Nesa sexta-feira (1º), a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), coletivo de jovens do Partido da Causa Operária (PCO) publicou uma nota oficial denunciando a perseguição sofrida por estudantes da USP em decorrência de sua defesa da resistência palestina.
Conforme noticiado por este Diário, em novembro de 2023, a USP instaurou um processo disciplinar contra cinco estudantes de ciências moleculares, acusados de “antissemitismo” por distribuir um informe político em assembleia que denunciava “Israel” por genocídio e racismo contra palestinos.
A ação, que corre em sigilo, segue após o recuo do centro acadêmico, que tentou desvincular o informe ao grupo responsável. A reitoria justifica o processo com base no regimento da Ditadura Militar, e há mobilização para barrar as possíveis sanções, como expulsão.
Confira, abaixo, a nota da AJR na íntegra:
Não à perseguição sionista aos estudantes da USP!
Cinco estudantes da USP estão sendo perseguidos pela reitoria e correm risco de expulsão. Seus crimes? Protestar contra o genocídio na Faixa de Gaza. Os estudantes estão sendo ameaçados da maior repressão possível dentro da universidade por publicarem um panfleto que defende a luta do povo palestino contra os nazistas do século XXI, o Estado de “Israel”. Os sionistas, responsáveis pela monstruosidade em Gaza, querem também dar as ordens na USP e em todo o Brasil. Não iremos aceitar!
A perseguição começou ainda em outubro de 2023, pouco após a heroica operação Dilúvio de al-Aqsa, lançada pelo Hamas. A citação que enfureceu os sionistas foi “na manhã de sábado [7 de outubro de 2023], forças palestinas iniciaram uma ofensiva histórica contra o colonialismo israelense a partir da Faixa de Gaza, região palestina que vem sendo ocupada por Israel há 16 anos de maneira colonial, baseada em assentamentos coloniais em terras e cidades palestinas roubadas”.
O único erro deste trecho é diminuir o tamanho da opressão que sofrem os palestinos em Gaza. Não são 16 anos de ocupação, são 16 anos de um dos bloqueios mais brutais do planeta. Bloqueados por terra, água e mar sem poder nem controlar a entrada de alimentos. A ocupação da Faixa de Gaza começou em 1967, ou seja, já eram 56 anos de ocupação brutal. Além disso, a maior parte da população de Gaza é de refugiados. Eles se tornaram refugiados em 1948, quando foi fundado “Israel” sobre o genocídio do povo palestino, sobre a limpeza étnica de metade da população. Ou seja, já eram 75 anos de opressão, isso sem contar as três décadas de colonização britânica.
Os estudantes estão absolutamente corretos de lutar contra a opressão histórica do povo palestino contra o nazissionismo. Estão corretos em defender a resistência armada do povo palestino, reconhecida pela própria ONU como um direito dos povos ocupados. Estão corretos de defender o Hamas, uma organização que só é considerada terrorista pelos governos dos EUA, da Europa e seus lacaios. E essa foi a posição de jovens no mundo inteiro: a defesa da Palestina e da resistência palestina.
A reitoria, por sua vez, se comporta como um capacho do nazismo sionista. Está subordina ao governo Netaniahu, um governo que assassinou mais de 20 mil crianças nos números oficiais em pouco mais de um ano, governo que é responsável pelo maior número de amputações de membros de crianças da história, pelo assassinado de mais de 180 jornalistas, de mais de 220 funcionários humanitários da ONU, dos bombardeios de Gaza, da Cisjordânia, do Líbano, da Síria e do Iêmen.
Eles se escondem por detrás do “antissemitismo”, uma farsa completa. O que existe no movimento estudantil é o antissionismo, a luta contra os nazistas que ocupam a Palestina.
O movimento estudantil não deve abaixar a cabeça diante dessa sanha repressiva. É preciso ampliar o movimento de defesa da Palestina. Nenhum estudante deve ser expulso, pelo contrário. A USP deve ser expurgada de todos os sionistas! É preciso esmagar o nazissionismo no Brasil.
A AJR condena veementemente a perseguição dos estudantes da USP e faz uma convocação para uma das manifestações mais importantes do ano em defesa da Palestina: dia 18 de novembro, no dia da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, todos ao ato nacional em defesa da Palestina!
Abaixo a repressão sionista aos estudantes!
Fora todos os sionistas da USP!