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Europa

Alemanha: crescem a crise e a extrema direita

Sanções do imperialismo contra a Rússia e isso está afetando diretamente o abastecimento na Europa, principalmente o de gás na Alemanha

Neste domingo (6) o jornal Sueddeutsche Zeitung, informou que a economia Alemã vai regredir pelo segundo ano consecutivo. Um dos principais motivos seria a guerra por procuração da Ucrânia, onde o imperialismo levantou uma série de sanções contra a Rússia e isso está afetando diretamente o abastecimento na Europa, principalmente o de gás.

Atingida pelos altos custos de energia após cortar o fornecimento de gás russo, a Alemanha foi a única grande economia desenvolvida a encolher no ano passado. De acordo com o jornal, o Ministério da Economia da Alemanha planeja rebaixar sua previsão para 2024 de uma taxa de crescimento de 0,3% para uma contração de 0,2%. Após a contração de 0,3% do ano passado, a última revisão marcará o segundo ano consecutivo de recessão na Alemanha.

Um relatório do Ministério da Economia Alemão anunciou uma taxa de crescimento projetada de 1,1% em 2025 e 1,6% em 2026. De acordo com a RT, o ministro da Economia, Robert Habeck, estava contando com um pacote de cortes de impostos e subsídios de energia para impulsionar a produção e os gastos.

Ainda segundo a RT, os preços da energia dispararam na Alemanha após o início do conflito na Ucrânia em 2022, quando Berlim parou de importar petróleo e gás russos. A Alemanha dependia da Rússia para 55% de suas importações de gás natural antes do conflito e, com o país já eliminando sua infraestrutura de energia nuclear em favor de energias renováveis, o déficit fez os preços da energia dispararem e elevou o custo de fabricação.

A falha da Alemanha em proteger seu setor energético dos picos de preços de energia deve transformar a década de 2020 em “uma década perdida”, alertou o Fórum para uma Nova Economia, sediado em Berlim , no início deste ano, chamando a crise de “a pior retração econômica do país desde a Segunda Guerra Mundial”.

Esses problemas de energia, somados à crescente concorrência da China, forçaram os gigantes da manufatura da Alemanha a cortar custos e reduzir suas operações, com a Volkswagen anunciando no mês passado que pode fechar duas fábricas — os primeiros fechamentos de fábricas nos 90 anos de história da empresa. De acordo com números do governo, a produção industrial da Alemanha caiu 5,3% entre julho de 2023 e julho de 2024, enquanto os pedidos de produtos feitos na Alemanha despencaram de forma semelhante.

Toda essa situação crítica que está sendo levada adiante pelo governo Alemão para defender o imperialismo e a OTAN traz uma nova tendência política na região, o crescimento significativo da extrema-direita em vários locais. De acordo com uma pesquisa da ARD-DeutschlandTREND realizada no mês passado, apenas 18% dos alemães estão satisfeitos com o desempenho do chanceler Olaf Scholz no trabalho, o menor número já registrado para um líder alemão.

No dia primeiro de outubro as eleições regionais na Alemanha mostraram claramente o descontentamento popular com as atuais lideranças e o avanço da extrema direita. O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) emergiu como a grande força política vitoriosa. No estado da Turíngia, o AfD obteve 32,8% dos votos, superando com folga o tradicional partido de centro-direita CDU, que ficou com apenas 23,6%.  Na Saxônia, o cenário não foi muito diferente, com o AfD quase empatando com o CDU, recebendo 30,8% dos votos.

Na Turíngia, o partido de Scholz, o Partido Social-Democrata (SPD na sigla em alemão), teve míseros 6,1% dos votos. A Esquerda, partido que venceu as eleições de 2019 no estado com 31% dos votos, viu sua votação cair para impressionantes 13,1%, conquistando 12 cadeiras no parlamento estadual e sendo substituído pelo novo partido BSW. A agremiação ficou com a terceira maior votação, 15,8%, levando 15 cadeiras do parlamento e ficando atrás apenas da CDU, sendo, no entanto, a maior força da esquerda no estado alemão.

Fica claro que a população está sentido nitidamente a pressão do imperialismo que está levando a Alemanha para o buraco. Essa política, cada vez mais impopular está literalmente jogando o povo alemão e em outras partes do mundo nas mãos da extrema direita, que através de votos tem mostrado um crescimento expressivo em várias partes do mundo.

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