Nessa sexta-feira (26), a Corte Internacional de Justiça (CIJ) proferiu a sua primeira decisão relativa ao processo protocolado pela África do Sul contra “Israel” por genocídio. No texto, lido na sede da corte, o tribunal decide continuar o processo e ordena o Estado sionista a parar qualquer “ação de genocídio” na Faixa de Gaza. Entretanto, não exige um cessar-fogo, tampouco o fim da intervenção militar israelense em Gaza.
De acordo com Hani Mahmoud, correspondente da emissora catarense Al Jazeera em Rafá, no sul de Gaza, a decisão da CIJ causou “frustração e ressentimento”. Confira seu relato abaixo, traduzido pelo Diário Causa Operária (DCO):
‘Frustração e ressentimento’ em Gaza após sessão da CIJ
Hani Mahmoud
Há uma grande quantidade de frustração e ressentimento porque o elemento que cada palestino na Faixa de Gaza, incluindo crianças, aguardava ansiosamente é o fim dessa loucura, uma cessação de todas as hostilidades e dos intensos bombardeios em curso.
Eles aguardavam aquela declaração que poderia ter aliviado uma população inteira, em grande parte deslocada e, mais profundamente, traumatizada, à medida que os bombardeios continuam por toda a Faixa de Gaza. Até que a declaração fosse lida, havia bombardeios acontecendo na cidade de Khan Younis e na parte norte do território.
As pessoas vêm dizendo há semanas que há um contínuo e sistemático assassinato de seu próprio povo em Gaza. A ONU alertou sobre a fome. O vice-secretário-geral da ONU alertou sobre a destruição sistemática das instituições civis e de todos os meios de vida, transformando Gaza em um lugar inabitável e forçando as pessoas ao exílio. Isso continua devido aos bombardeios em massa, implacáveis e muito destrutivos, que transformaram Gaza em um campo de morte.
As pessoas simplesmente querem que isso termine porque estão cansadas, exaustas e desejam voltar para suas casas e aos membros remanescentes de suas famílias. Elas querem retomar uma vida normal. Mas a declaração não lhes deu isso, e é por isso que estão inquietas.