Previous slide
Next slide

HISTÓRIA DA PALESTINA

A visita de Winston Churchill a Jerusalém e a traição de Abdula

Winston Churchill era ministro das colônias inglesas, ele foi pessoalmente a Jerusalém fechar um acordo com o rei Abdula para que a Palestina fosse uma colônia britânica

A criação do Estado de “Israel” foi totalmente orquestrada pelo imperialismo inglês. O projeto sionista começou já em 1917 quando a Inglaterra, durante a Primeira Guerra Mundial, tomou a Palestina que antes era controlada pelo Império Otomano. Na década de 1920 as fronteiras forma traçadas junto aos franceses aos líderes árabes aliados dos ingleses. Uma pessoa crucial nesse processo foi Winston Churchill, que em 1921 havia se tornado o Secretário de Estado das Colônias.

No Oriente Médio o grande homem dos ingleses era T E Lawrence, mais conhecido como Lawrence da Arábia devido ao famoso filme, ele estava conduzindo as negociações com as lideranças. Em 17 de janeiro de 1921 ele afirmou a Churchill Que havia concluído um acordo com o filho mais velho de Hussein, Emir Feisal, pelo qual, em troca da soberania árabe na Síria, no Iraque e na Jordânia, Feisal “concordou em abandonar todas as reivindicações de seu pai sobre a Palestina“.

A conferência de Cairo

Churchill deixou Londres em direção ao Egito na noite de terça-feira, 1º de março de 1921. Ele viajou de trem para Marselha, onde se juntou a Clementine. Eles continuaram a viagem de navio a vapor até o Egito e chegaram na quarta-feira, 9 de março. Lá aconteceria a conferência que definiria todo o futuro do Oriente Médio.

Quando Churchill chegou ao Cairo, ele evitou uma manifestação hostil de estudantes que o aguardavam na estação, saindo do trem alguns quilômetros antes de chegar à cidade e indo de carro até o hotel. Pequenas e esporádicas manifestações contra Churchill ocorreram em Alexandria na terça e na quarta-feira.

A Conferência do Cairo começou no sábado, 12 de março. A principal questão a ser discutida eram os mandatos britânicos. Durante a conferência, Churchill, que estava acompanhado por Lawrence, se reuniu com o General Edmund Allenby, Sir Percy Cox e Sir Herbert Samuel, respectivamente os Altos Comissários para o Egito, Mesopotâmia e Palestina.

O acordo Lawrence com o rei Faisal, com sua aceitação da posição judaica na Palestina, foi considerado uma grande vitória por Churchill. Como os franceses estavam instalados em Damasco, na Síria, e não seriam desalojados, Churchill favoreceu um esquema no qual Feisal aceitaria o trono do Iraque, e seu irmão Abdulá o trono da Transjordânia, em troca da Palestina, do Mar Mediterrâneo ao Rio Jordão, tornando-se o local do “Lar Nacional Judaico”, sob controle britânico. Assim foi criado o Mandato Britânico da Palestina, o único território controlado diretamente pelos ingleses no Oriente Médio.

Churchill viaja para a Palestina

A base de atuação das negociações era o Egito. Churchill visitou o país e à meia-noite de 23 de março foi para a Palestina em um trem noturno. Sir Herbert Samuel e T. E. Lawrence o acompanharam. Naquela época, cerca de 83.000 europeus judeus e 600.000 palestinos viviam no território. O principal objetivo de Churchill ao ir para Jerusalém era explicar ao Emir Abdula a decisão da Conferência do Cairo e do governo britânico, de que a Grã-Bretanha o apoiaria como governante da Transjordânia desde que Abdullah aceitasse um “Lar Nacional Judaico” dentro da Palestina Ocidental, e fizesse o possível para impedir a luta contra o sionismo.

Lawrence já havia garantido uma promessa de Faisal, irmão de Abdula, de que “todas as medidas necessárias” seriam tomadas “para encorajar e estimular a imigração de judeus para a Palestina em larga escala, e o mais rápido possível, na terra através do assentamento concentrado e da intensa cultivo do solo”.

Na manhã de 24 de março, o trem de Churchill chegou a Gaza, a primeira grande cidade dentro das fronteiras sudoeste do Mandato da Palestina. Gaza tinha uma população de mais de 15.000 palestinos e menos de cem europeus. Uma guarda de honra da polícia britânica o recebeu na passagem de nível, e uma escolta montada o levou à cidade.

O capitão Maxwell Coote, um oficial da Força Aérea Real que serviu como oficial de ordem de Churchill no Cairo. Relata que os palestinos receberam a comitiva do governo cantando palavras de ordem contra o sionismo. O Sr. Churchill e Sir Herbert ficaram encantados com o entusiasmo da recepção, não estando minimamente cientes do que estava sendo gritado. Coot relata que “Lawrence, é claro, entendeu tudo e me contou, mas nós ficamos muito quietos. Ele estava obviamente muito preocupado com toda a situação. Nós percorremos a cidade cercados por essa multidão quase fanática que estava ficando cada vez mais agitada com seus gritos. Ninguém parecia ter previsto isso, mas tudo correu sem incidentes”.

Depois de deixar Gaza, Churchill se hospedou na Casa do Governo no topo do Monte Scopus, no nordeste de Jerusalém. Na segunda-feira, 28 de março, Churchill recebeu o Emir Abdula na Casa do Governo. Ele temia que um grande número de sionistas migrassem para a Palestina e dominasse a população árabe existente. Churchill procurou tranquilizar Abdulá, mas não deu nenhuma garantia que isso não aconteceria.

Como resultado de suas reuniões com Abdula, Churchill relatou a ao governo inglês que a Transjordânia se tornaria um reino árabe governado por Abdula, e que a Palestina, do Mediterrâneo ao Rio Jordão, seria governada pela Grã-Bretanha, com o compromisso de continuar a imigração judaica.

No dia seguinte ele pronunciou um discurso: “pessoalmente, meu coração está cheio de simpatia pelo sionismo. Essa simpatia existe há muito tempo, desde doze anos atrás, quando estive em contato com os judeus de Manchester. Acredito que o estabelecimento de um Lar Nacional Judaico na Palestina será uma bênção para todo o mundo, uma bênção para a raça judaica espalhada por todo o mundo, e uma bênção para a Grã-Bretanha. Acredito firmemente que também será uma bênção para todos os habitantes deste país, sem distinção de raça e religião. Essa última bênção depende muito de vocês”.

A posição de Churchill era a posição do imperialismo inglês, que sustentou o sionismo até a criação do Estado de “Israel” e passou o bastão para os norte-americanos. E obviamente Churchill não se preocupava com os judues de Manchester, ou do mundo e muito menos os palestinos. Seu interesse era criar sua principal base imperialista no Oriente Médio. O plano era claro, o Egito teria um rei, o Iraque outro e a Jordânia outro. No golfo foram formadas mais monarquias. Mas nenhuma delas seria tão estável quanto uma colônia na Palestina.

O tempo mostrou que os britânicos estavam certos. A monarquia do Egito caiu e se transformou em um polo radical de nacionalismo árabe que foi se espalhando por toda a região. Quem acabou com esse nacionalismo? “Israel” que derrotou o Egito de Nasser na guerra de 1967. O plano dos britânicos era de manter o controle do Oriente Médio e nisso Churchill teve um grande sucesso. O sofrimento dos palestinos existe pois o imperialismo usa a Palestina como base de dominação da região mais importante do mundo.

Os ingleses portanto, e o próprio Churchill, são responsáveis por todos os massacres, a limpeza étnica, o genocídio e todo o sofrimento do povo palestino desde 1917 até hoje.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.