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Estados Unidos

A volta de Donald Trump, o inimigo declarado

Ainda que não conte com o apoio dos setores mais importantes do imperialismo, republicano representa um perigo para os trabalhadores de todo o mundo

Durante os últimos quatro anos, o país mais poderoso do mundo esteve sob a direção da pior escória de toda a política mundial – o Partido Democrata. Em pouco tempo, a dupla Joe Biden e Kamala Harris conseguiu colocar o mundo inteiro à beira de uma guerra de proporções inéditas, em meio a golpes de Estado, genocídios e assassinatos.

A política criminosa do Partido Democrata se mostrou tão impopular que, mesmo com todo o dinheiro do mundo, esse partido foi incapaz de vencer as eleições presidenciais. Sua propaganda foi incapaz de esconder o seu verdadeiro conteúdo: o Partido Democrata é uma máquina assassina. Uma máquina assassina, contudo, peculiar. Afinal, trata-se de uma máquina que se tornou especialista em esconder toda a sua podridão por meio de muita, muita demagogia.

O vencedor das eleições, Donald Trump, é também um criminoso de longa ficha corrida. Ele, no entanto, apresenta, para a classe operária mundial, uma grande vantagem. Ao contrário de figuras como Kamala Harris, que se apresentam como uma amiga dos trabalhadores, Trump é um inimigo declarado. Alguém cuja política é a guerra aberta contra os oprimidos.

Logo no início de seu primeiro mandato, Trump implementou a controversa política de “tolerância zero” na fronteira sul dos Estados Unidos, resultando na separação de milhares de crianças de suas famílias. As imagens de menores em condições precárias, mantidos em gaiolas, circularam amplamente nas redes. Surgiram várias denúncias acerca das condições desumanas e os traumas causados por essa política. Em 2018, por exemplo, mais de 2.300 crianças foram separadas de seus pais em um curto período de cinco semanas, um número que expressa o impacto de uma política contra a imigração.

A política anti-imigração de Trump não se limitou à separação de famílias. Ele buscou restringir a entrada de cidadãos de vários países de maioria muçulmana por meio da Ordem Executiva 13769, conhecida como o “banimento de muçulmanos”. Essa medida, justificada sob o argumento de proteger a segurança nacional, gerou vários protestos em massa.

A política de Trump contra imigrantes se manifestou de outras maneiras, como em sua insistência na construção de um muro na fronteira com o México e em declarações que retratavam os imigrantes como uma ameaça à segurança e à economia do país.

No âmbito interno, Trump nomeou figuras alinhadas a interesses empresariais para cargos importantes no Departamento do Trabalho, atacando os direitos dos trabalhadores e dificultando a organização sindical. Essas nomeações foram parte de uma política mais ampla de acabar regulamentações que protegiam os trabalhadores, como aquelas que garantiam pagamento de horas extras e segurança no ambiente de trabalho.

Paralelamente, sua reforma tributária de 2017, conhecida como Tax Cuts and Jobs Act, trouxe benefícios significativos para as grandes empresas e os mais ricos, reduzindo a alíquota do imposto corporativo de 35% para 21%. Essa medida, embora vendida como um estímulo à economia, aumentou a desigualdade econômica nos Estados Unidos.

A hostilidade de Trump não se limitou aos imigrantes. Ele constantemente caluniou e difamou movimentos populares e de trabalhadores. Em 2020, nas manifestações em protesto ao assassinato de George Floyd, Trump ameaçou usar o Exército para reprimir as manifestações. Ao mesmo tempo, ele afirmou que grupos paramilitares de extrema direita deveriam “ficar de prontidão”.

No campo econômico, as políticas de Trump não se limitaram às questões tributárias. Ele buscou enfraquecer programas sociais que atendiam a milhões de norte-americanos de baixa renda. Em 2019, propôs mudanças que poderiam remover cerca de 3,1 milhões de pessoas do Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP), programa essencial para garantir a alimentação de famílias pobres. Essa medida fazia parte de uma política de cortes em programas sociais que prejudicavam diretamente a população mais carente em benefício da “austeridade fiscal”.

As sanções econômicas também foram uma marca de seu governo. Em relação a Cuba, Trump intensificou o embargo econômico, ampliou as restrições a viagens e transações financeiras e incluiu Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo. Essas sanções, descritas pelo governo cubano como uma “declaração de guerra em tempos de paz”, sabotam completamente o desenvolvimento econômico da ilha, destruindo a vida de milhões de cubanos.

Ao longo de sua presidência, Trump também buscou enfraquecer a capacidade de mobilização dos trabalhadores e dificultar a organização sindical. Em 2017, revogou regulamentos que facilitavam a sindicalização, particularmente em setores com trabalhadores de franquias e subcontratados.

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