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1º de Maio

Ato fracassou porque PT quis realizar um ato chapa branca

Se querem fazer um ato público grande, tem que ter reivindicações populares, se quer mostrar que o governo faz bonito no ato, tem que ter alguma realização que realmente empolgue

Nesse sábado (4), realizou-se mais uma Análise Política da Semana com o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, na Causa Operária TV, que vai ao ar sempre a partir das 13h de todos os sábados. 

 

Dentre os assuntos abordados de maior importância no cenário nacional e internacional, o companheiro Rui destacou o tema dos atos da CUT no 1º de Maio e analisou por que fracassou essa atividade, a mais importante do calendário da luta da classe trabalhadora internacionalmente.

Primeiramente, uma das questões que chamou a atenção em relação ao ato do 1º de Maio, é que aqueles militantes do PT de “extremo otimismo” diziam que, quando o Bolsonaro fez o ato em Copacabana, que ele havia fracassado. 

E daí, é lógico, que se deve tirar a conclusão de que se o ato do Bolsonaro foi um fracasso, o que dirá dos atos do 1º de maio que, se comparado ao ato bolsonarista, que fracassou, ele foi maior do que todos os atos de Primeiro de Maio convocados pela CUT e pelo PT no país inteiro e, mais ainda, se somar todas as pessoas que foram nos atos do dia 23 de março, em resposta ao ato do Bolsonaro, também não dá o ato do Bolsonaro em Copacabana. 

Primeira conclusão que tem que se tirar: é muito ruim, na política, não olhar os fatos com clareza. Não adianta falar que o adversário é fraco, quando o adversário não é fraco, quando se é mais fraco do que o adversário. 

O ato de 1º de Maio foi lamentável do ponto de vista do público. Esse é o primeiro debate que se tem que fazer: o porquê que o ato foi lamentável.

Mas, antes disso, é necessário fazer uma reflexão, e os trabalhadores já passaram por isso diversas vezes, é que o ato não é organizado pelos movimentos dos trabalhadores e populares, mas parece que é organizado pelos órgãos de repressão. 

Quando os trabalhadores chegam no ato ele é revistado por detector de metais, não entra nem a garrafinha de água, e aí a pergunta: o que o pessoal da organização acha que alguém vai fazer com uma garrafinha de água? Ninguém em sã consciência irá entender qual é o terrível perigo disso daí. Não é permitido entrar com bandeira, com faixas, quer dizer, não é um ato público, é como, por exemplo, as pessoas irem para o aeroporto, onde todos são considerados potencialmente um terrorista. 

O ato de Primeiro de Maio em vez ser uma atividade democrática espontânea aberta, etc., ao contrário disso passou a ser uma barreira para impedir a participação popular, com certeza uma parcela da população antes de ir ao ato deve ter pensado que ia ser revistado e tudo mais e, antemão, deixou de ir. 

Segundo problema do ato é que o PT quis realizar um ato chapa branca, ou seja, chamar o povo para aplaudir o governo. E aí, o presidente Lula coloca um bonezinho da CUT na cabeça do vice-presidente Alckmin e acha que as pessoas irão aplaudir o direitista Alckmin, sendo que o pessoal não aguenta nem olhar para ele de tanto ódio.

Mas, o Lula, mostrando que ele é consciente disso, não levou o Ministro da Economia, Fernando Haddad, sabedor de que a política econômica dele não é muito popular.

Num ato chapa branca ninguém vai, somente os heróis, tirando os tradicionais flanelinhas contratados pelas Centrais Sindicais para abanar bandeiras na frente do palco para dar a impressão de que era um ato público, as cercas de mil pessoas que foram são aquelas que realmente estão preocupadas com a situação política, como o PCO, por exemplo, porque não é normal ter ido neste ato. O ato foi feito de uma maneira que tinha tudo para fracassar.

Se querem fazer um ato público grande, tem que ter reivindicações populares, se quer mostrar que o governo faz bonito no ato, tem que ter alguma realização que realmente empolgue o pessoal. 

A falta de perspicácia da esquerda de consciência é tão grande que o Lula se utilizou do ato para sancionar a Lei da nova faixa de isenção para quem ganha até dois salários mínimos. E aí a pergunta: quem que vai num ato público para ver o governo sancionar uma lei que, inclusive, já existia, já estava dado no Brasil. Para o cidadão que ganha até R$2.800 é um salário de fome. Precisa deixar bem claro que é um salário de fome! Para quem ganha esse valor sabe muito bem disso. O trabalhador que ganha R$2.800, se for pagar aluguel e suprir as necessidades básicas da família, ele não consegue; não consegue pagar aluguel e comprar comida, no caso concreto, ir comprar carne para os filhos, comprar roupa, comprar remédio, não consegue comprar material escolar para os filhos. E aquele trabalhador que ganha um pouco mais de dois mil e oitocentos reais terá que pagar o imposto de renda. É uma falta de sensibilidade para a situação da população. 

E aí abriu-se a discussão do porquê que o Primeiro de Maio fracassou. As direções do movimento se utilizaram da justificativa de que os sindicatos estão sem dinheiro, o que não é verdade. Os sindicatos estão sem dinheiro já há muito tempo, e porque só agora vieram descobrir isso? Provavelmente a direção da CUT não mobilizou nem mesmo a totalidade da diretoria da CUT para ir no ato. A falta de dinheiro não se justifica, porque na campanha do Lula foram feitos atos grandes e, porque na campanha eleitoral sim e agora não.

Não basta colocar a culpa nos sindicatos. Na campanha eleitoral a população tinha expectativa, uma parte estava lá para tentar se eleger Lula e conseguir emprego público, mas uma boa parte tinha expectativa de que eles estavam contribuindo para a mudança do País e, nesse momento, as pessoas que acharam isso na eleição não estão achando mais. É muito pouco as realizações, isso que o governo teria que ter consciência, que os dirigentes do PT e da esquerda teriam que ter consciência. A sobrevivência política deles dependem de que eles tenham consciência, e aí nesse momento é importante voltar atrás e reanalisar o ato do Bolsonaro na Paulista, e aí tem toda uma discussão meio bizantina se tinha um milhão, duzentos mil, cem mil, etc. no ato, o que interessa é que o Bolsonaro lotou a Paulista isso que é importante. Quando aconteceu o ato em Copacabana, falaram que o ato fracassou, que foi menor do que o ato da Paulista e aí pronto, problema resolvido. Não! Se você comparar os atos do Bolsonaro com o que aconteceu na esquerda, o ato do Bolsonaro engrandece. O Bolsonarismo, a extrema direita está tomando conta das ruas. A situação é que só a extrema direita coloca a gente nas ruas, e é isso que tem que ser pensado. Iremos entrar nesse período de eleições municipais e o Bolsonaro, aonde ele vai, irá fazer atos grandes, ele já está percorrendo o País inteiro e está mobilizando a tropa dele.

A ideia da mobilização não tem mais um significado na cabeça da esquerda brasileira, acham que mobilizar não é importante, não tem significado político. O que a esquerda não entende é que o Bolsonaro, não é que ele está mobilizando as amplas massas, ele está mobilizando a tropa dele, o pessoal dele e a esquerda está cada vez mais desmobilizada desmotivada, esse é o significado do problema que está acontecendo e, se tem um partido político e não faz nada por 3 anos, as pessoas vão embora, vão procurar outra coisa. 

A esquerda precisa fazer Congressos, fazer um ato público, fazer uma campanha política, tem que mobilizar as pessoas, tem que movimentar o pessoal para que as pessoas continuem se agrupando para o pessoal estar consciente do que ele está fazendo, do que ele é. 

O ato de Primeiro de Maio em São Paulo, não é culpa da desmobilização dos sindicatos, embora a desmobilização do sindicato seja uma realidade, e a CUT não faz nada para mudar essa situação, é um problema da desmobilização geral da esquerda. Enquanto a esquerda, o povo e os trabalhadores estão desmobilizados, a extrema direita está cada vez mais mobilizada, e as pessoas que não querem reconhecer essa realidade estão vivendo no reino da fantasia.

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