Nesse sábado (04) realizou-se a tradicional Análise Política da Semana, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo canal do COTV pela internet, com o presidente do PCO Rui Costa Pimenta, que teve como temas principais a liberdade de expressão; a repressão sionista no mundo inteiro, com destaque para o que está acontecendo nas manifestações estudantis nas universidades norte-americanas e sobre o fracasso dos atos de 1º de maio realizados no Brasil.
Em relação à questão, que sistematicamente este canal vem dando destaque, e é parte da campanha política do Partido, sobre a liberdade de expressão, o companheiro Rui Pimenta destacou uma curiosidade sobre a divulgação feita por uma ONG dando destaque de uma “significativa” melhora do Brasil, que passou a ocupar o 82º lugar no ranking relativo à liberdade de imprensa; no último dia 03 de maio foi o dia da Liberdade de Imprensa.
Olhando mais de perto sobre a questão, o que se verifica na realidade é que o governo criou um fórum para defender os jornalistas, os mesmo que servem a imprensa burguesa, contra os ataques da extrema direita e, que, na verdade, não melhorou em nada no quesito Liberdade de Expressão. Aqui no Brasil a Liberdade de Expressão, de imprensa, de pensamento, tudo isso está naufragado terrivelmente e, para comprovar isso temos vários exemplos e, para citar apenas um deles, o companheiro Rui fez menção sobre a notícia de que a PGR (Procuradoria Geral da República) se utilizou sabe-se lá de que instrumento legal para denunciar que o comunicador da internet, Monark, havia criado um outro perfil nas redes sociais depois que ele foi banido e, aí o Ministro do STF, Alexandre de Morais, mandou investigar essa “grave violação” das leis. Mas, na verdade, não existe no código penal, no código civil, no código trabalhista, pode-se pegar qualquer código das leis brasileiras que lá não se achará nenhum instrumento que faça menção sobre punição de banimento da internet. Ao contrário disso, a Constituição Brasileira garante a liberdade de expressão e de pensamento, e para reforçar uma ideia, não pode haver censura prévia.
O normal, e é bom sempre procurar retomar o que seria o normal, num País tão anormal como o nosso nessa questão, o normal seria se o cidadão falou alguma coisa, aí vem a ditadura e censura aquilo que ele falou, ponto. Se o dito cidadão falou que o governo é um governo de salafrários, a ditadura julga que não pode falar mal do governo, vai lá e censura o que ele falou, mas aqui agora não, é uma ditadura, vamos dizer assim fora do normal. Se o cidadão fala alguma coisa, ele é impedido de falar pelo resto da vida. Aí fica a pergunta: de onde que saiu isso!? Se você não pode nem ter censura prévia, como é que a pessoa vai ser impedida de falar pelo resto da vida, o Monark está sendo censurado em termos absolutos. Então se continua com isso daí, a Estrela do Xandão está caindo, mas ele mantém essas medidas ditatoriais. A medida contra o Monark é uma medida que ele vai manter porque o Monark é um indivíduo isolado e o Alexandre de Moraes, o judiciário o PGR indicado pelo Lula, eles vão considerar que ele é um saco de pancadas e é bom para fazer como um exemplo e assustar o resto da tropa para não falar coisas indevidas. Isso é censura no mais alto grau possível e imaginável, os esquerdistas digam o que quiserem, mas é o estabelecimento da censura, que é em se tratando de censura, uma censura à imprensa, porque um programa de entrevistas é meio que um órgão de imprensa falada até é televisada na internet, ou seja, a situação hoje é pior do que na ditadura militar.
Um dos temas bastante abordado nesta Análise Política foi o fracasso dos atos de 1º de maio no Brasil, com destaque para o ato de São Paulo que contou com a presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a pouquíssima participação dos trabalhadores.
Primeira conclusão que tem que se tirar: é muito ruim, na política, não olhar os fatos com clareza. Não adianta falar que o adversário é fraco, quando o adversário não é fraco, quando se é mais fraco do que o adversário.
O ato de 1º de Maio foi lamentável do ponto de vista do público. Esse é o primeiro debate que se tem que fazer: o porquê que o ato foi lamentável.
Mas, antes disso, é necessário fazer uma reflexão, e os trabalhadores já passaram por isso diversas vezes, é que o ato não é organizado pelos movimentos dos trabalhadores e populares, mas parece que é organizado pelos órgãos de repressão.
Quando os trabalhadores chegam no ato ele é revistado por detector de metais, não entra nem a garrafinha de água, e aí a pergunta: o que o pessoal da organização acha que alguém vai fazer com uma garrafinha de água? Ninguém em sã consciência irá entender qual é o terrível perigo disso daí. Não é permitido entrar com bandeira, com faixas, quer dizer, não é um ato público, é como, por exemplo, as pessoas irem para o aeroporto, onde todos são considerados potencialmente um terrorista.
O ato de 1º de Maio, em vez de ser uma atividade democrática espontânea aberta, etc., passou a ser uma barreira para impedir a participação popular, com certeza uma parcela da população antes de ir ao ato deve ter pensado que ia ser revistado e tudo mais e, antemão, deixou de ir.
Segundo problema do ato é que o PT quis realizar um ato chapa branca, ou seja, chamar o povo para aplaudir o governo. E aí, o presidente Lula coloca um bonezinho da CUT na cabeça do vice-presidente Alckmin e acha que as pessoas irão aplaudir o direitista Alckmin, sendo que o pessoal não aguenta nem olhar para ele de tanto ódio.
Mas, o Lula, mostrando que ele é consciente disso, não levou o Ministro da Economia, Fernando Haddad, sabedor de que a política econômica dele não é muito popular.
Num ato chapa branca ninguém vai, somente os heróis, tirando os tradicionais flanelinhas contratados pelas Centrais Sindicais para abanar bandeiras na frente do palco para dar a impressão de que era um ato público, as cercas de mil pessoas que foram são aquelas que realmente estão preocupadas com a situação política, como o PCO, por exemplo, porque não é normal ter ido neste ato. O ato foi feito de uma maneira que tinha tudo para fracassar.
Se querem fazer um ato público grande, tem que ter reivindicações populares, se quer mostrar que o governo faz bonito no ato, tem que ter alguma realização que realmente empolgue o pessoal.