, a conta recaiu sobre os trabalhadores e aposentados.

Mesmo com uma recessão devastadora, o imperialismo celebra Milei. A explicação para tal aplauso está no desmonte completo do Estado argentino e na entrega do país ao capital estrangeiro.

As reservas em dólares, que continuam negativas, apenas ilustram a dimensão da submissão argentina ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que já sinalizou apoio às próximas etapas do ajuste. Esse pacto com o imperialismo não apenas compromete qualquer tentativa de retomada econômica verdadeira, mas também mantém a dependência de importados, enquanto a indústria nacional segue aniquilada.

Outro ponto central é o mito da “retomada da atividade econômica”. Projeções indicam um crescimento do PIB de 3,5% em 2025, mas trata-se de um avanço puramente estatístico, sem reflexos no bem-estar da população. No buraco em que o governo atirou a Argentina, qualquer pequena variação positiva é celebrada como um “milagre”, mas a realidade é que o país caminha para se tornar um apêndice agroexportador, incapaz de oferecer empregos de qualidade ou reduzir a dependência de importações.

Enquanto isso, Milei ganha notoriedade internacional como o queridinho da direita global, recebendo elogios de figuras como Donald Trump e Elon Musk. Seus planos de reduzir o Estado ao mínimo não passam de uma cortina de fumaça para esconder o verdadeiro projeto: transformar a Argentina em um laboratório de experimentos neoliberais, custe o que custar. O custo, no entanto, já está claro: um país mais pobre e mais submisso aos interesses estrangeiros.

Mesmo diante de críticas ao seu “estilo agressivo”, Milei segue promovido como “líder”,  “necessário” para reverter décadas de “erros” do peronismo, segundo órgãos como a Folha de S. Paulo, que, apesar de admitir o impacto brutal das medidas, as defende mesmo assim. A frase encapsula a posição do imperialismo: o sofrimento do povo argentino é aceitável, desde que sirva aos interesses do grande capital.

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