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Eleições parlamentares

A única vitória na França é dos banqueiros

Fantasias com o quadro feito pelo imperialismo dominam a esquerda pequeno-burguesa, que celebram uma vitória que não lhes pertence, e que tampouco terá vida longa

No último domingo (7), o portal progressista Brasil 247 publicou a coluna França: a vitória da democracia contra o fascismo, assinada pelo advogado Arnóbio Rocha. O artigo objetiva exaltar a vitória da frente ampla francesa, isto é, de Emmanuel Macron, o neoliberal imperialista odiado por toda a França e os povos do mundo.

“Na semana passada escrevi que a grande vencedora das eleições francesas tinha sido a esquerda, A NOVA FRENTE POPULAR (CENTRO-ESQUERDA) É A VENCEDORA NA FRANÇA. Alguns não entenderam a lógica ali exposta, por mais simples que parecesse.”

“A RN de extrema direita tinha tido 33% dos votos, enquanto a Nova Frente Popular (NPN) teve 28%. Era óbvio que a extrema direita teria mais votos, no entanto, a esquerda além do 2° lugar, se pôs como protagonista no segundo turno para derrotar a ameaça fascista.”

Arnóbio Rocha demonstra uma incompreensão cabal da situação política não apenas na França, mas por toda a arena global. O chamado establishment imperialista, os governos ditos democráticos e neoliberais, perdem totalmente sua legitimidade aos olhos da população em todos os países, com o aprofundar da crise econômica e a deflagração de mais guerras na tentativa de manter seu poder.

Crescem, politicamente, aqueles setores que realizam oposição aberta a esta política. Nesse sentido, a extrema direita – apesar de demagógica -, angaria amplo apoio ao denunciar os problemas dos salários e da previdência na França, e ao apontar os malefícios da OTAN para os trabalhadores.

A esquerda, pelo contrário, agarrada às barras da calça de Macron, se afunda com o banqueiro, e tem seu crescimento contido. A direita tradicional representada pelo atual presidente, se aproveita do apoio que a esquerda teria para chantageá-la a uma aliança e eleger seus próprios representantes. Para as eleições do último dia 7, o que se viu foi a Nova Frente Popular ceder suas candidaturas mais à esquerda, que teriam apoio dos trabalhadores revoltados com a situação política e econômica no país, para a direita, buscando unificar uma “oposição” à extrema direita onde a segunda se apresentasse mais favorável.

Contudo, a iniciativa não foi retribuída, apenas no referente à ala direita da “Nova Frente Popular”. Membros da direita tradicional, além disso, já declararam abertamente que, entre a esquerda, representada por Mélenchon, e a extrema direita de Le Pen, ficam com a segunda. Ou seja, Rocha está fantasiando a situação política.

“Hoje, 07.07.2024, é histórica, uma virada fenomenal que tira, por enquanto, a ameaça fascista na França, enfraquece a extrema direita no país e no mundo. A RN caiu para o 3° lugar, contrariando os prognósticos mais pessimistas.

“A reviravolta francesa somada à retumbante vitória dos Trabalhistas ingleses apontam para um novo cenário político, em que se pode respirar um pouco aliviado, o próximo embate, que será a eleição presidencial dos EUA, em novembro.

“Viva a democracia, viva a esquerda!”

A retirada provisória da ameaça fascista, exaltada por Arnóbio Rocha, se mostra uma fantasia, uma farsa política que dará mais fôlego à extrema direita, ao passo que a esquerda se desmoraliza a novos patamares. A crise aparentemente contida, está brevemente represada, mas antes do que prevêem os arautos de um “retorno à normalidade”, a situação política será detonada, com a extrema direita mais radicalizada pelo incremento progressivo da crise e, frente à falência total da esquerda, a radicalização renovada desta, ou a formação de uma nova esquerda, ligada de fato à classe operária.

Arnóbio Rocha confunde a esquerda com a democracia do imperialismo. Esse caminho, atualmente endossado pela esquerda, é o caminho para um ascenso desimpedido e inconteste da extrema direita. Um suicídio político. Não à toa, o grupo que mais cresceu na eleição, sem qualquer dúvida e de maneira gigantesca, foi a extrema direita. As comemorações são comemorações de uma derrota, que quanto mais celebrada, mais irá se aprofundar.

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