Nesta terça-feira (5) aconteceu nos Estados Unidos a “superterça”, a mais importante data das primárias que antecedem as eleições norte-americanas. Norte-americanos de 16 estados e um território no Pacífico votaram ontem nos pré-candidatos republicanos e democratas para o pleito de 5 de novembro.
O republicano Donald Trump venceu as primárias do seu partido em 14 estados, enquanto Joe Biden ganhou as primárias democratas em 15, segundo projeção da Associated Press.
Trump lidera a corrida, na disputa com a também pré-candidata que já governou a Carolina do Sul, Nikki Haley. Pelos Democratas Biden disputa com o empreendedor Jason Palmer, o membro da Casa de Representantes dos Estados Unidos Dean Phillips e a líder espiritual Marianne Williamson.
Haley ganhou de Trump apenas em Vermont e o único que teve votos significativos para vencer Biden foi Palmer, que ganhou apenas em Samoa Americana. Nesta quarta-feira (6), Nikki Haley em discurso na Carolina do Sul anunciou que vai deixar a corrida eleitoral, mas também não irá apoiar o ex-presidente. Ela disse que a “a causa conservadora precisa urgentemente de mais pessoas. Na melhor das hipóteses, a política consiste em trazer as pessoas para a sua causa, e não em rejeitá-las.” E acrescentou que:
“Cabe agora a Donald Trump ganhar os votos daqueles no nosso partido que não o apoiaram, e espero que o faça”, disse ela. “Agora é a hora de escolher”
Antes de concorrer os candidatos precisam também conquistar os delegados. Trump soma até o momento 995 delegados e precisa de mais 220. Distante na disputa pela nomeação dos republicanos, Nikki tinha apenas 89 delegados. Para ser indicado pelo Partido Republicano, é preciso atingir 1.215 delegados. Biden tem atualmente 1.497 delegados. O atual presidente precisa de mais 471 para chegar ao total de 1.968 necessários para ser indicado pelo Partido Democrata.
Desde as pesquisas de intenção de votos, até vitória de Trump nos dois maiores colégios eleitorais do país – Califórnia e Texas – tudo aponta para uma revanche vitoriosa dos Republicanos contra os Democratas. Estamos falando de um verdadeiro terremoto eleitoral. De acordo com o resultado, os Estados onde Trump perdeu são os que menos tem Republicanos e os Democratas são bem maiores.
Outro ponto que vem servindo para impulsionar a popularidade de Trump é o apoio prático de Biden, como presidente dos EUA, ao genocídio em marcha na Faixa de Gaza pelo Estado fictício de “Israel”.
Ademais disto, e como um sintoma da crise interna do imperialismo norte-americano, recentemente o Democratic Socialists of America (DSA), maior organização “socialista” dos EUA, orientou aos eleitores norte-americanos a votarem “descomprometidos” nas primárias presidenciais. Ou seja, “descomprometidos” significa uma rejeição a essas candidaturas que estão colocadas.
O Wall Street Journal fez uma pesquisa mostrando que 60% dos norte-americanos desaprovam a política dos EUA e de Joe Biden em relação à Faixa de Gaza. Ainda 42% acham que “Israel” se excedeu no suposto combate ao Hamas, na Faixa de Gaza, contra 19% que apoiam as ações sionistas. Sendo assim, a questão Palestina deixa uma instabilidade no bipartidarismo norte-americano. Deixando claro que a vontade da maioria da população estadunidense em relação a Gaza é oposta aos dois principais partidos.