O governo alemão anunciou recentemente o fechamento de três consulados iranianos em Frankfurt, Hamburgo e Munique, alegando protesto contra a execução do terrorista Jamshid Sharmahd no Irã. A medida foi amplamente criticada pelo governo iraniano, que a considerou uma sanção indireta aos milhares de cidadãos iranianos que dependem desses serviços consulares. Sharmahd, líder do grupo terrorista Tondar, foi condenado pelo ataque de 2008 a uma mesquita em Shiraz, que resultou em 14 mortos e 215 feridos.
O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou a decisão como um ato punitivo contra a população iraniana residente na Alemanha, que nada tem a ver com o caso. Em uma declaração pública, Araghchi ironizou a lógica do governo alemão e prometeu reforçar os serviços consulares na embaixada iraniana em Berlim para minimizar os impactos da medida sobre os cidadãos iranianos.
Ele também criticou Berlim por “interferir em assuntos internos do Irã” e destacou o caráter contraditório da política alemã, que se apresenta como defensora dos direitos humanos enquanto sanciona coletivamente civis inocentes. Sharmahd, que possuía cidadania alemã, confessou publicamente seu envolvimento em ataques terroristas no Irã, chegando a ridicularizar as vítimas e ameaçar novos atentados em declarações divulgadas por seu sítio.
Apesar disso, políticos e órgãos de comunicação alemães insistiram em retratá-lo como “ativista” e “dissidente,” argumentando que suas confissões foram obtidas sob coação em um “julgamento fraudulento.” A execução de Sharmahd foi seguida por uma escalada nas tensões entre os dois países.
Berlim convocou o embaixador iraniano para apresentar um protesto formal e ordenou o retorno de seu próprio embaixador em Teerã. Em resposta, o governo iraniano chamou o encarregado de negócios alemão para manifestar sua indignação, classificando as ações de Berlim como “irracionais” e parte de um padrão mais amplo de apoio a grupos terroristas que visam desestabilizar o Irã.
Críticos apontam que a Alemanha tem um longo histórico de conivência com organizações terroristas anti-iranianas, como o MKO (Mujahedin-e-Khalq). Essa organização, que mantém bases em Berlim, recebe apoio político de figuras públicas alemãs e promove abertamente a derrubada do governo iraniano. Relatórios do jornal Die Zeit revelaram que crianças refugiadas iranianas foram recrutadas à força como soldados pelo MKO, expondo práticas que contrariam os princípios alegados por Berlim.
Além disso, as relações bilaterais vêm se deteriorando há anos. A Alemanha tem desempenhado papel central na imposição de sanções ao Irã e foi acusada de incitar os protestos de 2022 no país, supostamente utilizando sua embaixada em Teerã como base para atividades desestabilizadoras.
A política alemã é frequentemente vista como islamofóbica, com exemplos como o fechamento do Centro Islâmico de Hamburgo (IZH), uma instituição de 70 anos acusada, sem provas concretas, de espionagem para o Irã. Enquanto isso, o governo imperialista permanece leniente com a glorificação de terrorismo em seu território.
Durante anos, figuras como Sharmahd e outros membros de grupos terroristas operaram livremente, promovendo atividades hostis ao Irã. A hipocrisia é evidente: embora a Alemanha possua leis rigorosas contra a glorificação de terrorismo, essas normas raramente são aplicadas contra ações direcionadas ao governo iraniano.
O pretexto de “preocupação com os direitos humanos” é frequentemente utilizado pelo governo alemão para justificar sua hostilidade ao Irã. Contudo, críticos apontam que essa retórica serve apenas para disfarçar o apoio de Berlim a grupos terroristas e agendas políticas que buscam enfraquecer o governo iraniano.
Declarações de líderes como Olaf Scholz e Annalena Baerbock evitam deliberadamente diferenciar manifestantes pacíficos de ações violentas, fomentando uma narrativa que intensifica as tensões entre os países. O fechamento dos consulados iranianos exemplifica a hipocrisia imperialista, que usa a demagogia dos “direitos humanos” como ferramentas para atacar uma nação oprimida que se recusa a aceitar a dominação estrangeira. Além de hostilizar um país soberano, a decisão prejudica diretamente a população iraniana que vive em território alemão.