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Oriente Médio

Al-Sisi, ditador egípcio amigo de ‘Israel’, assume novo mandato

Al-Sisi tomou o poder por meio de um golpe de Estado apoiado pelo imperialismo em 2013

O presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi assumiu o cargo por um terceiro mandato após sua vitória nas eleições de dezembro de 2023. A cerimônia de inauguração ocorreu na nova sede do parlamento do Egito, na Nova Capital Administrativa, nos arredores do Cairo, na terça-feira (2). Sisi foi declarado vencedor das eleições do ano passado após receber 89,6% dos votos.

O ex-general ganhou a presidência egípcia em 2014 e foi reeleito para um segundo mandato em 2018, garantindo 97% dos votos em ambas as ocasiões, gerando dúvidas sobre a veracidade das eleições. Ele agora cumprirá um mandato de seis anos, que terminará somente em 2030.

A vitória de Sisi se impôs, apesar da nação árabe enfrentar uma crise econômica com significativa desvalorização da moeda e aumento dos preços, além do aumento das gigantescas manifestações em apoio aos palestinos contra o estado de “Israel”, da qual o atual governante do Egito apoia.

Quem é Abdel Fattah Al-Sisi?

Quatro anos depois da derrubada de Hosni Mubarak pela população egípcia, o ciclo da Primavera Árabe se fechou no mais populoso dos países árabes. As Forças Armadas, que controlam cerca de 40% do PIB do Egito, na figura de Abdel Fattah Al-Sisi, número um do exército, aplicou um golpe de estado contra Mohamed Morsi, eleito democraticamente, e impôs um regime ditatorial ao país, com o apoio da imprensa nacional e internacional.

Sua subida ao poder implicou no dia 14 de agosto de 2013, em que a polícia, 40 dias após o golpe, massacrou 1.150 egípcios. Desde então, impõe uma política que proíbe os protestos da população e defende o chamado “combate ao terrorismo”, que serve exclusivamente para oprimir a luta da resistência no país.

Em nove meses de governo, o governo Al-Sisi prendeu 41 mil pessoas, além de se apoderar de todas as instituições, desde a escolha de reitores em universidades, até as lideranças das Forças Armadas. 

Apoio do imperialismo norte-americano

O governo egípcio é apoiado amplamente pelo imperialismo. Mesmo com as atrocidades cometidas pelo governo, John Kerry, secretário de Estado norte-americano, afirmou que o golpe significava a “restauração da democracia”.

Relação Al-Sisi-“Israel”

Desde que o atual governante do Egito tomou o poder, sua política andou ao lado da política do Estado genocida de “Israel”, ao contrário de Mohamed Morsi, que havia sido eleito em 2012 e tinha uma política solidária aos palestinos na Faixa de Gaza, incluindo seu maior representante político, o Hamas (Movimento de Resistência Islâmico, na sigla em árabe).

É documentado que “Israel”, inclusive, teve uma ampla participação no golpe de estado aplicado no Egito em 2013, algo confirmado por um militar israelense, o brigadeiro-general Aryeh Eldad, num jornal local, o Maariv, quando afirmou que “Israel” trabalhou ativamente para derrubar Mohamed Morsi.

“A eclosão da revolução de janeiro coincidiu com a avaliação da segurança israelense de que o presidente eleito Mohamed Morsi, um homem da Irmandade Muçulmana, pretendia cancelar o acordo de paz com Israel e enviar mais forças militares egípcias para a Península do Sinai”, afirmou o militar israelense.

Eldad, na época, também apontou que os Estados Unidos e todo o imperialismo se envolveu diretamente na queda do presidente do Egito. Conforme o general, “Israel foi rápido e disposto a ativar as suas ferramentas diplomáticas, e talvez meios ainda maiores, para levar Abdel Fattah Al-Sisi ao poder no Egito, e convencer a então administração dos EUA, sob o presidente Barack Obama, a não se opor a esta medida“.

Revolta Árabe

Hoje, as manifestações, mesmo ilegais sob a ditadura Al-Sisi, entoam palavras de ordem como “Fora Sisi!” e denunciam sua cumplicidade no genocídio que está ocorrendo em Gaza.

A operação Dilúvio de Al-Aqsa colocou o Oriente Médio em uma situação extremamente radicalizada, colocando em xeque as ditaduras contra o povo árabe.

As manifestações gigantescas no Egito estão prestes a colocar o governo de Abdel Fattah Al-Sisi em risco, forçando-o a apoiar, mesmo que de maneira demagógica, a população que reside em Gaza para conter a enorme crise que se abriu com a Revolução Palestina.

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