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Economia brasileira

Aluguéis sobem mais de 8% e renovam urgência do salário vital

Valor de R$1.800 na média dos aluguéis faz com que o custo direto de moradia (desconsiderando despesas com limpeza e manutenção) consuma mais de 127% dos salários mínimos atuais

Contra o aumento irrisório do salário mínimo brasileiro, atualmente em R$1.412,00 e que teve elevação de 8,4% em relação a 2023, apenas nos primeiros seis meses de 2024, o preço médio dos aluguéis já apresenta inflação de 8,02% segundo o índice FipeZap, que realiza sua pesquisa em 25 cidades brasileiras. Na principal cidade operária do País, São Paulo, o índice registrou alta de 6,53%. Os imóveis com apenas um dormitório, portanto os mais pobres, foram os que apresentaram a maior média de elevação no aluguel, 9,57% a mais do que no começo do ano.
Ao jornal golpista Estado de S. Paulo, a economista do DataZap Paula Reis destacou:

Se o mercado de trabalho permanecer estável ou melhorar ainda mais, é possível que haja mais aumento do preço médio do metro quadrado de locação no restante dos meses do ano. Porém, dado o desempenho no primeiro semestre de 2024 e o padrão observado no segundo semestre de 2023, tanto do índice de locação quanto do mercado de trabalho, o índice FipeZAP deste ano pode atingir um valor menor do que no acumulado de 12 meses de 2023″ (“Preço do aluguel sobe oito vezes mais que o IGP-M no 1º semestre; veja onde a alta foi maior”, Lucas Agrela, 16/7/2024).

Ainda segundo a pesquisa, o preço médio do metro quadrado para locação no País ficou em R$45,92 no primeiro semestre. O índice FipeZap indica que imóveis com um dormitório têm o maior preço médio por metro quadrado, R$60,26, enquanto os de três quartos têm o menor preço médio: R$39,79/m². Nesse quesito, São Paulo apresentou a maior alta de preço, chegando a R$55,01/m², seguida por Florianópolis (R$53,71/m²), Recife (R$51,43/m²), Rio de Janeiro (R$47,85/m²) e Brasília (R$46,54/m²).

À mesma matéria, o planejador financeiro Marcelo Milech, destaca que as famílias não deveriam comprometer “mais do que 30% da renda mensal com aluguel e contas do imóvel – como o IPTU, contas de consumo e condomínio”. Ocorre que um compilado elaborado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), 78% dos contratos fechados tinha valor de até R$1.800,00, 27,47% acima de um salário mínimo, que segundo a Constituição de 1988, deveria ser “capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família”, o que além de moradia, implica também e custear as despesas com “alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social(…)”. (Art. 7º, inciso IV, CF 1988).

O caso dos aluguéis mostra a defasagem do salário mínimo com as necessidades básicas dos trabalhadores. A moradia, finalmente, é apenas uma das necessidades de uma família operária que deveria ser satisfeita com os salários. A realidade, no entanto, é que as condições de vida da classe trabalhadora estão cada vez piores e os salários baixos são uma parte intrínseca do esmagamento que a classe sofre.

Este dado, contraposto à política do governo federal de não conceder reajuste salarial aos técnicos administrativos educacionais e outras categorias de funcionalismo público só reforçam o erro do governo do PT ao priorizar a política dos banqueiros de déficit zero, enquanto nega aos profissionais o aumento salarial que lhes permita enfrentar a carestia.

O imperialismo, naturalmente, defende o arrocho da economia para fazer frente à alta dos preços, uma fórmula perfeita para produzir a desmoralização de um governo eleito pelos trabalhadores. Com a política, a direita restringe a circulação de dinheiro e termina asfixiando a economia, derrubando os preços pela via da deterioração da economia e principalmente, do povo.

Para a classe operária, a solução para a carestia é infinitamente mais simples: se os preços subiram, há que se aumentar os salários para adequá-los às condições da economia. Com os salários acompanhando a elevação, o problema deixa de ser um problema. Claro, em um determinado momento, os patrões podem enfrentar dificuldades, mas mesmo isso pode ser enfrentado de duas formas.

Para os pequenos empresários, é possível criar uma linha de crédito que lhes permita manter a folha salarial em dia até que a economia se reajuste e acomode o novo padrão, dos salários que pela primeira vez na história do País, permitem aos trabalhadores ter o que a Constituição estabelece que tenham. Já as grandes empresas e os monopólios devem ser estatizados e colocados sob controle dos trabalhadores.

O que não se pode tolerar é que as pressões econômicas continuem fazendo da economia brasileira um grande sistema de favelas, no qual os trabalhadores são empurrados a condições de moradia indignas de qualquer operário vivendo em um país minimamente civilizado. Esse drama precisa ser enfrentado com um choque nos salários, de 100% no seu valor, e aumentos que o tornem compatível com os custos de moradia e demais necessidades.

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