O imperialismo caminha para um conflito militar de grandes proporções. É a resposta inevitável à sua coleção de derrotas nos últimos anos.
Obrigado a sair do Iraque, expulso em uma verdadeira insurreição popular no Afeganistão, a dominação imperialista começou a dar os seus primeiros sinais de grande debilidade no Oriente Médio e na Ásia Central. A derrota na Síria, ocorrida entre o primeiro e o segundo evento, também escancarou sua fase decadente.
Após o Afeganistão, veio então a Rússia, que desafiou a dominação imperialista de forma realmente impressionante. A Rússia de hoje, inclusive, não é uma potência militar devido à União Soviética, mas sim pelo desenvolvimento e pela reorganização da economia russa que ocorreu sob a condução de Vladimir Putin. O fato de que a Rússia passou de uma sociedade em desagregação, no período de Bóris Iéltsin, para a potência que é hoje, já é, em si, prova da incapacidade do imperialismo de frustrar os planos de seus inimigos.
A Operação Dilúvio de al-Aqsa, por fim, entornou de vez o caldo. Junto à resistência palestina, a operação também levou o Irã a demonstrar a sua força diante das provocações sionistas.
A dominação imperialista está de fato caindo aos pedaços. A contestação à ordem vigente explode em todos os lugares.
Ainda que tudo isso seja muito positivo, não há porque acreditar que o imperialismo cederá pacificamente o mundo para os países atrasados. A ideia de um mundo “multipolar”, onde o imperialismo e países como o Irã e a Rússia convivam, é simplesmente impossível. Na medida em que a polarização aumenta, os países atrasados tentarão aumentar a sua independência, e o imperialismo será obrigado a reagir para não perder de vez o seu poder.
O mundo “multipolar” é tão impossível como crer em uma revolução que exproprie a burguesia sem que desencadeie um processo de guerra civil. Esse filme já foi visto: quando os bolcheviques tomaram o poder, a burguesia reagiu da maneira mais violenta possível, deixando milhões de mortos.
É por isso que o imperialismo se prepara para a guerra. É por isso que os exercícios militares da OTAN se intensificaram, é por isso que Joe Biden, o senhor da guerra, continua investindo cada vez mais o orçamento do Estado norte-americano em guerras mundo afora.
O imperialismo está disposto a tudo – menos a largar mão de sua dominação pacificamente.