De acordo com o diretor do Gabinete de Orçamento do Congresso norte-americano, os EUA estão avançando em um caminho “sem precedentes’’ no que diz respeito a disparada do déficit público federal.
Em artigo de Claire Jones, publicado em 26 de março de 2024 pelo jornal imperialista Financial Times (“EUA enfrentam choque de mercado ao estilo de Liz Truss à medida que a dívida dispara, alerta órgão de fiscalização”), é apontado que o déficit publicou chegou atualmente a patamares equivalentes aos da Segunda Guerra Mundial, em uma crescente constante desde a crise econômica de 2008.
Segundo o artigo, estima-se que em 2029 o déficit federal atinja sua máxima histórica. No ano de 2023 o endividamento público atingiu o patamar equivalente a 123% do PIB norte-americano.
O mesmo órgão fiscal do parlamento norte-americano mencionado no primeiro parágrafo, em previsões que foram divulgadas em artigo de Fernando Dantas no jornal burguês O Estado de São Paulo, destaca que o endividamento do Estado norte-americano pode chegar a 172% do PIB em 2054.
Essa situação demonstra que o choque de juros que vem sendo implementado desde 2020, com a elevação e manutenção da taxa básica de juros nas alturas para controlar a disparada da inflação, tem um efeito totalmente artificial. Porque ao invés de reter o dinheiro no Estado de maneira concreta, essa operação tem elevado a dívida do Estado com o sistema financeiro, por causa de que o compromisso dos títulos emitidos são mais elevados.
Nesse sentido, a população norte-americana está sendo enganada, ou pelo menos os governantes pensam que estão enganando. A segunda opção é a mais plausível, pois a impopularidade do atual governo Biden comprova que o povo não tem comprado a propaganda de que as coisas tem melhorado desde o término da pandemia.
Esse descontentamento popular acompanha a perspectiva de crescimento do PIB em 2024, que está prevista na casa de 2,1% frente aos 2,5% do ano de 2023.