Em tempos de identitarismo e de dominação da esquerda pelo imperialismo mundial, uma das primeiras vítimas é o senso de humor dos esquerdistas. Aqui no Brasil, não é difícil concluir isso. Devido à política censuradora e impopular da esquerda pequeno-burguesa, é natural que a maior parte dos humoristas (ou pelo menos os mais “ousados”) se considere bolsonarista, apoiador da direita ou simplesmente avesso à política em geral (por não se identificar com nenhum dos lados).
Não é incomum, na convivência com esquerdistas, aquela tensão, aquele medo de soltar uma piada ou comentário que possa gerar aquele clima desagradável. Quem nunca se policiou para não evitar dizer “isso aqui é viadagem” ou algo do tipo? Frases que, em meios sociais normais, embora sejam de baixo calão, não ofendem ninguém, tornam-se verdadeiros problemas nesses ambientes.
Na história recente, são muitas as situações em que os esquerdistas se insurgiram contra as piadas da população. Festas como o carnaval, em que a tiração de sarro e as piadas, são duramente criticadas e atacadas por esses bastiões da moral e dos bons costumes. Em alguns lugares, amparados por essa política maluca, governantes e órgãos repressivos chegaram a se colocar a tarefa de conferir as letras das marchinhas de carnaval que seriam cantadas pelos foliões para avaliar se não eram “homofóbicas”, “machistas”, “racistas” ou coisa que o valha.
É nesse mesmo sentido que vai a choradeira de certos petistas com a onda de “memes” utilizando a figura de Taxad, quer dizer, do Sr. Ministro Fernando Haddad. Alguns alegam que seriam ofensas gravíssimas contra um indivíduo. Evidentemente que não tem nada a ver, trata-se de uma piada de um dos estilos mais antigos que existem, o humor com políticos.
Em uma apresentação recente de Danilo Gentilli, que procura capitalizar para a direita todas as pessoas que se incomodam com a falta de senso de humor da esquerda, ele chamou um ator do programa “Todo mundo odeia o Chris” para o palco e este deu uma declaração que demonstra o desconforto do atual estado de coisas no Brasil: “Comédia e sátira são importantes. Venho de um país onde se pode dizer o que quer. Temos liberdade de expressão. O que acontece no Brasil parece frustrante”. Ou seja, além de termos essa esquerda chata e censuradora, ainda levamos lição de moral dos gringos. É preciso deixar de “viadagem” e fazer piada com o que merece ser zoado.