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Análise Política da Semana: a perseguição contra o PCO

Neste sábado, Rui Costa Pimenta tratou da ameaça às liberdades democráticas para defender o genocídio dos palestinos

Neste sábado (27) foi ao ar mais uma Análise Política da Semana com Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, tendo mais uma vez como tema central a questão da liberdade de expressão. A denúncia da semana foi justamente a perseguição sofrida pelo Partido nas redes sociais, tendo todos os canais desmonetizados pelo YouTube, trinta e sete vídeos deletados por supostamente “infringirem” os termos de uso da plataforma, e a dirigente Natália Pimenta sua conta no X, antigo Twitter, por “discurso de ódio”.

Em oportunidade anterior, Rui Pimenta já havia mostrado que os tais termos de uso são um mecanismo pelo qual se pode censurar nos Estados Unidos dado que não é possível, pelo menos não o foi até o momento, estabelecer uma censura de tipo estatal ali graças às proteções oferecidas pela Constituição norte-americana. Ou seja, as empresas de tecnologia, que são conectadas até a medula com os serviços de inteligência norte-americanos, realizam a censura estatal sob a miragem de particulares.

Sobre o tal “discurso de ódio”, Pimenta disse:

“A esquerda acha que o discurso de ódio é quando a direita se insurge contra o oprimido. Mas eles se esqueceram que o ódio é grande na sociedade, imagine o ódio na Faixa de Gaza. Se você estivesse na Faixa de Gaza, caísse uma bomba da sua casa e matasse toda a sua família, qual seria a sua atitude? A discussão não é se teria ódio ou não, mas sim o nível de ódio. O esquerdista bem-pensante nunca parou para pensar que o que mais causa ódio na sociedade é a opressão dos poderosos.

“A partir disso se cai no golpe das ‘fake news’, do ‘combate ao racismo’, etc. Essa esquerda também não sabe que a matriz dessa política é o sionismo. Essa política está sendo falada desde 1948, a tese é não se pode falar nada contra ‘Israel’ porque é antissemitismo. E o que é o antissemitismo? Discurso de ódio. Essa política não foi feita para proteger o negro ou a mulher. Foi feita para proteger os bandidos sionistas e outros bandidos associados a eles.

“Nós tivemos que aguentar em vários debates o cidadão falando ‘não existe a liberdade de expressão irrestrita’. Pode não existir, mas não significa que não devemos defender. Nunca passou na cabeça dessas pessoas que essa política de censura seria usada para apoiar uma das maiores monstruosidades da história, o massacre na Faixa de Gaza.

“Os acontecimentos mostram que essa política é criminosa. Essa política do identitarismo woke é criminosa. Não vai resolver a situação de nenhuma mulher, nenhum negro e ninguém. Eles vão se libertar quando se levantarem contra os poderosos. A censura está ai para defender os criminosos, os genocidas. Isso é uma ideologia da direita fascista que conseguiu se infiltrar na esquerda. E que várias pessoas totalmente irresponsáveis fizeram a propaganda dessa política para convencer uma juventude inexperiente.”

Nesta edição, como a citação já mostra, Pimenta procurou traçar o panorama da repressão às liberdades democráticas no mundo, em que naturalmente se insere a censura ao PCO, e demonstrou a ligação entre este movimento e a defesa da política genocida do sionismo na Palestina. A repressão aos estudantes norte-americanos e a tentativa de banimento do TikTok, por exemplo, são defendidas de maneira feroz pelo lobby sionista em Washington. Não fosse o acesso à informação, mesmo que limitado em muitos casos, pelas redes sociais e é quase certo dizer que o movimento contra o fascismo “israelense” não teria alcançado tal dimensão nos países imperialistas.

A “moral da história” é muito simples: apoio à censura é uma política fascista que serve para acobertar os crimes do imperialismo.

Foi tratada ainda a questão do financiamento da atividade do Partido. Vivemos sob o capitalismo e, para fazer qualquer coisa, como imprimir um jornal, manter um canal em que se faz propaganda, imprimir cartazes e adesivos, é preciso dinheiro. Por isso,

“Queria pedir para todas as pessoas que são membros de qualquer um dos canais do PCO se inscrevam no catarse. Isso é importante para não ficarmos na mão da CIA, que quando não gosta do que você fala, cancelam seu canal.

“Isso é muito importante, porque um dos nossos objetivos é escapar da ditadura das redes sociais do imperialismo. Nós precisamos ter um funcionamento independente. Temos que acelerar o processo de estruturação de uma plataforma própria nossa.”

Finalmente, Rui tratou brevemente de dois acontecimentos de muita importância que “festejaram” seus aniversários nesta semana: a Revolução dos Cravos em Portugal e a derrota das Diretas Já no Brasil. A primeira anunciou que as ditaduras fascistas apoiadas pelo imperialismo no pós-guerra não era mais viável, o que levou a uma mudança geral na política internacional norte-americana.

“A Revolução Portuguesa anunciou para o imperialismo que era preciso fazer uma política de transição. Eles queriam evitar que as ditaduras caíssem de maneira catastrófica, como aconteceu em Portugal. Lá foi fulminante. Os militares se sublevaram. Há até um ar romântico. Os militares que haviam servido nas guerras coloniais se convenceram que o fascismo deveria ser derrubado e que o comunismo era o caminho.

“Vendo a repressão em Moçambique e em Angola, onde já havia um movimento revolucionário, eles perceberam que era precisa acabar com o fascismo. Então eles organizaram um golpe de Estado. Afinal o método de ação dos militares é esse. Elaboraram um plano e a senha, o sinal, era música Grândola, Vila Morena. É o hino da Revolução Portuguesa. Quando os militares chegaram na Rua Augusta, onde há o arco, os tanques entraram na rua e tinha uma mulher vendendo flores. Nesse momento os militares colocaram flores nos fuzis, por isso se chamou revolução dos cravos.

“Não houve derramamento de sangue. Os fascistas capitularam e assim começou a revolução. A partir daí são anos de mobilização operária gigantesca. Infelizmente elas fracassam porque os militares, apesar de se considerarem comunistas, eles não sabiam o que fazer. O Partido Comunista Português também não ajudou. Isso permitiu que o imperialismo aos poucos fosse contendo a revolução. O grande homem do imperialismo para conter a revolução foi Mario Soares. Ele era um agente da CIA, trabalhava diretamente com o Kissinger. Ele era do Partido Socialista.

“O PS foi o principal instrumento para conter o desenvolvimento da Revolução Portuguesa. Para se ter uma ideia do perigo para o imperialismo. Quando a revolução começou, o Kissinger falou que não tinha jeito, que Portugal seria socialista. Depois reavaliaram a situação. Essa revolução marcou que era preciso fazer a transição para sair das ditaduras para o regime pseudo-democrático. O modelo disso é a Espanha. Para evitar a queda do franquismo, eles aceleraram a saída do governo e assim entrou o governo pseudo-democrático. O PS foi crucial também.

“No Brasil são 11 anos de manobras, idas e vindas para evitar que a ditadura entre em colapso. Aí acontece o movimento das Diretas Já.”

Convidamos todos os companheiros a assistirem à Análise Política da Semana na íntegra.

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