Próxima de completar dois anos, a guerra na Ucrânia parece caminhar cada vez mais para uma derrota decisiva do imperialismo e da OTAN na região. A desintegração das forças de ocupação do imperialismo em vários lugares do mundo vem sofrendo duros golpes, cada vez mais difíceis de reverter, colocando com clareza a falência total da política criminosa que os Estados Unidos e os principais países da Europa levam para os países oprimidos.
Agora com a ofensiva heroica do Hamas com a operação Dilúvio de Al-Aqsa, a situação para as tropas imperialistas no mundo inteiro passa por uma situação cada vez mais difícil.
Iniciada em 24 de fevereiro de 2022, a Operação Militar Especial Russa na Ucrânia foi deflagrada para libertar os russos étnicos que vivem no leste da Ucrânia da perseguição sofrida sob o governo neonazista instaurado após o Golpe de 2013, que derrubou o então presidente aliado da Rússia Víktor Yanukóvytch. Essa perseguição teve como um de seus mais tristes episódios o ataque à Casa dos Sindicatos de Odessa, no qual militantes fascistas atacaram russos étnicos em 2 de maio de 2014, matando 42 pessoas.
Com esses acontecimentos, a população russa de Donetsk e Lugansk se revoltou contra o governo ucraniano, instalando nessas regiões a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk já em 2014, aproveitando que em fevereiro daquele ano o governo da Federação Russa tinha anexado a Crimeia (região em que parte considerável da população é russa) da Ucrânia. Eles esperavam que o governo russo reconhecesse a independência dessas repúblicas e anexasse-as à Rússia, o que acabou não acontecendo. O novo governo ucraniano, liderado por Petro Poroshenko, defendia que a Ucrânia entrasse na OTAN e na União Europeia, cortando seus tradicionais laços com a Rússia.
Para a Rússia, aquela situação era inaceitável, pois a Ucrânia compartilha com a Rússia 1.926 quilômetros de fronteira. Uma eventual entrada da Ucrânia na OTAN poderia fazer a Rússia ter mísseis e exércitos ocidentais em suas fronteiras, afetando gravemente a segurança do país. Em 2019, após inúmeros casos de corrupção e queda na popularidade, Poroshenko perdeu o segundo turno das eleições presidenciais para Volodymyr Zelensky por uma larga vantagem. Zelensky prometia buscar a paz com a Rússia, encerrando o conflito que já durava cinco anos. No entanto, seu governo seguiu com a política de aproximar a Ucrânia da OTAN, desafiando a Rússia.
Após o início da Operação Militar Especial Russa na Ucrânia, o governo russo ofereceu a Zelensky um acordo de paz, que consistia basicamente em Zelensky garantir que a Ucrânia não perseguiria mais russos étnicos e não entraria na OTAN. Mas Zelensky, fantoche do imperialismo norte-americano, recusou o acordo de paz com a Rússia. No final de setembro de 2022, após um referendo, a Rússia anexou quatro regiões da Ucrânia, na qual a população manifestou interesse em entrar na Federação Russa. São elas: Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson. Essas regiões participarão das eleições presidenciais russas de 2024, nas quais o atual presidente russo Vladimir Putin disputará a reeleição presidencial.
O imperialismo gastou muito dinheiro nessa guerra. Muitos bilhões de euros foram gastos para sustentar as forças armadas ucranianas e as milícias fascistas que atuam junto ao exército regular ucraniano. A Ucrânia é o único país do mundo que tem oficialmente um batalhão nazista atuando em conjunto com suas forças armadas: o Batalhão de Azov. Frequentemente, membros desse batalhão são vistos com símbolos nazistas. Além disso, esse batalhão tem Stepan Bandera, colaborador do nazismo na invasão à União Soviética de 1941, como “herói da pátria ucraniana”. Mesmo assim, as forças armadas ucranianas precisam recrutar homens à força, pessoas com deficiência, e até mesmo mulheres grávidas, mostrando que o país não tem a menor chance de vencer a Rússia.
Porém, com o início da nova fase da luta armada dos palestinos, liderada pelo Hamas, contra a ocupação sionista, em 7 de outubro de 2023, o imperialismo foi pego de surpresa. E os recursos utilizados para financiar as forças armadas ucranianas foram remanejados para o exército da ocupação sionista, facilitando o avanço russo na Ucrânia. Assim, podemos dizer que o Hamas (e os outros grupos que lutam em defesa do povo palestino contra a ocupação ilegal dos sionistas) está facilitando a derrota do imperialismo dos EUA e da OTAN na Ucrânia. Os recursos que abasteciam as forças armadas ucranianas sofreram uma forte queda, e já há rumores que Zelensky pode sofrer um golpe militar, pois as forças armadas ucranianas já não confiam mais em Zelensky.
Isso prenuncia que o imperialismo sofrerá uma forte derrota na Ucrânia ao longo do ano de 2024. Ao longo de 2023, a Ucrânia recebeu 38 bilhões de euros em ajuda internacional. Porém, o elevado custo da guerra para a Ucrânia, estimado em 120 milhões de euros por dia, num momento em que as torneiras do imperialismo estão secando, somado à falta de combatentes dispostos a lutar e a uma possível queda do governo Zelensky, facilitam o trabalho do exército russo, que diferente do ucraniano, não está usando toda a sua capacidade militar. Mas pode usar, caso julgue necessário. O prolongamento da guerra favorece a Rússia e o desgaste do exército ucraniano.
O fim da guerra e a derrota da Ucrânia já são quase uma realidade. Se essa tendência se concretizar, estaremos diante de uma das maiores derrotas da história do imperialismo. A derrota decisiva na Ucrânia será uma vitória gigante dos trabalhadores contra o imperialismo, uma vitória dos povos oprimidos do mundo inteiro. E com isso, os países oprimidos tendem a se levantar contra as ocupações imperialistas em seus países de forma cada vez mais severa, o que pode provocar uma crise mundial generalizada. Cada vez mais o imperialismo demonstra seus sinais de fraqueza e de que está com os seus dias contados!