A política de juros implementada por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, é um verdadeiro ataque à população brasileira. O aumento das taxas de juros a níveis estratosféricos serve como um freio ao consumo, especialmente para uma população que, em sua maioria, depende do crédito para realizar suas compras. Com os juros em patamares tão elevados, o crédito se torna inacessível, o que resulta em uma paralisia da economia nacional, gerando desemprego e retração econômica.
Essa política de juros altos beneficia apenas os especuladores e banqueiros, garantindo a estabilidade econômica necessária para o retorno de seus investimentos. Campos Neto é, claramente, um defensor dos interesses do setor financeiro e do neoliberalismo.
Nesse sentido, a “independência” do Banco Central, longe de significar um afastamento das pressões políticas, significa, na verdade, que o capital financeiro passe a controlar a autarquia. No caso de Campos Neto, isso fica claro. Afinal, ele foi indicado por Bolsonaro — o derrotado nas eleições de 2022 — e não pode ser alterado por Lula — o vencedor do pleito.
Com o fim do mandato de Campos Neto se aproximando, surge a possibilidade da implementação de uma nova política econômica. No entanto, a pressão da burguesia e do capital financeiro nacional e internacional será imensa sobre o próximo presidente do Banco Central.
Lula deve nomear para o Banco Central pessoas de sua mais absoluta confiança, pessoas que defendam a soberania nacional. Não se deve confiar em figuras “técnicas” que, frequentemente, sucumbem diante das pressões dos banqueiros.
A indicação de um militante do PT com conhecimento em economia, mesmo que não seja um especialista — afinal, é para isso que servem os assessores —, é essencial para garantir uma política econômica que priorize os interesses dos trabalhadores e o desenvolvimento nacional.
Fato é que a política de Campos Neto é uma política de destruição total da economia brasileira. É preciso haver uma mudança na instituição que coloque os interesses do povo acima dos interesses do mercado financeiro. Este, entretanto, não desistirá facilmente de sua influência no Banco Central, e tentará fazer com que o presidente Lula indique mais um representante dos banqueiros para a instituição.