Nesta terça-feira (22), a pró-reitoria de graduação da USP encaminhou um email intimando as testemunhas de defesa à prestação de depoimentos em 14 de novembro. A universidade, em nome do sionismo genocida, está perseguindo estudantes que defendem a Palestina. É um caso gravíssimo da extrema direita tomando o controle das universidades públicas.
Os cinco alunos enfrentam a possibilidade de expulsão após serem acusados de antissemitismo, com um processo disciplinar em curso desde novembro de 2023. A conclusão está prevista para novembro, mas a instituição não comentou o caso, já que as diligências são sigilosas. A defesa dos estudantes critica a postura da universidade, afirmando que ela está perseguindo ideias contrárias à sua política e utilizando regimentos inconstitucionais.
A defesa alega que o processo é uma tentativa de usá-los de exemplo para impedir movimentos de defesa na Palestina na USP. O caso começou em uma assembleia do Centro Acadêmico Favo 22, onde foi distribuído um panfleto sobre a guerra na Faixa de Gaza. O boletim foi uma resposta a mensagens que pediam doações ao exército genocida de “Israel”.
O boletim enfurece os sionistas, pois afirma corretamente que a operação de 7 de outubro de 2023 foi histórico e destaca que “Israel” pratica o genocídio e mantém uma política fascista, colonialista e racista na Faixa de Gaza.
O Centro Acadêmico Favo 22 ficou acuado diante da pressão nazissionista e publicou uma nota pedindo desculpas, alegando que o boletim não foi redigido por eles, mas por outro grupo da USP, os Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino.
Esta organização é parte da campanha contra convênios com universidades israelenses e assumiu a autoria do texto e continua a defender sua posição.
É uma perseguição absurda ao movimento estudantil. A reitoria da USP age como uma ferramenta do Mossad que aterroriza os estudantes para impedir que a luta contra o genocídio em Gaza se desenvolva.
A infiltração sionista nas intuições brasileiras deve ser esmagada pelo movimento de defesa da Palestina. Fora todos os sionistas do Brasil!
Leia na íntegra o Boletim:
Leia a íntegra do informe que originou as denúncias
Na manhã de sábado [7 de outubro de 2023], forças palestinas iniciaram uma ofensiva histórica contra o colonialismo israelense a partir da Faixa de Gaza, região palestina que vem sendo ocupada por Israel há 16 anos de maneira colonial, baseada em assentamentos coloniais em terras e cidades palestinas roubadas. As forças armadas engajadas na operação Tempestade de Al-Alqsa são várias, lideradas pelo Hamas, a força mais organizada e bem estruturada, apesar de controversa entre o povo palestino. Todas as forças políticas palestinas mantêm um contato básico para garantir unidade militar.
A ofensiva foi histórica e deixou o exército israelense paralisado nas primeiras horas, nas quais diversos assentamentos foram retomados, vários militares israelenses foram feitos prisioneiros. Assim que se iniciou a retaliação da parte de Israel, com bombardeios indiscriminados em áreas civis, como se pode inclusive verificar em vídeo postado nas redes sociais do primeiro-ministro de Israel, 250 palestinos foram mortos rapidamente. Os bombardeios covardes continuam até agora e se intensificam, com mais de 750 palestinos mortos, desses, quase 200 são crianças.
Além disso, o ministro da defesa israelense, declarando que os palestinos são animais humanos que seriam tratados como tais, anunciou o corte do abastecimento de água, energia elétrica e combustível para a Faixa de Gaza, que é, há 16 anos, uma prisão murada a céu aberto cujo fluxo de bens e pessoas é completamente controlado por Israel.
Esse tipo de cerco, além de ilegal perante o direito internacional, impede o funcionamento dos serviços de saúde, hospitais na Faixa de Gaza, enquanto os bombardeios aumentam. É importante lembrar que essa ofensiva da resistência palestina ocorreu em resposta à dessecação da mesquita de Al-Aqsa e da agressão de mulheres envolvidas no funcionamento da mesquita. Além disso, nos últimos meses Israel vem escalando o conflito com reiteradas tentativas de invasão a Jenin, terceira maior cidade da Cisjordânia e foco importante da organização da luta armada palestina.
Os bombardeios estão perto da fronteira com o Egito e Israel já bombardeou o Líbano, que retaliou e mobilizou-se para uma resposta militar de maior escala.
A mídia brasileira, alinhada com o bloco imperialista estadunidense, vem focando numa campanha de desinformação, entrevistando brasileiros que moram lá contando histórias pessoas de familiares ou amigos que sofrem com o conflito, tentando pegar as pessoas no emocional e tentando gerar ódio aos palestinos, desumanizando-os e os caracterizando de terroristas que matam civis israelenses sem motivo.
É importante frisar que não há civis em Israel, menos ainda na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, regiões de assentamentos coloniais mais recentes, extremamente militarizados para garantir o roubo da terra palestina. Todo israelense, ao completar 18 anos, tem de servir no exército por quase três anos (2 anos e 8 meses). Dessa maneira, considerando a situação colonial e que todo israelense, homens e mulheres, são militares, o que temos é uma população não civil militarizada habitando terras roubadas. Não há, portanto, civis em Israel, como não havia civis franceses na Argélia no século 20 nem civis franceses no Haiti no século 18 na revolução haitiana.
Para contextualizar o genocídio, fascista, colonialista e racista que Israel pratica, antes do início desse conflito, 200 palestinos haviam sido assassinados por Israel esse ano e, nos últimos 21 anos, Israel assassinou em média uma criança palestina a cada três dias. O exército israelense é um dos mais ricos e bem equipados do mundo, recebendo doações bilionárias dos EUA todos os anos.
É o papel de todo ser humano que se importa com a opressão e a exploração se colocar contra o projeto sionista, contra o colonialismo israelense, contra o Estado de Israel, fundado no genocídio e no colonialismo. É fundamental que nos posicionemos em defesa da luta e da vida do povo palestino.