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Coluna

A Síria e o imperialismo

"A derrota de al-Assad, não importando as características e as ações do seu regime, é uma vitória do imperialismo e uma derrota dos povos atrasados"

O caso da Síria deixa claro definitivamente que a esquerda que considera a si mesma como revolucionária, em grande parte, abandou a luta de classes e o socialismo e jogou-se na política de defesa da democracia.

Não me refiro à esquerda abertamente reformista como o PT e o PSOL majoritário, para os quais é natural a substituição da revolução e do socialismo pela defesa de reformas sociais sob o capitalismo, carinhosamente denominado como democracia.

Assinalam a ditadura de Assad como motivo para aplaudir a vitória de forças controladas pelo imperialismo e que, diga-se, não são minimamente democráticas em nenhum sentido.

A defesa da “democracia” em abstrato nada mais é que a defesa do imperialismo e do seu regime de guerra, genocídio e terror mundial. Para um revolucionário marxista, o que importa na formulação da política não são as formas políticas, mas o seu conteúdo social. Há ditaduras pró-imperialistas e ditaduras que não o são, e “democracias” idem.

Para esta esquerda, em particular os autodenominados trotskistas, um regime como o de Assad não deve ser defendido porque é capitalista, o que é uma caricatura do marxismo. Para eles, a única luta de classes existente é a luta contra o capitalismo. Nada mais falso. A luta entre nações também é uma luta de classes. A luta entre o imperialismo e uma nação capitalista atrasada como a Síria é uma luta entre frações distintas da burguesia mundial onde a burguesia de países como a Síria é semi-opressora e semi-oprimida, semi-exploradora e semi-explorada pelo imperialismo. Nesta luta, o imperialismo é sempre absolutamente reacionário enquanto que a burguesia do país atrasado é sempre relativamente progressista, não importando a forma política do seu regime. O que importa é o seu conteúdo social. A derrota de al-Assad, não importando as características e as ações do seu regime, é uma vitória do imperialismo e uma derrota dos povos atrasados.

Nem precisaríamos da teoria marxista para entender essa situação, basta ver a relação de forças nova que se criou naquela região com o fortalecimento do imperialismo e seu cão amestrado, o sionismo, as monarquias reacionárias etc. e o enfraquecimento da luta palestina.

O socialismo, ou seja, a classe operária, não pode ser vitorioso nem mesmo nos países capitalistas mais avançados, os países imperialistas, sem a ajuda da luta nacional das nações oprimidas pelo imperialismo que constituem a maior parte da humanidade e principal base de apoio da opressão imperialista que controla os mercados e fontes de matéria-prima.

Para defender a luta nacional, os revolucionários não necessitam embelezar ou apoiar todas as ações dos governos que lutam contra o imperialismo. Mas devem apoiá-los diante da agressão imperialista e em toda ação real que vise à sua independência nacional de maneira incondicional.

O eixo fundamental da luta de classes no mundo de hoje não é a luta do proletariado mundial contra a burguesia em geral, mas a luta do proletariado contra a burguesia imperialista. A burguesia dos países atrasados quando muito deve ser encarada como um associado menor e secundária do imperialismo nos casos em que não lutem pela sua independência.

A defesa do governo Lula só se justifica diante dessa situação. Se o Brasil não fosse um país oprimido pelo imperialismo, o governo Lula seria apenas um governo social-democrata reformista, em cujo caso a sua defesa só se justificaria em situações muito excepcionais.

Para luta pela revolução socialista, um partido necessita uma teoria clara da revolução, ou seja, do papel que concretamente desempenha cada classe social e das formas políticas que expressam estas classes.

A maior parte da esquerda que se diz revolucionária ao adotar a democracia como Norte da sua bússola política ao invés da luta de classes passou com armas e bagagens para o campo político do imperialismo contrarrevolucionário.

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