Neste domingo, 7 de abril, o jornal Folha de S. Paulo publicou sobre a suposta atuação da espionagem de um diplomata russo da Embaixada da Rússia em Brasília. A fonte da campanha de calúnia seria a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que teria identificado Sergei Alexandrovitch Shumilov como membro da inteligência russa.
O que Shumilov fez?
Shumilov é acusado de utilizar bolsas de estudos e intercâmbios para estabelecer para atrair e influenciar estudantes e acadêmicos, formando uma rede de informação. Não foi apresentada contra Shumilov nenhuma evidência concreta.
“Meu nome é Sergei Shumilov, sou diretor da representação da agência governamental russa, o nome é um pouco complicado para brasileiros e estrangeiros, o nome completo é Rossotrudnichestvo. Mas o segundo nome é Casa Russa. O foco principal da nossa agência é a promoção da agenda humanitária da Rússia. Então trabalhamos com promoção da cultura russa, com conteúdos russos e, também, um dos pilares principais da nossa agência é a promoção da educação”. Afirmou evento organizado por uma faculdade de Brasília, em 2022.
“Eu posso dizer que a demanda é muito alta e muitos brasileiros procuram educação na Rússia, porque a educação na Rússia é muito competitiva e nossas universidades estão na lista das melhores do mundo”. Complementou Shumilov.
O diplomata saiu do país a pedido de seu governo em 2023, segundo a Folha “A saída do espião do Brasil, em julho de 2023, ocorreu após pedido do governo russo. Os relatos obtidos pela Folha são de que, após a Abin descobrir sua real atividade, houve uma articulação diplomática para que o próprio país pedisse sua saída”.
A Casa Russa
Não apenas o diplomata Shumilov, mas a agência Rossotrudnichestvo (Casa Russa) é caluniada pelo imperialismo. A União Europeia (EU) classificou a entidade como um instrumento de “soft power” e “influência híbrida”.
“Por muitos anos, ela tem atuado como uma organização “guarda-chuva” que reúne uma rede de compatriotas russos e influenciadores, além de financiar vários projetos de diplomacia e propaganda, consolidando as atividades de agentes pró-Rússia e disseminando as narrativas do Cremlim, incluindo revisionismo histórico”. Afirma lista de pessoas russas e entidades sancionadas.
“Assim, a Rossotrudnichestvo é responsável por apoiar ou implementar ações ou políticas que minam ou ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia ou a estabilidade do país”. Complementa o texto.
Só pode proselitismo da Open Society e Ford Foundation
A pecha lançada sobre Shumilov e a Casa Russa, numa escala reduzida, não difere da prática comum do imperialismo de influência a pequena-burguesia dos países em que estão intervindo. A diferença está em que enquanto a Rússia fornecia 50 bolsas anuais, apenas a Open Society superar em muito essa atuação russa, abaixo listamos 30 entidades com atuação similar.
- Alexander von Humboldt Foundation
- American Association of University Women
- Agência Espanhola de Cooperação Internacional
- Conselho Britânico (The British Council)
- Consulado Geral da França
- Consulado Geral do Japão
- Consulado Geral da Suíça
- DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico)
- Embaixada da Argentina no Brasil (Programa Mutis)
- Embaixada da Austrália
- Embaixada do Canadá
- Embaixada da Itália
- Embaixada de Portugal
- Fundação Alexander S. Onassis
- Fundação Carolina
- Fundação Estudar
- Fundação Ford
- Fundação Internacional Matsumae
- Fundação Nieman
- Fundação Volkswagen
- Guggenheim Memorial Foundation
- Hubert H. Humphery Fellowship Program
- Instituto Camões
- Instituto Ling
- Instituto Renvall
- Nuffic – Organização Holandesa para Ensino Superior
- Revista Tennis View
- Rotary International
- Santander
- WWF-Brasil
Em resumo, o imperialismo pode agir livremente, enquanto um país oprimido aliado não pode defender seus interesses políticos. Uma campanha chula do imperialismo para minar as relações entre duas nações com interesses e inimigos comuns.
Imperialismo atiça o Brasil contra os inimigos
No Programa Análise Política da 3ª, na Rádio Causa Operária, o companheiro Rui Costa, presidente nacional do Partido Causa Operária, respondeu a seguinte pergunta “o que a imprensa imperialista pretende com essa história do espião Russo no Brasil?”.
“Isso daí é uma constante, eles ficam instigando aí o Brasil contra os seus próprios inimigos”. Afirmou Rui. “Então são não é só os russos, são os russos, aí apareceu o pseudo terrorista do Hesbolá e assim vai. Isso aí acontecerá sempre e nós precisamos lembrar que a polícia federal ela tá profundamente infiltrada pelo imperialismo”, complementou.